60ª Reunião Anual da SBPC




F. Ciências Sociais Aplicadas - 3. Economia - 21. Economia Industrial

A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE PRODUTOS MÉDICOS: INTERNACIONALIZAÇÃO E AGLOMERAÇÃO: DADOS PRELIMINARES

Bruna Mara Silva1
Camila Costa1
Eduardo Agassi1
Jefferson Silva Marialva1
José Henrique Souza1
Tadeu Vaz1

1. Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC Campinas


INTRODUÇÃO:
A redução das desigualdades sociais depende, em grande parte, do acesso seguro e universal da população aos serviços de saúde. Por isso, é fundamental entender a condição dos fabricantes locais de produtos médicos em termos de sua evolução tecnológica, capacidade produtiva e necessidades de apoio institucional. A presente iniciação científica coletará dados sobre o volume do comércio mundial de produtos médicos por países para verificar como o Brasil se insere nesse mercado e qual o grau de dependência externa do país. Também recolherá dados sobre o número e a localização desses fabricantes no Brasil. Partindo desses dados será possível identificar a capacidade das indústrias brasileiras atender a demanda nacional, onde elas se localizam e quais são as tendências do segmento em termos de competitividade, crescimento e concentração regional.

METODOLOGIA:
Essa pesquisa avaliou de forma panorâmica o segmento produtor de insumos e equipamentos médico-hospitalares, odontológicos e laboratoriais no Brasil. Para esse fim foi feito um levantamento do comércio internacional de produtos médicos no “International Trade Center” e no “Handbook of Statistic da Unctad”. Para detectar os ramos mais competitivos e vulneráveis da indústria brasileira de produtos para a saúde foi feito uma varredura no sistema de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio exteriro. Desse modo foi montada uma série história de 1996 a 2006 com dados de importação, exportação e saldo comercial para o segmento analisado. Para verificar se as empresas brasileiras formam clusters ou se dispersam pelo território nacional foi feito um estudo sobre as bases de dados da RAIS – Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e da Associação Brasileira das Indústrias de Material Médico-hospitalar - ABIMO. Com as informações coletadas é possível avaliar a dependência externa do Brasil no segmento de produtos médicos, entender a concentração espacial dessa indústria e identificar os ramos deficitários, superavitários e aqueles que estão sendo “destruídos” ou estimulados pelas importações.

RESULTADOS:
Remédios e produtos farmacêuticos formam o sexto grupo de produtos com o maior valor exportado entre 2002 e 2003 (2,67% das exportações mundiais). Nesse mercado as exportações brasileiras cresceram 144% entre 1997 e 2005. Entretanto, o aumento da competitividade no mercado internacional vem criando novas exigências para os fabricantes nacionais, sobretudo no segmento de produtos tecnologicamente complexos. No final da década de 1990 o aumento da demanda no Brasil foi atendido, principalmente, pelas importações já que a indústria nacional perdeu competitividade devido à distância tecnológica frente às empresas instaladas em países com sistemas de inovação mais dinâmicos.. Segundo o Ministério do Trabalho existem 2.620 unidades fabricantes de produtos médicos distribuídas em 477 cidades brasileiras. Geram cerca 107 mil empregos formais diretos dos quais 56,6% somente no Estado de São Paulo. Os estados que possuem maior concentração de indústria deste setor são, respectivamente, São Paulo (1.187), Minas Gerais (267), Rio de Janeiro (234) e Paraná (195). No estado de São Paulo, a capital, Ribeirão Preto e Campinas são os municípios que apresentam maior número de fabricantes de produtos médicos. Apenas a capital paulista é sede de 18% dessas empresas.

CONCLUSÕES:
De acordo com os dados coletados nesse trabalho há uma elevada concentração das empresas de produtos médicos na região compreendida entre a capital paulista, Sorocaba e Ribeirão Preto. Nessa região vários fatores podem favorecer a competitividade na indústria de produtos para a saúde no Brasil. Porém, é necessário que uma política pública de inovação articule o financiamento público com as decisões de investimento na rede hospitalar. Utilizar a demanda do Estado aliada ao financiamento público é um caminho possível de desenvolvimento já que as empresas do setor se concentram em uma região que oferece infra-estrutura de apoio à distribuição e ao contato com o mercado externo, grandes números de hospitais e centros de ensino e pesquisa. É possível aproveitar a demanda nacional e internacional de produtos médicos para estimular a indústria brasileira. Para isso, porém, será necessário um ambiente inovador, regulamentos e especificações técnicas da autoridade fiscalizadora e pressões competitivas provenientes do mercado externo. Assim, é provável que aumente a capacidade de inovação das empresas nacionais em aspectos como: produtos, métodos, fontes de insumos, mercados, “design”, custos e logística.

Instituição de fomento: Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC Campinas

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Indústria de produtos médicos., Comércio internacional, Brasil

E-mail para contato: camilacosta76@hotmail.com