G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 3. Geografia
TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO: O USO DE FOTOGRAFIAS AÉREAS NO ESTUDO DO LUGAR
Thiara Vichiato Breda1 Angélica de Jesus Batista1 Andréa Aparecida Zacharias1
1. UNESP - Universidade Estadual Paulista
INTRODUÇÃO:As fotografias aéreas e imagens de satélites por representar formas do espaço geográfico, permitem o registro de elementos que compõem a superfície terrestre, apresentando na sociedade atual aplicação em vários setores, tornando-se um recurso indispensável. No entanto, na educação tais recursos não estão presentes na prática educativa devido ao desconhecimento dos docentes, contrariando a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais que apontam à necessidade do uso de novas tecnologias. Diante disso, a pesquisa objetiva propiciar aproximar o ambiente escolar da nova tecnologia, uma vez que a escola deve formar cidadãos preparados para compreender, transformar e participar de maneira ativa na sociedade. Acrescenta-se a isso, que o Sensoriamento Remoto, torna-se também uma ferramenta indispensável para o ensino de Geografia e de outras ciências que buscam analisar os diferentes usos e ocupação do território, desmatamento, disponibilidade de recursos hídricos dentre outras vicissitudes do espaço.METODOLOGIA:Diversos estudos apontam que fotografias aéreas permitem uma fácil interpretação em relação ao mapa que apresenta uma complexidade que requer uma alfabetização cartográfica, muitas vezes ausente nas séries iniciais. Desta forma, a pesquisa preocupou-se em constatar a reação dos alunos perante a aplicação destes recursos nas aulas de Geografia além de mensurar o grau de interpretação dos alunos. Vale ressaltar, optou-se por trabalhar com fotografia aérea, pois, esta apresenta com maior detalhes um estudo mais aprofundado do lugar do educando. A escolha das séries foi baseada no Paradigma Cognitivo de J. Piaget que aborda as diferenciações no processo de aprendizagem segundo a faixa etária do indivíduo. A partir disso, o projeto foi aplicado na cidade de Ourinhos-SP na E. E. Profa. Esmeralda S. Ferraz na oitava série do Ensino Fundamental e no segundo ano do Ensino Médio. Na primeira série trabalhada, respectivamente, foi utilizado como material didático as fotografias aéreas do município em questão, assim, os alunos em folha de papel vegetal retiraram informações da fotografia, de acordo com as suas percepções. Na segunda turma, aplicou-se o mosaico de fotografias do município e fotografias aéreas com o mesmo recorte espacial, no entanto, em períodos diferenciados.RESULTADOS:As fotografias despertaram nos alunos muito interesse e curiosidade principalmente por serem no Município de Ourinhos, pois estes buscavam encontrar informações conhecidas. Nas duas turmas os alunos questionaram como se dá a produção das fotografias aéreas. Após a explanação deste assunto, iniciou-se na oitava série a aplicação desse material com papel vegetal. Os alunos retiraram as informações com lápis de cor, demonstraram a sua percepção a cerca do lugar e em seguida elaboraram a legenda de acordo com os parâmetros da Semiologia Gráfica. Assim alguns alunos conseguiram identificar todos os elementos da fotografia (aeroporto, estradas, rio e córregos, área cultivada, vegetação, solo exposto e área urbana), no entanto, outros apresentaram dificuldades confundindo, por exemplo, córregos e estradas, vegetação de área cultivada. Os alunos do segundo ano analisaram o processo de diferenciação do território nos anos de 1972 e 2004, o que permitiu uma avaliação temporo-espacial que propiciou trabalhar com conceitos de mata ciliar, áreas de preservação permanente (APP’s), malha urbana e rural. Os alunos conseguiram observar que as APP’s durante o transcorrer histórico diminuíram, e em contra partida perceberam que a área urbana se expandiu.CONCLUSÕES:O ensino de Geografia tem um longo caminho a percorrer, pois, apesar, das pesquisas acadêmicas infelizmente, ainda existe um distanciamento da instituição escolar e da academia. Desta forma, aponta-se a relevância desta pesquisa que objetiva diminuir as distâncias destas instituições que possuem necessidades e experiências válidas para ambas. A aproximação de novas tecnologias ao ambiente escolar viabilizada neste caso, pelas fotografias aéreas permitiu ao aluno um contato e um aprofundamento do estudo do lugar e a inserção de conceitos geográficos. A partir das aulas ministradas notou-se a carência dos alunos por aulas que despertem seus interesses e curiosidades, pois, estes necessitam de outros recursos que vão além de caderno, livro didático, lousa e giz. Diante disso, a escola como instituição mediadora do conhecimento deve preocupar-se com as transformações oriundas de uma sociedade globalizada e os docentes devem buscar novos recursos para sua prática educativa com propósito de viabilizar o processo de ensino-aprendizagem.
Instituição de fomento: Fapesp
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave: Educação, Fotografias aéreas, Lugar
E-mail para contato: thiara_breda@yahoo.com.br
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