Muito embora o livro didático não seja o único material de que os professores se valem no processo de ensino-aprendizagem, percebe-se que ele pode ser decisivo para a qualidade do aprendizado resultante das atividades escolares. E, em muitos lugares, ele tem sido a única ferramenta pedagógica presente na prática de milhões de professores. Em 2008, o MEC/FNDE dando continuidade à política de universalização progressiva do Programa Nacional do Livro didático para o Ensino Médio – PNLEM oportunizou a escolha dos livros de História aos professores destas disciplinas. Esta escolha, segundo orientações do MEC, deveriam ter sido feitas pautadas nos pareceres dos especialistas do MEC contidos no Guia Nacional do Livro Didático. Então, percebe-se que muito mais importante do que adquirir um livro didático, é necessário saber escolhê-lo por meio de um trabalho pedagógico coletivo. Desse modo, este trabalho procurou investigar o processo de escolha do livro didático pelos professores de História do ensino médio das escolas estaduais do estado do Amapá na cidade de Macapá. Visto o montante de verba pública empregada na compra desta tecnologia.

Participaram dessa pesquisa 20 professores de História de 05 escolas de ensino médio da rede estadual de ensino na cidade de Macapá. O estudo envolveu a aplicação de um questionário com cada um dos sujeitos, contendo questões fechadas. As questões contidas no instrumento foram tabuladas e analisadas numa abordagem quantitativa.

Os resultados desta pesquisa mostraram que 65% dos professores entrevistados foram convidados a participar da escolha do livro didático, enquanto que apenas 35% disseram não terem sido convidados. Com relação ao conhecimento sobre o Programa Nacional do Livro didático para o Ensino Médio – PNLEM, 55% disseram conhecer o programa e 45% disseram não o conhecer. Sobre o conhecimento a respeito do Guia Nacional do Livro Didático, 30% afirmaram conhecê-lo, enquanto que 70% declararam não ter conhecimento do mesmo. Quando indagados se estudaram na graduação o Processo de escolha do Livro didático, 25% disseram que haviam estudado, 60% afirmaram que não haviam estudado o processo na graduação e 15% não responderam a questão. Com relação aos 65% dos professores que afirmaram terem sido convidados a participar do processo de escolha do livro didático de História, 46,1% declaram que escolheram o livro didático manuseando os exemplares enviados pelas editoras para a escola, 23% levaram em consideração o Guia nacional do Livro didático, 15,3% consideram a seqüência dos conteúdos, 7,6% disseram considerar os aspectos gráficos dos livros e outros 7,6% afirmaram que consideram outros aspectos na hora da escolha do livro.

Após análise dos resultados do presente estudo, conclui-se que é necessária a formulação de políticas públicas efetivas para a formação continuada dos professores de História da rede estadual de ensino com relação ao processo de escolha do livro didático. Por outro lado, é também necessário que as instituições de formação inicial possam repensar suas propostas curriculares no que concerne ao Programa Nacional do Livro Didático, procurando trabalhar o processo de escolha e uso do livro de forma mais aprofundada.