60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

A osteoporose é uma desordem esquelética caracterizada pelo comprometimento da resistência óssea, que predispõe a ocorrência de fraturas. Uma vez que a osteoporose pode ocorrer também em indivíduos do sexo masculino, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a densidade mineral óssea pelo método de densitometria óssea de dupla emissão com fontes de raios-x (DEXA) em comparação com as respostas biomecânicas dos fêmures de cobaias orquiectomizadas, tendo como padrão comparativo fêmures de cobaias inteiras.

METODOLOGIA:

Foram utilizadas 12 cobaias Cavia porcellus, linhagem Hartley dukin variedade inglesa, machos, com idade inicial variando de 21 a 27 dias e peso médio de 270 gramas. Os animais foram divididos, mediante sorteio, em dois grupos experimentais eqüitativos: grupo I – castrado, grupo II – inteiro (controle). Com 31 ou 33 semanas de idade, correspondente a sete meses de pós-operatório, todos os animais foram submetidos à eutanásia e, em seguida, os corpos foram congelados. Para o exame do DEXA (Densitômetro Lunar, modelo DPX Alpha), os ossos foram avaliados individualmente em posição craniocaudal, sendo que as medidas do fêmur direito foram obtidas na diáfise média do osso na região cortical e as do fêmur esquerdo na região do colo, de forma a se obter equivalência com os ensaios de resistência mecânica. No fêmur direito foi realizado ensaio de flexão de três pontos e no fêmur esquerdo ensaio de compressão axial, com o emprego de Máquina Universal de Ensaios Mecânicos (EMIC DL 10000).

RESULTADOS:

Os resultados obtidos foram avaliados estatisticamente por amostras independentes (densitometria e resistência mecânica) pelo método teste t de Student. Adicionalmente, estudaram-se as associações entre as variáveis (densitometria versus resistência mecânica) pelo método de Correlação Linear de Pearson. Pela análise densitométrica observou-se diferença significativa entre os grupos quanto à mensuração na região do colo femoral, sendo no grupo II maior (p<0,05) que no grupo I; entretanto, na diáfise média não ocorreu diferença entre os grupos. O coeficiente de rigidez, obtido com o ensaio de flexão de três pontos (fêmur direito), mostrou que os corpos de prova do grupo II apresentaram aumento da resistência (p<0,01). Contudo, não houve diferença de carga máxima. O índice de correlação entre carga máxima (N) e densidade mineral óssea (g/cm²) foi positivo (r = 0,85; p<0,001) no fêmur esquerdo.

CONCLUSÕES:

Baseado nos resultados obtidos concluiu-se que: a privação hormonal leva a uma diminuição da densidade mineral óssea, especialmente na região do colo do fêmur, e diminuição da rigidez óssea na diáfise média do fêmur; a manutenção da densidade mineral óssea não implica em aumento na resposta biomecânica.

Instituição de fomento: Cnpq

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave: Densitometria óssea, DEXA, Resistência mêcanica

E-mail para contato: crisestanislau@hotmail.com