A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Básica (9475/1997)que prevê ensino religioso nas escolas públicas como parte integrante da formação do cidadão,em caráter facultativo, assegura o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedando quaisquer formas de proselitismo. Portanto, levando em consideração o artigo 26-A da LDB/1996 que torna obrigatório o estudo de história e cultura afro-brasileira e indígena no ensino fundamental e médio pretende-se com a pesquisa analisar como as escolas tratam as religiões de matrizes africanas (bantu, iorubá, jejê e outros) identificando nesses processos como as relações de construção das identidades dos(as) praticantes dessas religiões ocorrem. Analisa também como os praticantes de candomblés vêem o ensino religioso no ambiente escolar e quais são os fundamentos de tal religião que contribuem para enriquecimento das práticas pedagógicas, possibilitando a concretização de uma educação para relações étnico-raciais e ensino de história e cultura negra voltada para o respeito as diferenças tanto para alunos(as) negros(as) como para os demais.

A presente pesquisa foi desenvolvida sobre pressupostos qualitativos,utilizando como instrumento de coleta de dados entrevistas com gestores e professores de dois escolas públicas e três de escolas privadas do distrito federal sobre a presença da disciplina ensino religioso em seu currículo escolar e análise documental dos conteúdos trabalhados.

Há indícios que as escolas públicas do distrito federal não possuem em seus currículos a disciplina ensino religioso.

A não inclusão do ensino religioso nas praticas educativas incorre em duas situações distintas. A primeira ocorre quando o ensino religioso perde a funcionalidade de preencher as lacunas de uma educação religiosa familiar,dando ao aluno a oportunidade de conhecer as mais diversas correntes religiosas e suas fundamentações, podendo com isso criar atos de cidadania que vão de encontro a situações de discriminação e intolerância religiosa presentes na sociedade. A segunda é não dar meios aos alunos de trabalharem dentro de sala de aula sua identidade religiosa(quando devidamente ministrada cumprindo e respeitando princípios legais de conduta)compartilhando com os demais conhecimentos e vivências grandiosas tanto para vida quanto para as relações de alteridade propiciando assim ambiente educacional rico que propicie a construção de cidadania e identidades fortalecidas em bases de igualdade de oportunidades.