61ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 13. Parasitologia - 6. Parasitologia
FAUNA PARASITÁRIA EM Pygocentrus nattereri (Kner, 1860) (CHARACIDAE, SERRASALMINAE) COLETADOS NO LAGO CATALÃO NA ILHA DA MARCHANTARIA NO MUNICÍPIO DE IRANDUBA, AMAZONAS - BRASIL.
Patrícia Castro Monteiro 1
Rosely Araújo Silva 1
Cleusa Suzana Oliveira de Araújo 3
Francis Rayme Zauri Matos 2
Gabriela de Moraes Viana 1
Megara Barbosa Silva 2
1. Alunas de Graduação Centro Universitário UniNilton Lins / CUNL
2. Alunos do Mestrado Centro Universitário UniNilton Lins / CUNL
3. Prof.ª Drª. Orientadora Centro Universitário UniNilton Lins / CUNL
INTRODUÇÃO:
A espécie Pygocentrus nattereri é um serrasalmideo típico de ambientes lênticos, peixe carnívoro de ampla distribuição nos ecossistemas neotropicais, conhecida popularmente como piranha-cajú. Pelo fato dessa espécie representar grande porcentagem em biomassa nos rios da Amazônia tornam-se necessários estudos de parasitologia e suas interações nos peixes. Portanto, este estudo teve como objetivo avaliar a fauna parasitária de Pygocentrus nattereri e estimar os índices parasitários.
METODOLOGIA:
Os peixes foram provenientes de duas coletas realizadas na ilha da Marchantaria, lago do Catalão localizado Iranduba, Amazonas, situado próximo á confluência dos rios Solimões e Negro. 20 exemplares foram capturados no mês de março de 2007 (período da enchente) e 14 no mês de agosto (período da vazante) e transportados ao Laboratório de Zoologia do Centro Universitário Nilton Lins (CUNL) para avaliação parasitológica. Os dados biométricos e demais informações sobre cada exemplar foram registradas em fichas individuais de identificação e necropsiados para exame parasitológico. O índice parasitário de intensidade média, bem como a média e o desvio padrão foi calculado para cada local do peixe parasitado e época de coleta dos peixes. Os exemplares capturados tiveram o comprimento padrão médio e desvio padrão de 13,4 ± 0,971 cm e peso total médio de 107,535 ± 21,969 g.
RESULTADOS:
Dos 34 peixes analisados 100% estavam infectados nas brânquias com parasitas pertencentes à classe Monogenoidea, 55,9% estavam infectados nos intestinos com parasitas pertencentes à classe Nematoda e nos outros órgãos, como cecos pilóricos, narinas e estômago não foram encontrados parasitos. A média e o desvio padrão dos parasitas branquiais foi 348 ± 272,63 parasitos na enchente e 64,5 ± 39,599 na vazante, nos intestinos 28,2 ± 119,29 na enchente 1,14 ± 2,95 na vazante. A Intensidade Média nas brânquias de 431,9 na enchente e 79,8 na vazante e nos intestinos 37,5 na enchente e 4 na vazante. Em 15% dos peixes foram observados cistos nas cavidades branquiais, possivelmente causados pela ação de parasitos.
CONCLUSÃO:
Assim como para toda a fauna aquática, o período de enchente é uma estação de aumento da biomassa, habitats e nutrientes, a fauna de crustáceos parasitas também responde positivamente a estes estímulos, como os branquiúros e copépodos na Amazônia Central. Possivelmente, os resultados obtidos neste trabalho, com a maior ocorrência de monogenodeos e nematodas na enchente deve-se ao fato de P. nattereri ser um peixe de hábito carnívoro e a fartura de alimentos disponíveis na enchente, propicie a dispersão dos parasitas. O fator hidrológico foi importante na composição quantitativa da fauna parasitária, com valores altos de abundância dos monogenéticos nos dois períodos, estes parasitos apresentam ciclo direto o que reforça a permanência de P. nattereri nestes ambientes. Contudo, os dados deste trabalho sugerem que novas pesquisas devem ser realizadas para comprovar esta tendência, pois cada parasito apresenta um ciclo de vida diferente e outros fatores podem estar relacionados.
Instituição de Fomento: Centro Universitário UniNilton Lins
Palavras-chave: Fauna Parasitária, Ciclo Hidrológico, Piranha-caju.