60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 18. Educação

AS ATIVIDADES ESCOLARES E A ESCOLA NA VISÃO DAS CRIANÇAS QUE FREQÜENTAM A SEGUNDA SÉRIE DE UMA ESCOLA RURAL DO MUNICÍPIO DE IJUÍ/RS

Luciléia Belter1
Noeli Valentina Weschenfelder1, 2

1. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUI
2. Prof. Drª. - Orientadora


INTRODUÇÃO:
O presente trabalho faz parte do projeto de pesquisa de iniciação científica “As atividades escolares e as professoras na visão das crianças da escolarização inicial”, realizado em uma escola rural do município de Ijuí. Trata-se de um exercício reflexivo com base nas contribuições da Sociologia da Infância, da Antropologia e dos Estudos Culturais, como possibilidade de trazer um novo olhar para as crianças da escola. Tais estudos nos interessam, pois enfatizam a necessidade de pesquisas com as crianças que freqüentam a instituição escolar. Leituras de pesquisas realizadas com crianças no Brasil e em Portugal nos mostram as contribuições de tais produções científicas para o campo educacional. O debate sobre a criança como um ator social, está conquistando maior espaço entre os pesquisadores, os quais buscam conhecer um pouco mais sobre as culturas infantis. O pôster pretende mostrar uma investigação realizada, cujo objetivo foi investigar como as crianças percebem a escola, as atividades nela propostas e as professoras.

METODOLOGIA:
Os recursos metodológicos foram pensados partindo da compreensão da criança como um ator social, considerada produto de uma cultura mais ampla, mas também produtora de formas culturais infantis, a qual necessita ser percebida e valorizada na sua condição de criança. Os sujeitos da pesquisa são crianças que freqüentam a segunda série do Ensino Fundamental de uma escola estadual, situada no interior do município de Ijuí, turno da tarde. Os referenciais utilizados na pesquisa consideram a criança um sujeito sociocultural, com direito de cidadania no seu tempo e espaço de convivência. Foi nesse sentido que criamos estratégias para escuta de vozes infantis, utilizando as várias linguagens para geração de dados, sempre partindo do ponto de vista da criança. Para que isso fosse possível, tomou-se emprestado da antropologia algumas ferramentas metodológicas para coleta de dados. Iniciamos, portanto, a coleta de dados, primeiramente com as observações registradas em diário de campo, dando seqüência com as entrevistas previamente elaboradas, e produção de imagens fotográficas partindo daquilo que era dito pelas crianças.

RESULTADOS:
Após as observações, seguindo o roteiro de entrevistas previamente elaborado, cada criança falou sobre sua situação socioeconômica, incluindo temáticas como: trabalho, família, moradia, escola e as atividades pedagógicas. Tais temáticas possibilitaram conhecer um pouco a criança para além da escola. Estes dados foram importantes para melhor compreendermos o que os alunos falam sobre a escola e os significados que dão para esta instituição. Os dados gerados e coletados nos mostram elementos importantes sobre o modo como as crianças vêem a si e à escola. Dizem como percebem o esquecimento por parte dos educadores da sua condição de criança e falam dos tempos e espaços adequados para brincar e estudar na escola. As vozes infantis merecem e têm o direito de serem ouvidas e consideradas para que possamos, como educadoras, incluir a participação infantil nos planejamentos escolares, exercitando os direitos da criança na escola.

CONCLUSÕES:
A metodologia utilizada foi na perspectiva de coletar e gerar dados que possam expressar o que pensam as crianças sobre a escola, além de mostrar para a própria criança a possibilidade de exercer o direito de falar e de ter uma escuta atenta e sensível. Ao falar, ouvir, ver, pensar, pintar, escrever, as crianças estão tecendo a sua história e a forma como percebem e se percebem na história, na sociedade e na escola. Compreender esta forma de pensar das crianças, sobre os assuntos que lhes dizem respeito, nos viabilizará condições de pensar melhorias nas instituições de ensino, que contemplem a voz da criança, transformando a escola como lugar privilegiado da infância.

Instituição de fomento: CNPq

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  escola, culturas infantis

E-mail para contato: lucileia.belter@unijui.edu.br