G. Ciências Humanas - 1. Antropologia - 2. Antropologia da Saúde
PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA E A DIMENSÃO SOCIAL DA DOENÇA: COTIDIANO E PRÁTICA DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE.
ANA PAULA DE MELO LIMA1 FLÁVIA VIDAL MAGALHÃES1 LUCIANO PADILHA DOS PRAZERES1 PAULA GUEDES BIGOGNO1 Octavio Andres Ramon Bonet1, 3 Fátima Regina Gomes Tavares2, 4
1. Universidade Federal de Juiz de Fora/ Departamento de ciências sociais 2. Universidade Federal de Juiz de Fora/Departamento de ciência da religião 3. Prof. Dr. Orientador 4. Profa. Dra. Co-Orientadora
INTRODUÇÃO:O Programa Saúde da Família (PSF) teve início em 1994 como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial tradicional com a proposta de uma percepção ampliada de saúde incorporando seus condicionantes sociais. O Agente comunitário de saúde (ACS) é membro da equipe e um elemento importante e fundamental para o programa, já que é visto como um elo entre a comunidade e os serviços de saúde. O trabalho pretende analisar como os agentes comunitários de saúde (ACS) lidam com a dimensão social da doença, isto é, os problemas sociais que estão “por trás” da doença e se inserem na proposta de cuidado integral que o Programa Saúde da Família busca implementar. Nosso interesse é perceber, como os princípios do PSF (promover ações de amparo e prevenção; a idéia de integralidade; contemplar novas dimensões do cuidado) são vivenciados na prática cotidiana destes profissionais e na sua relação com os usuários. Este trabalho insere-se num projeto maior intitulado “Experiência terapêutica no âmbito do Programa Saúde da Família em Juiz de Fora – Minas Gerais” desenvolvido na Universidade Federal de Juiz de Fora, financiado pelos programas BIC/UFJF, PIBIC/CNPq e PROBIC/Fapemig.METODOLOGIA:A metodologia utilizada foi o trabalho etnográfico com observação participante que se deu no acompanhamento do cotidiano dos ACS, tanto no espaço da UBS quanto nas visitas domiciliares. Foram realizadas ainda entrevistas com usuários e demais membros da equipe do PSF. A pesquisa foi desenvolvida em uma Unidade Básica de Saúde da Zona Sul da cidade de Juiz de Fora – MG.RESULTADOS:A proximidade dos agentes com os usuários, devido ao fato de residirem no seu ambiente de trabalho, tem conseqüências importantes. A posição de “intermediário” do ACS faz dele um personagem híbrido na sua relação com o usuário, pois é ao mesmo tempo membro da comunidade onde atua (viso como o amigo, o vizinho) e o profissional de saúde.CONCLUSÕES:Notamos no discurso nativo que há uma percepção comum de que a dimensão social da doença extrapola seu trabalho de ACS e representa o limite de sua possibilidade de intervenção o que, por sua vez, ocasiona um sentimento de impotência já que frente a esta dimensão nada, ou quase, nada, podem fazer. Ao final da, percebemos que tal dimensão que constitui a proposta de atendimento integral que o programa busca implementar é vista não só como o limite de possibilidade de intervenção dos profissionais da equipe, mas também como o limite de possibilidade de intervenção do próprio PSF.
Instituição de fomento: BIC/UFJF, PIBIC/CNPq e PROBIC/Fapemig
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave: Programa Saúde da Família, Agentes Comunitários de Saúde, Dimensão social da doença
E-mail para contato: octabon@bighost.com.br
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