61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 11. Psicologia Social
Aspectos cognitivos do comportamento ecológico: um estudo com jovens sobre preservação e transformação de áreas verdes  
Daniele da Costa Cunha 1
Maria Inês Gasparetto Higuchi 1
1. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
INTRODUÇÃO:
Diariamente somos apresentados aos graves problemas relativos à destruição de ambientes naturais e áreas florestais em prol das necessidades criadas pela sociedade. Diante deste cenário tão alarmante é necessário e urgente desvendar esse comportamento predatório na sua essência. Através do estudo das representações espontâneas é possível analisar elementos da cognição que influem num determinado comportamento apresentado pelo sujeito ao perceber e resolver problemas ambientais.
METODOLOGIA:
Para investigar as representações dos participantes desta pesquisa foi utilizado o método clínico-piagetiano. Utilizou-se o instrumento para análise de cognição ambiental. Este instrumento propõe a realização de uma tarefa de representação simbólica a partir de uma maquete com material concreto miniaturizado. O modelo tridimensional (maquete) empregado neste estudo representa a uma área verde de floresta. A maquete tem nove blocos removíveis que representam as diversas áreas da floresta Amazônica. A maquete também inclui ambientes construídos que totalizam 12 blocos de diversos tipos de infra-estrutura urbana. Esses blocos estarão disponíveis aos participantes como opções das necessidades criadas na cidade e que vão ser objeto de escolha na substituição (ou não) dos blocos originais da maquete.  Participaram deste estudo 52 jovens de 13 a 18 anos, de ambos os sexos, selecionados de forma aleatória em escolas da rede de ensino pública e privada de Manaus.
RESULTADOS:
Questões importantes foram levantadas no processo de análise. Os jovens respondem satisfatoriamente ao apelo pelo cuidado ambiental. Os resultados indicam a existência de sensibilização acerca das questões ambientais. No entanto percebe-se que os jovens não têm uma idéia clara e segura do que fazer e como construir um ambiente harmonioso e agradável. A representação cognitiva de uma vida sustentável sofre abalos graves advindos da impossibilidade em conciliar condições sociais dignas e conservação ambiental.
CONCLUSÃO:

Em síntese pôde-se entender que o valor das florestas é secundário aos sistemas urbanos construídos e que os critérios de uso são as necessidades sociais. O teste de significância X² (α=0,05) realizado indicou que existe algo além das variáveis independentes, idade, gênero e rede de ensino que influenciam os níveis de cognição ambiental. Os resultados indicam que o conhecimento ecológico interfere na valoração do ambiente, e que este conhecimento pode não estar submetido diretamente ao gênero, idade ou rede de ensino e talvez sim a uma instância distinta na qual estão envolvidos estes participantes.

Instituição de Fomento: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
Palavras-chave: cognição, ambiente, jovens.