60ª Reunião Anual da SBPC




F. Ciências Sociais Aplicadas - 2. Gestão e Administração - 1. Crescimento, Flutuações e Planejamento Econômico

MICROEMPRESAS: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DE SUA EXTINÇÃO PREMATURA E SEUS REFLEXOS NA ECONOMIA DA CIDADE DE JUIZ DE FORA.

Nady Ferreira Fialho3
Luciana Novaes Vieira Ferreira4
Sueli Mendonça Martins4
Karen Estefan Dutra1

1. Profa. Ms Coordenadora de Administração - Vértice - Orientadora
3. Graduanda em Administração - Vértice
4. Unipac - Juiz de Fora


INTRODUÇÃO:
As mudanças exigidas pelos ambientes se tornam cada vez mais desafiadoras. A empresa do futuro, terá que estar sempre em constante adaptação, eliminando antigos paradigmas e se remodelando de acordo com a exigência do mercado. Diante desse ambiente competitivo, grandes empresas e empresas tradicionais estão desaparecendo e muitas vão desaparecer por uma única razão: o processo de globalização ainda se encontra em formação, visto que, a economia mundial ainda atravessa uma fase de grandes transformações (HARTUNG, 2002). Dentro deste novo contexto, muitas organizações se sentem despreparadas. Para ter sucesso, ou mesmo para se manter no mercado essas empresas terão que sair de suas zonas de conforto, para começarem a agir em prol de sua própria sobrevivência. Todas as organizações passarão sempre por uma seleção natural, sejam elas, grandes, médias, pequenas ou microempresas. Neste ambiente, onde todas as organizações se sentem ameaçadas, existe um setor, que apesar de crescente em nosso país, pois conforme o SEBRAE (2002) no período de 1990 a 1999 foram constituídas no Brasil 4,9 milhões de empresas, dentre as quais 2,7 milhões são microempresas, é também, o setor que apresenta o maior índice de mortalidade. Portanto, quais fatores são relevantes para evitar a extinção prematura das microempresas na economia da cidade de Juiz de Fora? A presente pesquisa visa tratar da extinção prematura das microempresas na região de Juiz de Fora, investigando os fatores que inviabilizam a atividade dessas organizações em um período de vida superior a 2 anos e detectando pontos importantes para a sobrevivência das mesmas.

METODOLOGIA:
A presente pesquisa visa estudar o campo das empresas brasileiras de micro porte. O estudo não pretende abordar todas as regiões, ele abrange apenas as microempresas da cidade de Juiz de Fora, para que a pesquisa não se tornasse extensa demais e, talvez, inconclusiva. Seu intuito está, em um campo mais restrito, visando identificar as principais causas e consequências de extinção prematura das microempresas de Juiz de Fora. Visa também, detectar estratégias para a realização de mudanças que permitam reduzir o índice de mortalidade das mesmas, promovendo a adaptação aos novos tempos. A pesquisa foi desenvolvida a partir de uma pesquisa de campo com os sindicatos da cidade. O universo se refere aos representantes de cada setor: hotelaria, bares e restaurantes, metalúrgico, vestuário, gráfico, entre outros. A amostra é intencional, onde foram escolhidos os presidentes dos órgãos responsáveis em cada setor. A coleta de dados foi feita através de questionários que captaram depoimentos dos dirigentes dos sindicatos, sendo estes dirigentes, empresários do setor, o que possibilitou uma melhor análise e interpretação dos dados.

RESULTADOS:
Todo ano, as juntas comerciais registram a abertura de aproximadamente 470 mil novas empresas no país. Muitas não chegam nem ao segundo ano de vida. A escassez e o alto custo do crédito, as dificuldades gerenciais e o peso da carga tributária estão entre os principais motivos que levam a metade das microempresas a fecharem suas portas. Muitas microempresas nascem de uma intuição simples que leva a pessoa empreendedora a julgar-se capaz de fazer o mesmo que outros. Nos setores onde as barreiras de entrada são pouco importantes - confecções, calçados, móveis -, é fácil encontrar zonas geográficas nas quais se desenvolveu certa concentração de microempresas. Pela grande facilidade, os microempresários - muitos sem nenhuma experiência - acreditam que fazer parte do mercado é algo simplório e cheio de possibilidades. As possibilidades existem, contudo, para aquele perfil de empreendedor, capaz de superar as ameaças e seus pontos fracos e aproveitar ao máximo as oportunidades. Segundo a pesquisa podem ser descritos dois fatores mais citados que inviabilizam a atividade das microempresas que são a alta carga tributária e o déficit de uma gestão adequada, agregada também a mão de obra desqualificada. Já em relação aos fatores que viabilizam a atividade das microempresas o ponto mais abordado foi o conhecimento empresarial, sendo o segundo mais citado, o espírito empreendedor. Apesar dos pontos identificados, eles não são únicos e geralmente não têm o poder de isoladamente destruir ou fortalecer a vida de uma empresa. Contudo, deve-se levar em consideração que dificuldades estarão sempre presentes, mas a preparação profissional é vital, para que o desenvolvimento aconteça.

CONCLUSÕES:
O estudo de caso demonstra claramente alguns pontos de vista que levam a fazer uma discussão de como a administração dos fatores internos e dos fatores externos influenciam na permanência das microempresas no mercado. Como motivos externos tem-se: o tratamento indiferenciado da legislação a qualquer tipo de empresa, seja ela pequena, média ou grande, nacional, multinacional ou governamental, de capital intensivo ou mão-de-obra intensiva, no início de atividade ou já adulta; o baixo volume de crédito disponível para estas empresas, tanto os banqueiros quanto as grandes empresas classificam estas empresas como de alto risco e por isso evitam conceder-lhes crédito ou reduzem-no ao mínimo, aquém das suas necessidades e a grande atratividade que as grandes empresas exercem sobre o mercado de trabalho, pois a grande empresa, além de melhores salários, oferece um grande número de benefícios que estão fora do alcance da micro oferecer. Paralelamente a estas dificuldades externas, a microempresa possui problemas de ordem interna, como: baixa capacidade de adaptação a mudanças no seu meio ambiente; estreita vinculação empresa-empresário; poucos recursos financeiros da pequena empresa e baixa qualidade dos empregados. Os pontos mencionados demonstram o esforço das empresas em questão estarem constantemente se adequando ao mercado. Algumas dificuldades são visíveis, entretanto, as decisões devem ser tomadas percebendo a necessidade de adaptação, de aprendizado e de inovação constante. Pois, a permanência das microempresas no mercado por dois anos ou mais não está atrelada a sorte, mas à percepção dos dirigentes em relação ao mercado.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Mortalidade das microempresas, Administração, Adaptação

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