No terceiro período do curso de licenciatura em Ciências: Matemática e Física (segundo semestre de 2008) foi oportunizada a disciplina de Prática Curricular I em dois momentos semanais. Em um dos dias ficávamos na universidade sendo orientados pela professora sobre as atividades que teríamos nas escolas, no outro, estávamos presentes em um grupo de cinco acadêmicos na Escola Estadual Deputado Vital de Mendonça. Tivemos como atividade inicial a realização do diagnóstico escolar para conhecer as metodologias usadas pelos docentes, a relação professor aluno, forma de participação dos alunos nas disciplinas de matemática e física. Tanto a atividade do diagnóstico quanto a análise dos aspectos do Plano Nacional de Educação-PNE manifestos na prática escolar tinham como objetivo principal a percepção da profissão que em breve será a nossa. Durante as observações percebemos dificuldade em nossos alunos para o aprendizado da matemática. O que nos levou a elaboração de um projeto voltado para o ensino médio. O projeto tem como título: jogando com a matemática, que visa trabalhar aspectos relacionados à formação de professores de matemática, incentivando-os à utilização de jogos lúdicos para diversificar suas aulas e motivar e envolver alunos no ensino-aprendizado da matemática.

Durante o segundo semestre de 2008, nas observações do ambiente escolar, e dos métodos usado pelos professores, diagnosticamos dificuldades para o ensino-aprendizagem de matemática e física, resultando em problemas de assimilação de conteúdos e consequentemente o desinteresse, evasão e repetência com elevados índices. Observamos que alguns docentes usam metodologias inovadoras, como as aulas de física prática, onde há um dinamismo no ensino, tornando a matéria bastante atrativa, o que não ocorre com a matemática por falta de instrumentos/métodos adequados para a significação dos conteúdos e pelo pouco interesse dos docentes em abordar novos conceitos de modo a melhorar a receptividade aos assuntos. Os acadêmicos se reuniam após cada observação para discutir qual a melhor maneira de incentivar professores a diversificar a ação didática e motivar os alunos quanto ao desenvolvimento do raciocínio lógico. Daí partimos para um tratamento das informações adquiridas o que nos subsidiou a optar pela elaboração do projeto “Jogando com a Matemática”. Segundo Piaget (1975), os jogos têm uma relação estreita com a construção da inteligência e possuem uma efetiva influência como instrumento incentivador e motivador no processo de ensino e aprendizagem (MORATORI, 2003).

Ao colocar acadêmicos diante de um mundo até então desconhecido, foi um grande desafio, mas trouxe grandes resultados, pois, a elaboração do projeto de intervenção e a aprovação do mesmo em forma de Atividade Curricular de Extensão-ACE, nos fez perceber que a prática curricular I, é muito mais do que se supõe a primeira vista, pois, é importante para assegurar a continuidade de estudos, com profissionais mais qualificados, que não se limitem ao ensino disciplinar de natureza enciclopédica, mas, que tragam metodologias inovadoras, para que os alunos possam desenvolver seu raciocínio lógico. Dessa maneira, os alunos e professores da Escola Estadual Deputado Vital de Mendonça se beneficiarão com um projeto voltado exclusivamente para o ensino médio, tendo com objetivo principal dinamizar e dar mais vazão a criatividade de educandos e educadores, envolvendo-os num ambiente mais participativo, no qual o desinteresse vira afinidade e a dificuldade se transforma em certeza de conhecimento e a satisfação toma conta de alunos e professores, evitando aquele sentimento de culpa por parte dos atores envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.

O contato antecipado com as práticas do ambiente escolar prepara os acadêmicos como futuros docentes, para uma prática pedagógica eficiente, onde professores motivados e bem aparelhados compartilham com os alunos experiências e momentos significativos. O projeto de intervenção será um instrumento capaz de incluir novas metodologias no processo de ensino-aprendizagem. Espera-se que os jogos possam ser usados em sala de aula como um prolongamento da prática habitual da aula e que auxiliem os alunos proporcionando motivação para a aprendizagem, desenvolvimento da autoconfiança, organização, concentração, atenção, raciocínio lógico-dedutivo e o senso cooperativo, além de desenvolver e aumentar as interações do aluno com outras pessoas.