61ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
O MULTICULTURALISMO NA ESCOLA, UM DESAFIO NO TRABALHO DOCENTE?
Cintia Berti Publio 1
João Luiz Gasparin 1, 2
1. Universidade Estadual de maringá/UEM
2. Orientador
INTRODUÇÃO:

INTRODUÇÃO

Este trabalho teve como objetivo analisar a perspectiva multi/intercultural na escola. Buscou avaliar como esta temática é trabalhada por parte dos docentes e da cultura escolar. Deste modo, constatou-se o caráter homogeneizador por parte das metodologias e didáticas aplicadas. Nesta perspectiva buscou-se compreender como essa problemática desafia a instituição escolar e, de modo especial, os professores em sua ação docente.

Para Candau (2002, p.51-52), “urge ampliar este enfoque e considerar a educação intercultural como um princípio orientador, teórica e praticamente, dos sistemas educacionais na sua globalidade”; assim ela analisa também que “a desconexão entre a cultura escolar e a cultura social de referência dos alunos e alunas tem sido ultimamente denunciada por inúmeros autores e evidenciada por diversas pesquisas”. Constatou-se a importância de se trabalhar tal temática para compreender uma exigência que a sociedade vem travando ao longo do tempo, a fim de responder questões como o fracasso escolar, o direito à diferença e o direito à igualdade, e razões das dificuldades que certos alunos encontram em obter êxito escolar.

METODOLOGIA:

METODOLOGIA

O trabalho de investigação, de caráter teórico-descritivo, buscou compreender como o multi/interculturalismo atual é uma expressão das novas exigências de trabalho docente-discente. Verificou-se que uma das dificuldades de vivenciar pedagogicamente a multi/interculturalidade é a didática monocultural utilizada pelos docentes, quando  a escola  “passa a ser vista não somente com o local de instrução mas também como “arena cultural” onde se confrontam as diferentes forças sociais, econômicas, políticas e culturais em disputa pelo poder”.(GABRIEL, 2002, p. 18).  Deste modo, exige-se uma nova concepção, um novo conceito de didática para trabalhar em uma perspectiva multi/intercultural. Assim, “não basta mais lutar apenas contra as desigualdades sociais, mas é preciso também buscar estratégias onde as diferenças culturais possam coexistir de forma democrática”. (GABRIEL, 2002, p.19). Nesta perspectiva, o trabalho buscou oferecer elementos para que as práticas pedagógicas possam ser repensadas e/ou reinventadas, incorporando, de maneira crítica, a questão das diferenças culturais, na pluralidade de suas manifestações e dimensões.

RESULTADOS:

RESULTADOS

Na abordagem histórico-crítica, a didática propõe o trabalho dos conteúdos escolares de forma contextualizada em todas as áreas do conhecimento humano, compreendendo os conhecimentos em suas múltiplas faces dentro do todo social,, visando assim a participação ativa do aluno, com o professor articulando seu conhecimento empírico. Segundo Gasparin (2007, p. 6) “essa nova forma pedagógica de agir exige que se privilegiem a contradição, a dúvida, o questionamento; que se valorizem a diversidade e a divergência [...]”. A partir desta afirmação, o meio em que os alunos vivem, ou seja, a prática social geral, na qual todo o grupo se insere , torna-se uma proposta de didática que valoriza o conhecimento e a cultura que esses educando possuem.

Visando esta perspectiva, as salas de aula devem ser espaços de lidar com o conhecimento sistematizado, construir significados, reforçar, questionar e construir interesses sociais, formas de poder, de vivências que tem necessariamente uma dimensão antropológica, política e cultural.  O professor trabalharia o conteúdo na diversidade cultural, de tal maneira que os alunos aprendessem as múltiplas formas de cultura que compõem a sala de aula: a multi/interculturalidade.

CONCLUSÃO:

CONCLUSÃO

A dimensão monocultural da escola fica evidenciada por diversas pesquisas. “A cultura escolar predominante nas nossas escolas se revela como “engessada”, pouco permeável ao contexto em que se insere, aos universos culturais das crianças e jovens a que se dirige e a multiculturalidade das nossas sociedades”.(CANDAU, 2002, p.53). Assim, não há uma solução para o problema, mas uma proposta de estudo neste campo, pois cabe a cada docente construir seu discurso, sua narrativa, seu cotidiano, buscando seus próprios caminhos em educação multicultural, construindo um novo processo de ensino-aprendizagem, uma nova didática para uma nova cidadania, levando em conta a origem cultural dos alunos, considerando a relevância da temática e a importância de implementação na escola de uma didática multi/intercultural.

Palavras-chave: Multiculturalismo, Didática, Escola.