61ª Reunião Anual da SBPC |
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública |
EXPERIÊNCIA DOS DOCENTES COM TEMAS EM SAÚDE NAS ESCOLAS FUNDAMENTAIS DA ZONA LESTE DE MANAUS-AMAZONAS. |
CÁSSIA ROZÁRIA DA SILVA SOUZA 1 LÊDA CRISTINA RODRIGUES FRANÇA 2 DAYANE OLIVEIRA DA SILVA 1 JULIANA DA SILVA LUCAS 1 OSVALDO MESQUITA RODRIGUES FILHO 1 |
1. PAICI,Escola Superior de Ciências da Saúde,Universidade do Estado do Amazonas 2. Secretaria Municipal de Saúde de Manaus-SEMSA |
INTRODUÇÃO: |
O conceito atual de saúde preconiza a integração de intervenções preventivas globais, através da promoção de competências pessoais e sociais para a saúde (Sampaio, 2007). É preciso educar para a saúde levando em conta todos os aspectos envolvidos na formação de hábitos e atitudes que acontecem no dia-a-dia da escola. Por esta razão, a educação para a saúde deve ser tratada como tema transversal, permeando todas as áreas que compõem o currículo escolar (Brasil, 1997). É inegável que a criança em idade escolar encontra-se sujeita a morbidades e agravos decorrentes de fatores pessoais e ambientais, com possível repercussão na aprendizagem (Wheatley & Hallock, 1951). Por vezes, tais desvios passam despercebidos por não existir um trabalho sistematizado de detecção e seguimento de casos, o que requer ação coordenada entre profissionais de saúde, mestres e pais. A maioria dos docentes defende uma ampla abordagem da saúde no currículo escolar, com destaque para a interdisciplinaridade, contextualização, participação da comunidade local e o apoio de especialistas, entretanto, muitos pensam que a escola não terá condições de estruturar e manter um projeto de tais proporções. (Parrini, 2008). Apenas a formação acadêmica não fornece a compreensão sobre essa ampla área, devendo ser fornecido aos professores capacitação. Este estudo procurou verificar se o tempo de experiência da docência é acompanhada de qualificação e capacitação na formação com temas em saúde. |
METODOLOGIA: |
Tratou-se de um estudo transversal, de natureza quantitativa. A população envolvia escolas públicas de ensino fundamental das redes estadual e municipal da Zona Leste de Manaus, a amostra foi aleatória onde foram estudadas 15(71,4%) escolas estaduais e 18(14,6%) municipais dessa zona distrital da cidade. Aplicou-se uma entrevista semi-estruturada com todos os professores que abordavam em suas aulas assuntos voltados para saúde, totalizando 140 professores entrevistados, abordando-os em seu local de trabalho, nos intervalos das aulas. As escolas localizavam-se em 12 bairros. A análise foi através de técnicas de tabelas e gráficos em excel, com embasado das discussões em revisões literárias. O estudo foi submetido e aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Escola Superior de Saúde da UEA. |
RESULTADOS: |
66(47%) dos professores entrevistados possuem entre 1 mês a 5 anos de experiência com temas em saúde; 23(16%) de 6 a 10 anos; 21(15%) de 11 a 15 anos; 12(9,0%) de 16 a 20 anos e 17(12%) possuem entre 21 a 25 anos de experiência. A análise dos dados obtidos, associada à pesquisa bibliográfica, permitiu identificar que a abordagem dos temas em saúde é uma situação fortemente presente na rede municipal e estadual. A avaliação do grau de dificuldade dos professores com os temas em saúde pode ser feita examinando as respostas referentes ao não preparo recebido pelos professores e a sua própria participação no planejamento dos temas em saúde, refletindo o pouco grau de intimidade dos docentes com essas temáticas. Mesmo com toda a experiência pedagógica existente e esta, sendo usada para transmitir de forma mais prática o aprendizado aos alunos, a maioria dos professores disse ser favorável e necessária uma capacitação ou formação complementar sobre assuntos em saúde (DST, gravidez precoce, higiene corporal e oral, saneamento, meio ambiente, drogas, fumo, bebida, agressão familiar, etc.) seria ponto crucial para melhor adesão e participação de todos, pois o envolvimento tanto dos professores quanto dos alunos precisa ser consolidado através de informações claras, objetivas e num clima de responsabilidade, compromisso e amizade. |
CONCLUSÃO: |
A Saúde precisa ser focalizada em um contexto integrado e compreensível, que eventualmente ajude o educando a ver as implicações biológicas, culturais, sociais, políticas e econômicas de seus atos e responsabilidade que lhe cabe. Fazer campanhas ou seminários, mobilizando diversas classes e realizar pesquisas, divulgando as informações produzidas são formas de aprender, de socializar conhecimentos e de desenvolver atitudes de compromisso com a saúde coletiva. A promoção de debates em torno de fatos importantes como a ocorrência de epidemias ou catástrofes climáticas ou sociais que ameacem a saúde coletiva, assim como a pesquisa do sistema de saneamento básico da região, podem ser recursos que permitam o desenvolvimento de um trabalho integrado das diversas áreas. O envolvimento das unidades de saúde, das universidades e de diferentes órgãos públicos, vem a beneficiar não só o professor, mais principalmente o aluno, contribuindo com sua experiência para o processo ensino-aprendizagem, incluindo diversos temas em saúde. |
Instituição de Fomento: Fundação de Amparo a Pesquisa no Amazonas |
Palavras-chave: educação, saúde, professores. |