61ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 3. Ecologia Terrestre |
OCORRÊNCIA DE PRIMATAS EM FRAGMENTOS FLORESTAIS DE TERRA FIRME NO MUNICÍPIO DE TEFÉ, AMAZONAS. |
Luciane Lopes de Souza 1 Márcia Corrêa Baraúna 1 Jesuley Lopes Holanda 1 Wandresson Rodrigo Martins de Castro 1 |
1. Universidade do Estado do Amazonas – Centro de Estudos Superiores de Tefé |
INTRODUÇÃO: |
A Amazônia é a região mais diversa em primatas neotropicais com 14 gêneros descritos, sendo que cinco ocorrem exclusivamente na região. Mesmo em pleno século XXI ainda ocorrem descobertas de novas espécies de primatas amazônicos. Lamentavelmente, seus hábitats estão sendo invadidos e gravemente ameaçados pelo desmatamento e queimadas, por isso a sobrevivência destas espécies corre um risco considerável. Em algumas áreas do Médio Solimões é esperado encontrar até mais de 12 espécies, entretanto, poucos estudos foram desenvolvidos para obter dados mais concretos sobre tal diversidade. Este estudo representa os primeiros registros sobre a ocorrência de primatas em três diferentes fragmentos florestais nas proximidades da área urbana da cidade de Tefé no estado do Amazonas: Comunidade da Missão, Reserva Flora Agrícola (Comunidade da Agrovila) e Estrada da EMADE, visando investigar dados quali-quantitativos sobre a ocorrência de primatas, incluindo os principais fatores que limitam a conservação dessas populações na natureza. |
METODOLOGIA: |
A coleta de dados ocorreu no período de maio de |
RESULTADOS: |
Em todos os levantamentos registrou-se a presença de cinco espécies de primatas: Saguinus mystax (sagüi ou sauim), Saimiri sciureus (macaco-de-cheiro), Cebus apella (macaco-prego), Callicebus moloch (zogue-zogue) e Lagothrix lagothricha (macaco-barrigudo). Na Comunidade da Missão em |
CONCLUSÃO: |
Das espécies esperadas para a região somente foram confirmadas pelo presente estudo a presença de cinco, sendo que houve indicação por moradores locais de outras espécies, incluindo Aotus sp., popularmente conhecido por macaco-da-noite. Os resultados indicam que S. mystax (espécie comum a todos os sítios de estudo) é um primata muito tolerante à pressão antrópica da região, ao contrário de espécies de médio a grande porte como Alouatta seniculus, que não foi avistado em nenhum dos levantamentos. O processo de fragmentação de hábitat parece ser o principal fator que está contribuindo para o baixo número de espécies avistadas nesta área, visto que a fragmentação e a perda da cobertura vegetal comprometem a locomoção, abrigo e disponibilidade de recursos alimentares para as espécies, deixando-as mais expostas a predadores e a maiores riscos de extinção local. Reforça-se a necessidade de ampliar as investigações para se conhecer melhor a ocorrência dos primatas desta porção da Amazônia, bem como sua ecologia e comportamento. |
Instituição de Fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa na Amazônia |
Palavras-chave: Primatas, Amazônia, Conservação. |