61ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 1. Geografia Humana |
UMA ABORDAGEM GEOGRÁFICA DA DESCENTRALIZAÇÃO DOS FLUXOS TURÍSTICOS EM PERNAMBUCO: AS ROTAS DO LITORAL AO SERTÃO |
Márcia Maria da Silva 1 Fabiana Alves Nunes da Silva 1 Maria Vanessa Nunes do Carmo 1 Ruy Batista Pordeus 1 |
1. Universidade Federal de Pernambuco |
INTRODUÇÃO: |
Em Pernambuco o governo tenta expandir o turismo do litoral para o agreste e sertão, através de novos locais com potencialidades para tal empreendimento. Considerando-se a abordagem geográfica da descentralização dos fluxos turísticos em Pernambuco: as rotas do litoral ao sertão, fez-se um diagnóstico cujo procedimento foi elaborado a partir de observações feitas através das rotas do Gangaço e Lampião, rota Luiz Gonzaga, rota dos Engenhos e Maracatu, rota da Crença e da Arte e rota do Sertão do São Francisco – situadas no Agreste e Sertão Pernambucano. Identificou-se que elas tinham o objetivo de desenvolver o interior do estado e que as mesmas possuem um caráter predominantemente cultural, sendo de suma importância para a preservação da memória artístico-cultural. Nelas é possível encontrar vinícolas em pleno sertão nordestino, sítios arqueológicos e um número elevado de grutas e rochas esculpidas pela erosão, alambiques e pequenos engenhos rapadureiros entre outras potencialidades. Nos procedimentos metodológicos utilizou-se para a pesquisa os levantamentos bibliográficos, fortalecidos com análise de dados estatísticos do governo, bem como pesquisa de campo, para então atingir os resultados e conclusões. |
METODOLOGIA: |
Em uma primeira fase foi realizado um levantamento e leitura bibliográfica a cerca dos assuntos relacionados ao turismo, ao espaço geográfico e ao território, buscando informações através de livros, revistas, monografias e dissertações. Em seguida foram coletados dados estatísticos obtidos através do site do governo de Pernambuco e analisados gráficos, tabelas, como também consultas a mapas do estado e do RADAMBRASIL. Em uma segunda fase, além das atividades de gabinete - análise e interpretação do material coletado - foram realizadas visitas a campo para observação “in loco” buscando fazer uma analogia do material que foi levantado confrontando com a realidade vivenciada na região. Para isso foram realizados, entrevistas e registros fotográficos. Na etapa final da pesquisa os resultados foram discutidos com alunos da graduação do curso de licenciatura em geografia, a fim de obtenção de outros pontos de vistas que não fossem apenas os dos moradores das áreas por onde passam as rotas turísticas. |
RESULTADOS: |
Os principais destinos turísticos em Pernambuco muitas vezes ainda estão situados na faixa litorânea, mas o estado tem diversos outros atrativos para a prática do turismo, cujos encantos podem ser desde físico-ambientais até culturais. Foi visando esses dotes que o Governo fez algumas tentativas de expandir e realocar os fluxos turísticos. Em decorrência da pesquisa realizada, observou-se que a forma como vem ocorrendo o planejamento do espaço, ou seja, a reorganização dos destinos turísticos não está sendo praticada de forma satisfatória, pois as principais rotas não atendem a finalidade para a qual se destinam, a exemplo, as rotas do Cangaço e Lampião; Luiz Gonzaga e do Sertão do São Francisco que ficam no interior do Estado. Apesar do incentivo governamental sobre o turismo no Agreste e no Sertão, se observou que muitas vezes as rotas existem meramente no papel, visto que na prática deixa-se muito a desejar por falta de infra-estrutura e pouca divulgação na mídia. O pouco fluxo pode ser explicado, visto que, a maioria dos turistas ainda é do tipo psicocêntrico, ou seja, aqueles turistas que preferem lugares onde tenham bastante conforto no que se refere a pousadas, hotéis, etc., além de tudo, ele é representado em sua maioria por àqueles que vão apenas para visitar familiares. |
CONCLUSÃO: |
Apesar da iniciativa de criação dessas rotas, elas não estão conseguindo atingir o objetivo para o qual foram criadas, pois o empreendimento não vem sendo aplicado de forma satisfatória por parte do governo do estado, uma vez que o fluxo turístico que trafega por tais rotas ainda é pequeno, em parte porque as infra-estruturas e os incentivos destinados não são suficientes. Observou-se que a reorganização espacial dos fluxos turísticos não conseguiu atingir os objetivos esperados também no campo econômico e social, visto que o fluxo de capital e a geração de renda que deveriam ser alavancados pela implementação das rotas turísticas ainda não se fazem significativas. Apesar de o turismo ser capaz de modelar os territórios onde ele se instala, no caso das rotas ainda precisa-se de mais incentivos no âmbito estratégico, como por exemplo, a implantação e reformas de aeroportos e rodoviárias requisitos básicos para o bom funcionamento da atividade turística. Além disso, deve-se levar em consideração a divulgação dessas rotas não só dentro do estado de Pernambuco, mas também divulgá-las de forma massiva nos outros estados do país. |
Instituição de Fomento: Universidade Federal de Pernambuco |
Palavras-chave: Diagnóstico do Turismo em Pernambuco, Descentralização, Destinos Turísticos. |