60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 2. Biologia - 3. Biologia Geral

TESTE COMETA EM ANTICARSIA GEMMATALIS E SPODOPTERA FRUGIPERDA (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE) ALIMENTADAS POR RIP’S TIPO 1.

Juliana Nascimento Martins1
Lúcia Rosane Bertholdo Vargas1, 4
Fiorenzo Stirpe2
Célia Regina Carlini3, 4
Neiva Monteiro de Barros1

1. Instituto de Biotecnologia e Departamento de Ciências Biológicas (UCS)
2. Dipartimento di Patologia Sperimentale (University of Bologna – Itália)
3. Centro de Biotecnologia (UFRGS)
4. Departamento de Biofísica (UFRGS)


INTRODUÇÃO:
As plantas possuem inúmeras substâncias utilizadas como defesa contra patógenos e predadores. A possibilidade de utilizar tais substâncias como biopesticidas revolucionou o estudo das proteínas tóxicas. Proteínas inativadoras de ribossomos (RIP’s) são um grupo de proteínas tóxicas com atividade RNA N- glicosidase, que atuam em ribossomos eucarióticos e procarióticos. Foi demonstrado que a atividade RNA N-glicosidase, remove uma adenina do RNA 28S do ribossomo de eucariotos, paralisando assim a síntese protéica. As RIP’s tipo 2, possuem uma cadeia lectínica e uma cadeia enzimática, sendo altamente tóxicas para mamíferos, as RIP’s tipo 1, que apresentam apenas a cadeia enzimática, são consideradas atóxicas. No presente trabalho avaliamos as lesões de DNA por meio do teste cometa causadas por cinco RIP’s do tipo 1 (Gelonina, Momordina, Pap-S, Saporina S-6 e Licnina) nas lagartas S. frugiperda e A. gemmatalis.

METODOLOGIA:
Foram utilizadas lagartas de terceiro ínstar de Anticarsia gemmatalis e de Spodoptera frugiperda (Lepidoptera: Noctuidae). O teste cometa em pH alcalino (Singh et al. 1988) foi realizado com insetos alimentados com 40µg das proteínas em discos de folha de feijão, nos dias 0 e 2, avaliando-se os resultados no 4° dia. As lagartas foram maceradas em tampão numa concentração de 50mg/ml e as células foram misturadas com agarose e colocadas em lâminas pré-cobertas. As células foram lisadas e as lâminas colocadas em cuba horizontal para eletroforese. Após a coloração, as células foram visualizadas em microscópio óptico. Os tratamentos foram realizados em triplicata e a partir de cada homogeneizado foram preparadas duas lâminas, avaliando-se 100 células por lâmina. As células foram classificadas visualmente dentro de cinco classes de danos: 0 (células com núcleo intacto) até 4 (células com máximo de dano) e 5 (apoptose). O índice de dano de cada amostra pode ser de 0 (sem dano: 100 células x 0) a 400 (dano completo: 100 células x 4). Células apoptóticas não foram avaliadas.

RESULTADOS:
Resultados observados nas condições dos ensaios, verificou-se que foi possível utilizar o teste cometa para estudar danos ao DNA de células de lepidópteros a partir da adequação da metodologia. Observou-se que para ambos insetos, o índice de dano no controle (ID em torno de 50) diferiu estatisticamente de todas as proteínas testadas (ID de 100 a 150), sendo nestas cerca de 2 a 3 vezes maior do que no controle. A partir dos testes estatísticos observou-se que todas as RIP’s causaram um maior dano em A. gemmatalis (p<0.01) do que em S. frugiperda.

CONCLUSÕES:
A partir dos testes conclui-se que as RIP’s tipo 1 estudadas induziram lesões no DNA das células de A. gemmatalis e S. frugiperda, indicando toxicidade nos lepidópteros testados e sugerindo um possível papel de defesa nas plantas.

Instituição de fomento: CNPq, Pronex, FAPERGS, CAPES-Procad e UCS.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  RIP’s, teste cometa, lepidópteros

E-mail para contato: jnmarti1@ucs.br