60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia

PRODUÇÃO DE ETILENO EM LICHIAS SUBMETIDAS À ANTIOXIDANTES E ARMAZENADAS SOB REFRIGERAÇÃO

Juan Saavedra del Aguila1
Lília Sichmann Heiffig2
Fabiana Fumi Sasaki3
Maria das Graças Ongarelli4
Angelo Pedro Jacomino5
Ricardo Alfredo Kluge6

1. Doutorando em Fitotecnia, Depto. de Produção Vegetal, USP/ESALQ.
2. Pós-Doutoranda da USP/ESALQ, Depto. de Produção Vegetal.
3. Doutoranda, Depto. de Ciências Biológicas, USP/ESALQ.
4. Técnica de Nível Superior, Depto. de Ciências Biológicas, USP/ESALQ.
5. Professor Doutor, Depto. de Produção Vegetal, USP/ESALQ.
6. Professor Associado, Depto. de Ciências Biológicas, USP/ESALQ.


INTRODUÇÃO:
A lichia (Litchi chinensis Sonn.) é nativa da região compreendida entre o sul da China e o norte do Vietnã, onde é cultivada há mais de 3000 anos, mais recentemente esta sendo cultivada em alguns países de climas subtropicais. Estima-se a existência de 1000 a 2000 hectares instalados no Brasil, sendo que o Estado de São Paulo responde por 60 a 70% desta área. O etileno (C2H4) é um hormônio vegetal gasoso que está envolvido na regulação de várias respostas fisiológicas dos vegetais. Dependendo do padrão respiratório e da síntese de etileno durante o amadurecimento, geralmente, os frutos são classificados como climatéricos e não-climatéricos. Todavia, esta classificação é arbitrária e utilizada para se ter um entendimento geral dos padrões de amadurecimento dos frutos, uma vez que muitos destes apresentam variações em relação a esta classificação. O conhecimento do potencial de produção de etileno pelas frutas auxilia no manejo pós-colheita, uma vez que o armazenamento, numa mesma câmara frigorífica, de frutas com diferentes taxas de produção de etileno, reduz a vida pós-colheita daquela que possui a menor taxa de produção. Assim sendo, o objetivo deste trabalho foi estudar a produção de etileno em lichia, cv. Bengal, submetida a diferentes antioxidantes e armazenada sob refrigeração.

METODOLOGIA:
Os tratamentos (imersão por 3 minutos) foram: T1 = imersão em água destilada (controle); T2 = imersão em solução de 4-hexylresorcinol, a uma concentração de 300 mg L-1; T3 = imersão em solução de ácido ascórbico, a uma concentração de 300 mg L-1; T4 = imersão em solução de ácido cítrico, a uma concentração de 300 mg L-1; T5 = imersão em solução de ácido cítrico + ácido ascórbico, a uma concentração de 300 mg L-1. Os frutos foram acondicionados em bandejas de poliestireno expandido e recobertos com filme de cloreto de polivinil (PVC) de 14µm de espessura (seis repetições de 150g c/u por tratamento), e armazenados a 5oC e 90%UR (±5%UR) sendo avaliados diariamente por um período de 15 dias. Para a quantificação da produção de etileno, foram dispostos 150g de frutos em frascos de vidro herméticos (580 mL) e armazenados às temperaturas propostas pelo experimento (tratamentos). Na tampa dos frascos foi colocado um septo de silicone através do qual foi retirada uma alíquota da atmosfera interna dos mesmos (1 mL). Essas amostras de gases foram injetadas em um cromatógrafo a gás, marca Thermoffinigan, modelo Trace 2000 GC, com coluna Porapak N e detector de ionização de chama (FID). Os resultados foram expressos em nL C2H4 kg-1 h-1.

RESULTADOS:
No dia de instalação do experimento, os frutos produziram 356,0; 300,2; 441,1; 330,6 e 194,6 para os tratamentos controle, 4-hexylresorcinol, ácido ascórbico, ácido cítrico e ácido ascórbico + cítrico, respectivamente; sendo que neste dia, a produção de etileno dos frutos do tratamento com ácido ascórbico + ácido cítrico, foram significativamente inferiores aos demais tratamentos. A partir do sexto dia de avaliação do experimento, e até o final do mesmo, os frutos dos diferentes tratamentos, apresentaram produções de etileno estatisticamente semelhantes. Conforme avançou os dias do experimento, a produção de etileno, dos frutos dos diferentes tratamentos, diminuiu significativamente, em comparação aos valores obtidos no início do experimento. No décimo quinto dia do experimento, os frutos produziram 55,7; 11,4; 11,3; 3,4 e 6,0, respectivamente para os tratamentos controle, 4-hexylresorcinol, ácido ascórbico, ácido cítrico e ácido ascórbico + cítrico. Os frutos do tratamento com ácido ascórbico apresentaram a maior produção de etileno, 441,1 nL C2H4 kg-1 h-1, ao início do experimento.

CONCLUSÕES:
Os antioxidantes testados em lichias apresentaram pouco efeito na produção de etileno.

Instituição de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), Projeto n. 2004/15153-8 e 2005/02135-4.



Palavras-chave:  Litchi chinensis, fruto não-climatérico, pós-colheita

E-mail para contato: jsaguila@esalq.usp.br