61ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 4. Genética Molecular |
DIVERGÊNCIA GENÉTICA ENTRE TRÊS ESPÉCIES DE Anopheles DO SUBGÊNERO Nyssorhynchus DA AMAZÔNIA BRASILEIRA, COM BASE NA REGIÃO CONTROLE DO DNA MITOCONDRIAL |
Raquel Borges Moroni 1 Juracy de Freitas Maia 2 Wanderli Pedro Tadei 2 Joselita Maria Mendes dos Santos 2 |
1. Universidade Federal do Amazonas 2. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia |
INTRODUÇÃO: |
A malária é considerada uma das principais doenças infecciosas do mundo. No entanto, é nos países em desenvolvimento que ela continua a ter um enorme impacto, havendo altos prejuízos sócio-econômicos. No Brasil as principais espécies vetoras da malária humana pertencem ao subgênero Nyssorhynchus do gênero Anopheles, incluindo espécies predominantemente neotropicais que constituem as mais importantes vetoras da malária humana no Novo Mundo, sendo que, entre as espécies vetoras, especialmente na região Amazônica A. darlingi é a mais importante. Nas últimas décadas os estudos genéticos e moleculares tem sido desenvolvidos, com a finalidade de estudar a estruturação genética das populações e a identificação de complexos de espécies, os quais são de extrema importância para o entendimento dos mecanismos de transmissão da malária. A filogenia dos anofelinos tem sido contestada em seus diversos níveis sistemáticos, utilizando-se muitos caracteres morfológicos distintos, pois os resultados mostraram conflitantes, impossibilitando qualquer resposta sobre a questão. Considerando esta problemática, tal pesquisa tem por finalidade investigar a sistemática molecular deste subgênero, mediante o uso da região controle do DNA mitocondrial. |
METODOLOGIA: |
Foram estudadas três espécies de Anopheles, pertencentes ao subgênero Nyssorhynchus (A. darlingi, A. albitarsis, A. triannulatus), procedentes de diferentes regiões da Amazônia. Fêmeas da natureza foram capturadas e trazidas para o Laboratório de Vetores da Malária INPA, e postas para desovar individualmente em copos plásticos. Após as oviposições, as fêmeas, ovos e larvas de 4º estádio foram identificadas pela chave de Consoli & Lourenço-de-Oliveira (1994). As larvas de 4° estádio foram congeladas em freezer -70°C. Para a análise de DNA foram utilizadas 20 larvas por desova de cada espécie. A partir das amostras dessas três espécies foi obtido um fragmento de 381 pb da região controle. O DNA mitocondrial foi extraído pelo protocolo de acetato de potássio e etanol, onde foi amplificado via PCR. As PCRs foram realizadas em volume de 50 ml, sendo posteriormente purificadas. O seqüenciamento foi realizado no ABI PRISM™ 377, sendo usado para a reação o kit Dye Terminator Cycle Sequencing Ready Reaction. A edição e alinhamento das seqüências foram feita no BioEdit (Hall, 1999). O programa PAUP versão 4.0 foi utilizado para análises filogenéticas. |
RESULTADOS: |
A elevada taxa de adenina e timina 89,1%,encontrada nas espécies do subgênero Nyssorhynchus pode inferir na presença de maior polimorfismo nos membros deste subgênero, levando em consideração uma acentuada taxa de A +T que resultaria em uma maior variabilidade genética. Elevada taxa de A + T também foi reportada em outros estudos. Os dados da matriz de distância, mostraram a divergência nucleotídica interespecífica no subgênero Nyssorhynchus, sendo que a menor distância foi observada entre A. triannulatus e A. darlingi com de 0,35% e a maior entre A. albitarsis e A. darlingi com 0,47 %. |
CONCLUSÃO: |
Os resultados do presente trabalho contribuíram parcialmente para a melhor compreensão sobre a filogenia das espécies de Anopheles desse subgênero. No entanto, notou-se a necessidade de aumentar o tamanho do fragmento estudado e utilizar outros marcadores moleculares mais conservados. |
Instituição de Fomento: CNPq, PNOPG, PPI 3680 |
Palavras-chave: Anopheles, DNA mitocondrial, Amazônia. |