61ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 6. Zoologia |
INVENTÁRIO DA FAUNA DE ABELHAS (HYMENOPTERA, APOIDEA) EM UMA ÁREA DA BAIXADA MARANHENSE, ANAJATUBA, MARANHÃO, BRASIL. |
Ana Carolina Alves Malheiros Araújo 1 Monique Hellen Martins Ribeiro 1 Gracy Chrisley Alencar Carvalho 1 Patrícia Maia Correia de Albuquerque 2 |
1. Acadêmico de Ciências Biológicas - UFMA 2. Professora Orientadora - UFMA |
INTRODUÇÃO: |
O levantamento e a identificação das espécies de abelhas constituem no primeiro passo para se conhecer os polinizadores e definir estratégias de exploração racional e conservação dos recursos biológicos encontrados nas comunidades vegetais e animais. Vários inventários de abelhas já foram realizados em diferentes ecossistemas, contribuindo para o conhecimento da fauna, padrões de distribuição geográfica e das relações entre a fauna e flora. A área da Baixada Maranhense, porém apresenta pouco estudo nesses aspectos, assim como em várias regiões do Brasil que apresentam semelhante ecossistema. O objetivo desse trabalho foi fazer um inventário da fauna de abelhas em uma área de campos periodicamente inundados, Baixada Maranhense, mais especificamente em Anajatuba, bem como obter dados relativos a fenologia destas abelhas. |
METODOLOGIA: |
O levantamento de abelhas foi realizado mensalmente, de agosto/2008 a janeiro/2009, em uma área de campos naturais que são periodicamente inundados durante a estação chuvosa (Jan a Jun), na localidade de São Benedito a 18 km do centro de Anajatuba, no estado do Maranhão. A vegetação da região é basicamente secundária e arbustiva, com predominância da palmeira babaçu (Orbignia martiniana), do criviri (Mouriri acutifolia), geniparana (Gustavia augusta), salsa (Ipomoea carneae), entre outras. As abelhas foram coletadas com redes entomológicas. As coletas foram realizadas das 12:00h às 18:00h no primeiro dia e das 05:00h às 11:00h no segundo. Cada indivíduo foi etiquetado com data, horário e nome da planta visitada, identificado a nível de espécie e depositado na coleção Entomológica do Departamento de Biologia da Universidade Federal do Maranhão. A freqüência das espécies foi determinada pelo percentual do número de indivíduos de cada uma, em relação ao total coletado, sendo classificados em pouco freqüentes, freqüentes, muito freqüentes e super freqüentes. Com base na freqüência, classificou-se a constância em constantes, acessórias e acidentais. |
RESULTADOS: |
Foram coletados 337 indivíduos pertencentes a 4 famílias, 20 gêneros e 27 espécies. A família Apidae obteve o maior número de espécies (21) e indivíduos (n=317, 94%). As abelhas Apis mellifera (38%), Trigona fuscipennis (15%), Melipona fasciculata (11%), Xylocopa cearensis (8%) e Xylocopa frontalis (8%) foram predominantes. A família Halictidae variou entre 0,1% a 1%, Megachilidae 1% e Colletidae teve apenas Ptiloglossa sp. com 1% . O gênero Centris apresentou maior riqueza com 6 espécies capturadas, seguido por Xylocopa com 3 espécies, Augochlora, Megachile e Melitoma com 2 espécies cada, os demais gêneros foram representados por uma única espécie. Entre as espécies, Apis mellifera foi a única super frequente, constante e super abundante; Melitoma tourea foi frequente, acessória e comum; Melipona fasciculata, Trigona fuscipennis e Xylocopa frontalis foram muito freqüentes, acessórias e muito abundantes. A predominância de Apis mellifera e Melipona fasciculata pode ser atribuída ao seu caráter social e pela presença de ninhos próximos no local de coleta; as abelhas do gênero Xylocopa são bastante frequentes em ambientes abertos como dunas e praias, e a região de Anajatuba apresenta condições bastante semelhantes a esses ecossistemas. |
CONCLUSÃO: |
A freqüência de algumas espécies de abelhas estão relacionadas as suas preferências florais, como as abelhas do gênero Xylocopa que foram observadas polinizando plantas da família Fabaceae, e também na criação racional por meliponicultores como as espécies Apis mellifera e Melípona fasciculata. O gênero Centris apesar de ter obtido a maior riqueza com seis espécies ocorreu uma baixa freqüência no número de espécimes, pelo fato da região não possuir os recursos florais de preferências do gênero em grande quantidade. |
Instituição de Fomento: CNPqUFMA |
Palavras-chave: Inventário, Abelhas, Baixada Maranhense. |