61ª Reunião Anual da SBPC

D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 5. Odontologia Social e Preventiva

AUTOPERCEPÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE BUCAL DE IDOSOS ATENDIDOS PELA UNIVERSIDADE ABERTA DA TERCEIRA IDADE UnATI/UEA NO MUNICÍPIO DE MANAUS-AM.

Francielle Pereira da Silva Coelho ¹
Annalyz Costa de Carvalho ¹
Raphaella Monteiro Martins Cabral ¹
Aurea Liz Costa de Carvalho ¹
Denicésar Coelho de Faria ²
Euler Esteves Ribeiro ¹

1. Universidade Aberta da Terceira Idade- UnATI/UEA
2. Universidade do Estado do Amazonas/UEA

INTRODUÇÃO:

O envelhecimento populacional no Brasil vem ocorrendo de forma crescente e constitui uma transição demográfica importante. O quadro epidemiológico e a ausência de ações educativas voltadas para a população idosa brasileira caracterizam uma condição de saúde bucal precária encontrada neste grupo. É neste contexto que a implantação de ações voltadas para autoproteção e autopercepção são relevantes por conscientizarem a comunidade para a necessidade de cuidados com a sua saúde bucal. Estudos sobre autopercepção proporcionam ao idoso a oportunidade de expressar sua concepção pessoal da sua própria realidade e nos mostram indicadores subjetivos que avaliam os problemas funcionais, sociais e psicológicos decorrentes das doenças bucais. Além disso, constitui uma ferramenta importante para a implantação de práticas odontológicas voltadas para o atendimento ao idoso. Sendo assim, esta pesquisa teve como objetivo identificar e analisar as percepções dos idosos sobre a Saúde Bucal, como forma de qualificar as ações e os serviços voltados para o idoso da UnATI/UEA.

METODOLOGIA:

Participaram desta pesquisa 74 idosos entre homens e mulheres com idade acima de 60 anos, funcionalmente independentes, que freqüentaram UnATI/UEA. Foi utilizado um questionário composto de quatro questões de Autopercepção em Saúde Bucal do inquérito de saúde bucal do Brasil (Projeto SB Brasil, 2003). Questionou-se aos idosos como eles classificavam sua saúde bucal, mastigação, fala devido a dentes/próteses/ gengivas, envolvendo as seguintes condições: péssima, ruim, boa e ótima. E o quanto a sua saúde bucal afetava os relacionamentos envolvendo as categorias de respostas: não afeta, afeta pouco, afeta mais ou menos e afeta muito.

RESULTADOS:

Dos 74 idosos que responderam a pergunta de auto-avaliação da condição de saúde bucal 14 (18,9%) a perceberam como ruim, 48 (64,9%) como boa e 12 (16,2%) como ótima. A mastigação foi classificada como péssima por 2(2,7%) idosos, ruim por 12(16,2%), boa por 53 (71,6%) e ótima por 7 (9,5%) idosos. Em relação à fala devido a dentes/próteses/gengivas apenas 1 (1,3%) idoso respondeu não saber, 2 (2,7%) classificaram em péssima, 8 (10,8%) em ruim enquanto que 53 (71,6%) idosos a perceberam como boa e 10 (13,6) como ótima. Se a saúde bucal afeta no relacionamento, 53(71,6%) idosos responderam que não afeta, 16 (21,7%) que afeta pouco, 3 (4,0%) que afeta mais ou menos e somente 2 (2,7%) disseram que afeta muito. Os resultados positivos 81,1% (boa e ótima) em relação à condição de saúde bucal são equivalentes aos resultados de uma boa e ótima mastigação (81,1%) demonstrando que a autopercepção de mastigação parece refletir melhor o estado de saúde bucal. Os outros resultados podem estar relacionados com fatores intrínsecos ao paciente podendo gerar valores não fidedignos necessitando, assim, de investigações psicológicas e avaliação odontológica clinica.

CONCLUSÃO:

A autopercepção de problemas mastigatórios parece refletir melhor o estado de saúde bucal e tal questionamento poderia ser utilizado como indicador da saúde bucal em estudos populacionais sobre envelhecimento. Além disso, a autopercepção de saúde bucal não está dissociada da saúde geral sofrendo a influência da presença de doenças sistêmicas e da saúde mental. Sendo assim, a avaliação da autopercepção da Saúde Bucal dos idosos representa a possibilidade de conhecer como os idosos auto-avaliam sua saúde bucal e os fatores que influenciam nesta percepção para que, por meio de planejamento adequado, este estudo possa contribuir para orientar mudanças nas políticas de saúde pública e assistencial na área, incorporando tanto ações educativas de autocuidado como ações preventivas e reabilitadoras.

Palavras-chave: Autopercepção, Saúde Bucal, Idosos.