| 61ª Reunião Anual da SBPC |
| C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 5. Genética Vegetal |
| TRANSFERIBILIDADE DE LOCOS MICROSSATÉLITES DE PUPUNHA (Bactris gasipaes) E COCO (Cocos nucifera) PARA BURITI (Mauritia flexuosa) |
| Alessandro Alves Pereira 1 Charles Roland Clement 2 Doriane Picanço Rodrigues 1 |
| 1. Universidade Federal do Amazonas 2. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia |
| INTRODUÇÃO: |
As palmeiras (família Arecaceae) produzem frutos apreciados pela população local como a pupunha (Bactris gasipaes Kunth) e o buriti (Mauritia flexuosa L.), além de frutos conhecidos em todo o mundo, como o coco (Cocos nucifera L.). O buriti produz frutos ricos em amido e vitamina A e que possuem vasto potencial econômico uma vez que o consumo in natura ou na forma de doces e sorvetes é bastante apreciado por comunidades tradicionais e urbanas. Embora o buriti tenha grande importância econômica local informações genéticas a seu respeito são inexistentes. Os microssatélites (SSR) são marcadores moleculares altamente polimórficos e co-dominantes e por isso vem sendo largamente utilizados para o acesso à diversidade genética vegetal. Uma das vantagens deste tipo de marcador é a transferibilidade que consiste na utilização de locos que foram desenvolvidos para uma espécie em estudos envolvendo espécies do mesmo gênero ou mesma família. Tendo em vista a indisponibilidade de marcadores microssatélites para buriti, o principal objetivo deste estudo foi avaliar a transferibilidade para buriti dos marcadores microssatélites de pupunha e de coco descritos na literatura. |
| METODOLOGIA: |
| O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Evolução Aplicada da Universidade Federal do Amazonas. O material vegetal foi obtido pela coleta de amostras de folhas de 4 indivíduos de 3 populações naturais do estado do Amazonas. O DNA foi obtido pelo protocolo do reagente Plant DNAzol (Invitrogen) e quantificado em gel de agarose pelo método comparativo. Os testes de amplificação foram realizados por meio de PCR (como descrito pelos autores) para os 46 locos de pupunha e 54 locos de coco. Para uma amplificação mais clara foram realizadas otimizações das condições reacionais quando necessário. A análise do polimorfismo foi realizada com os 12 indivíduos de buriti coletados por meio de PCR de genotipagem (Schuelke, 2000) submetida à detecção em seqüenciador automático, e os resultados avaliados com os programas Fragment Profiler e Genetic Profiler. A caracterização dos locos transferidos foi realizada com o auxílio do programa Arlequin v. 3.11 (Excoffier, et al., 2005) e segundo a metodologia de Tessier e colaboradores (1999). |
| RESULTADOS: |
| Dos 100 locos testados somente 4 locos foram transferidos para buriti, sendo 1 de coco (CNZ05) e 3 de pupunha (Bg44, Bg46 e Bg55). O índice de transferibilidade (4%) pode ser considerado baixo e isto pode ser devido à grande distância filogenética de coco e pupunha para buriti, já que é relatado que o sucesso da transferibilidade diminui com o aumento da distância filogenética entre as espécies |
| CONCLUSÃO: |
| Houve a transferibilidade para buriti dos locos microssatélites Bg44, Bg46 e Bg55 desenvolvidos para pupunha e CNZ05 desenvolvido para coco. Os locos microssatélites transferidos não podem, no entanto, ser de imediato aplicados em avaliações de cunho genético em populações naturais de buriti, devido ao pequeno número de marcadores e aos baixos conteúdos de informação. Sugere-se a avaliação da transferibilidade de marcadores microssatélites descritos para outras espécies de palmeiras ou ainda o desenvolvimento de locos microssatélites específicos para Mauritia flexuosa. |
| Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) |
| Palavras-chave: microssatélite, buriti, transferibilidade. |