61ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 1. Antropologia - 1. Antropologia da Religião |
FESTA DE SANTO E O APRENDIZADO DA REZA |
Beleni S. Grando 1 Neide S.Campos 2 Maria Rita S. Pereira 1 Eva Batista S. Silva 1 |
1. Universidade do Estado de Mato Grosso 2. Universidade Federal de MAto Grosso |
INTRODUÇÃO: |
A presente pesquisa integra ao projeto de pesquisa e extensão Corpo e Educação: festas e jogos como forma de mediações interculturais em relações de fronteiras étnicas e culturais |
METODOLOGIA: |
Pesquisa qualitativa, de cunho etnográfico. A pesquisa qualitativa prevê o contato direto das pesquisadoras com seu campo de pesquisa, e nesse sentido, o campo de investigação empírica foram às festas de santo, para diagnosticar quem são as pessoas que detém os saberes da reza. No final de 2008 e início de 2009, foram realizadas pela equipe do COEDUC, entrevistas com estas autoridades culturais. Recorremos para registro à câmara digital, filmadora e gravador, para realizarmos as entrevistas semi-estruturadas que busca compreender quem são, por que rezam, como transmitem seus ensinamentos, e como aprenderam a rezar. Como fonte de pesquisa recorremos a cerca de 20 cadernos de reza, que foram digitalizados a fim de dar retorno aos sujeitos, atendendo a uma solicitação durante pesquisa. Pretende-se assim, ao final da pesquisa organizar um acervo como “livro de reza”, devolvendo aos sujeitos suas histórias e saberes, valorizando-os e contribuindo para a transmissão e manutenção das rezas populares nas festas de santo. Nesta pesquisa dialogamos com Pessoa (2005), Grando (2007), Mauss (1999), Steil (2001), Fleuri (1998), Geertz (2008). |
RESULTADOS: |
Os rezadores estão distribuídos nos diversos bairros da cidade de Cáceres, atendem sua própria comunidade, os bairros adjacentes, comunidades rurais, além de alguns viajarem para atender outras cidades do estado de Mato Grosso. Encontramos mais mulheres exercendo este ofício, ao contrário do que acontece com o cururu, cujo espaço é privilégio dos homens. No entanto, alguns homens que são cururueiros também tiram a reza. Os motivos que levaram estes sujeitos a tirar a reza, não se diferem muito, alguns se tornaram rezadores pela necessidade de autoridades locais que pudessem manter o ritual festivo. Outros para cumprir uma promessa de graça alcançada. Entre as rezadoras/res, a maioria procura transmitir esses ensinamentos as novas gerações, porém alguns se mostram descontente com o fato dos jovens não terem interesse |
CONCLUSÃO: |
A reza é um elemento fundamental na festa de santo. É através dela que o promesseiro cumpre a promessa ao santo de devoção, e quando não há possibilidade de realização da festa com todo o ritual: cururu, levantamento de mastro, dança, esta se mantém pela presença da reza tirada por uma autoridade constituída coletivamente. Nas palavras de Geertz (2008, p.4), “O homem é um animal amarrado a teias de significados que ele mesmo teceu” e continua tecendo, ao transmitir valores, normas e tradições em sua maneira de fazer e de ser, de pensar e de amar, garantindo a vida |
Palavras-chave: Cultura Popular, Festa de Santo, reza . |