61ª Reunião Anual da SBPC

E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 5. Ciências Florestais

CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS E FÍSICAS DO SOLO E ASPECTOS DA CICLAGEM DE NUTRIENTES DA LITEIRA FINA E GROSSA EM FLORESTA DE PLATÔ NO PARQUE NACIONAL PICO DA NEBLINA, AMAZONAS

Caio Fábio Pereira da Silva 1 Daniela Pauletto 2 Flávio Jesus Luizao 2 Sandra Célia Tapia Coral 2 Maria Rosimar Pereira Soares Fernandes 3

1. Universidade Federal do Amazonas 2. Instituto Nacional de Pesquisa da Amazonia - Programa LBA 3. LBA/São Gabriel da Cachoeira-AM

INTRODUÇÃO:

O Alto Rio Negro (noroeste do Estado do Amazonas) é uma região com um grande endemismo vegetal e extensa cobertura de campinas e campinaranas sobre solos arenosos, com alta pluviosidade, sem uma estação seca bem definida em relação à Amazônia Central e Oriental (Brasil, 1976). Por essas razões, o sítio experimental da LBA fornece dados para medidas bioquímicas do solo, vegetação e liteira a fim de integrar a região à rede de pesquisa e monitoramento ambientais da Amazônia brasileira. Este trabalho objetivou caracterizar física e quimicamente os solos e qualidade nutricional da liteira fina e grossa de uma floresta de platô no Parque Nacional do Pico da Neblina, São Gabriel da Cachoeira, Amazonas, Brasil (coordenadas Oº 12,7' N e 66º 45,8' W).

METODOLOGIA:

O solo foi coletado em cinco parcelas (20 x 100 m) num raio de 3 km da torre de medições micrometeorológicas em 2 direções, distribuídas sistematicamente a cada mil metros, em agosto de 2007. Retiraram-se amostras até a profundidade de 120 cm, com intervalos de 20 cm. As amostras foram secas, peneiradas (malha 2 mm) e submetidas à análises físico-químicas (granulometria, densidade, pH, nutrientes e acidez trocável) além da determinação do estoque de nutrientes, seguindo o método descrito por Embrapa (1997).

RESULTADOS:

O solo constituiu-se em média de 75% de areia, 17% de argila e 8% de silte e, portanto, de textura franco-arenosa, segundo classificação adotada por Embrapa (1999). O pH do solo variou de 4,0-4,9. A camada superficial (0-20 cm) apresentou as maiores concentrações de carbono, nutrientes (N, P, K+, Ca+2, Mg+2, Fe, Mn, Zn) e de Al+H; e as maiores variações entre as parcelas (alto desvio padrão), provavelmente devido às diferenças na deposição de material orgânico sobre o solo. As concentrações de C, N, P, K+, Mg+2, Fe e Al+H diminuíram com o aumento da profundidade. As concentrações de Zn no solo não apresentaram relação com a profundidade. Já as concentrações de Ca2+ e Mn apresentaram redução gradual até 60 cm. A densidade do solo (g cm3) revelou ser pouco variável, não apresentando relação com a profundidade. O estoque de nutrientes do solo seguiu a ordem Ca2+

CONCLUSÃO:

Os resultados indicam que provavelmente o solo da área de estudo é o Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico, pois possui grande parte das características químicas e físicas obtidas a partir das análises realizadas e pode ser encontrado em áreas mais acidentadas, inclusive em relevo montanhoso (EMBRAPA, 1999). A concentração de todos os nutrientes é bastante elevada na primeira camada (0-20 cm) enfatizando a ciclagem de nutrientes pela floresta, necessária para manutenção da fertilidade do solo (LUIZÃO & SCHUBART, 1986). Já nas camadas mais inferiores ocorre redução da concentração de carbono e dos nutrientes, possivelmente pela assimilação das raízes das plantas, aproximadamente aos 50 cm. Após essa profundidade a maioria dos nutrientes se mantiveram com teor constante. No material vegetal, os macronutrientes seguiram a ordem P< Mg2

Palavras-chave: Química e física do solo, Floresta de platô, Ciclagem de nutrientes.