60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 3. Saúde de Populações Especiais

PERFIL FÍSICO E RISCOS À SAÚDE ENTRE PROFISSIONAIS DE SAÚDE MENTAL DO CAPS DE GUANAMBI - BA

Ricardo Franklin de Freitas Mussi1, 4, 5
Cláudio Bispo de Almeida1
Gênesis de Oliveira Rocha2
Fábio Fernandes Flores2
Valmir Batista Neves Filho3

1. Prof. Universidade do Estado da Bahia
2. Acadêmico da Universidade do Estado da Bahia
3. Esp. em Atividade Física, Saúde e Sociedade
4. Prof. Colégio Estadual João Durval Carneiro
5. Esp. em Fisiologia do Exercício e em Treinamento Desportivo Avançado


INTRODUÇÃO:
A relação entre o trabalho e a saúde/doença esta presente desde a Antigüidade, sendo mais presente a partir da Revolução Industrial, nem sempre recebeu atenção. Afinal, na escravidão ou servidão, não havia preocupação em preservar a saúde dos trabalhadores (NOSELA, 1989). No entanto, hoje é possível reconhecer problemas de saúde devido à gordura corporal, seja individual ou coletivamente, sendo essa situação frequentemente relacionada ao aumento de incidência da síndrome metabólica e das doenças crônico-degenerativas. Assim, justificam-se ações voltadas para a identificação e análise dos riscos a saúde pela gordura corporal, por protocolos cineantropométricos, como Índice de Massa Corporal (IMC), Relação Cintura-Quadril (RCQ), Circunferência de Cintura (CC), Índice de Conicidade (IC) e Gordura Corporal Total (GCT). Visto que as validações de riscos podem interferir negativamente nas ações profissionais e pessoais dos trabalhadores da área de saúde. Assim, o objetivo desse estudo foi determinar o perfil físico e risco à saúde entre os profissionais do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Guanambi/Ba.

METODOLOGIA:
O estudo é caracterizado por abordagem quanti-qualitativa, de campo, com cunho transverso e descritivo. Para realização deste consideramos a resolução 196/96 do CNS sobre pesquisa com seres humanos. O universo de pesquisa é composto por 20 funcionários do CAPS de Guanambi/BA, sendo a amostra 13 destes, esclarecendo que os dados foram coletados em semana de visitação para avaliações de usuários e funcionários. Quanto ao método de trabalho foram obtidas medidas de circunferência da cintura e quadril, com fita metálica de 2m Sanny Medical; massa corporal e estatura, em balança com estadiômetro Welmy, com capacidades 2kg à 150kg (grad. 100g); e gordura corporal, com balança de Bioimpedância Tanita modelo TBF-621. Esses quantis foram tabulados no Excel 2003 apontando o IMC pela equação de Quelet; a RCQ, pelo quociente da cintura pelo quadril; aproveitou-se a CC; calculou-se o IC pela equação de Valdez (1991), e finalmente a GCT pela balança de bioimpedância. Foi realizado tratamento dos dados por análise descritiva e de freqüência no programa SPSS 11.0 for Windows, sendo organizado uma prevalência de valores nos protocolos cineantropométricos, considerado risco à saúde valores que superassem os seguintes: para IMC 25 Kg/m2 (PETROSKI, 2007 apud SEIDELL, 2000), para RCQ 0,95 para homens e 0,85 para mulheres (NAHAS, 2006), CC 0,94 m, para homens, e 0,80 m, para mulheres (NAHAS, 2006), IC 1,25 para homens e 1,18 para mulheres (PITANGA e LESSA, 2007) e GCT 25%, masculino, e 32%, feminino (NAHAS, 2006).

RESULTADOS:
De um universo de 20 funcionários, voluntariamente 13 se deixaram avaliar, sendo 23,08% (3) homens e 76,92% (10) mulheres, com idades médias em anos de 40,38±. O grupo pode ser caracterizado antropometricamente da seguinte maneira: quanto CC a média foi 0,77± com desvio padrão de 0,11; na RCQ a média foi 0,78± com desvio padrão de 0,08; no IMC a média foi 23,62± com desvio padrão de 3,79; no IC a média foi 1,13± com desvio padrão de 0,09; na massa corporal a média foi 64,38± com desvio padrão de 11,57; na estatura a média foi 1,65± com desvio padrão de 0,06; e na gordura corporal a média foi 33,70± com desvio padrão de 7,63. Quanto as prevalência de risco pelos índices foi possível identificar que apresentaram risco à saúde respectivamente: 23,08% (3) pela CC, 7,69% (1) pela RCQ, 23,08% (3) pelo IMC, 30,77% (4) pelo IC e 69,23% (9) pela GCT.

CONCLUSÕES:
A partir das análises dos dados é possível considerar que em todos os protocolos aplicados houve a incidência de trabalhadores com risco à manutenção de sua saúde. No entanto, a ordem de prevalência é a seguinte: GCT, IC, IMC, CC e RCQ. Ainda é possível apontar que a prevalência pela GCT por ser marcadamente superior aos índices antropométricos, levanta uma preocupação, mesmo com prevalências relativamente inferiores brevemente estas serão influenciadas para uma crescente prevalência, reforçando o risco ao desenvolvimento de uma vida, pelo menos física, mais saudável. Finalmente é sugerida uma maior efetividade educacional dos sujeitos da pesquisa, mesmo sendo esses da área de saúde (mental), para a redução dos riscos e busca da qualidade de vida e até mesmo sobrevida desses. Além do que, é perceptível a necessidade da realização de um novo estudo com as mesmas delimitações com um grupo maior visando confrontar dados referentes a composição corporal desses profissionais e a elaboração de um plano de intervenção que vise verificar fatores de mudanças benéficas nos quadros encontrados.

Instituição de fomento: PROEX - Pró-reitoria de Extensão / UNEB



Palavras-chave:  Saúde do trabalhador, gordura corporal, riscos à saúde

E-mail para contato: rimussi@yahoo.com.br