60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

Os flebotomíneos do gênero Lutzomyia (Díptera: Psychodidae) constituem um grupo de insetos hematófagos transmissores de protozoários do gênero Leishmania, os quais causam as leishmanioses com diferentes formas clínicas, dentre elas as formas visceral e tegumentar. Doenças que atingem 14 milhões de pessoas no mundo em 88 países, com aproximadamente 350 milhões de pessoas que vivem em área de risco. No Brasil, Lutzomyia é o gênero mais estudado devido ao seu papel como vetor na transmissão dos agentes causais das leishmanioses. O Maranhão encontra-se entre os estados com maior incidência, sendo uma das principais endemias de natureza parasitária no Estado, destacando-se o município de Caxias, área com casos crescentes de Leishmaniose visceral. O estudo tem como objetivo caracterizar a fauna de flebotomíneos em área urbana do município, visando uma contribuição para o entendimento da epidemiologia e controle das leishmanioses em ambientes antropizados.

METODOLOGIA:

A área de estudo corresponde à macrorregião de Caxias, localizada no leste do estado do Maranhão. Foram realizadas capturas entomológicas mensais, em cinco bairros da área urbana do município de Caxias, Maranhão, com armadilhas luminosas tipo CDC (Center on Disease Control), durante quatro noites consecutivas, que funcionaram por 12 horas ininterruptamente, as armadilhas foram instaladas às 18h do primeiro dia em cinco residências e recolhidas às 6 horas do dia seguinte, sendo uma no peri e outra no intradomicílio, no período de setembro de 2007 a janeiro de 2008, as regiões amostradas estavam localizadas em bairros do norte, sul, leste, oeste e centro de Caxias. Os flebotomíneos destas áreas foram transportados para o Laboratório, acondicionados a seco em freezer a -4°C. Em seguida, foram transferidos para placas de Petri, onde foram submetidos à triagem sob estereomicroscópio, para separação das fêmeas dos machos para identificação posterior das espécies através de chaves taxonômicas. A identificação nos machos foi realizada através da observação de aspectos da morfologia externa, enquanto que nas fêmeas foi feita através da observação das espermatecas.

RESULTADOS:

Foram capturados 168 espécimes durante o período de setembro de 2007 a janeiro de 2008. A fauna de flebotomíneos do município de Caxias foi constituída de 09 espécies. A freqüência de cada espécie foi à seguinte: Lutzomyia longipalpis (79.8%), Lutzomyia evandroi (10.1%), Lutzpmyia lenti ( 6.5%), Lutzomyia whitmani (0.6%), Brumptomyia brumpt (0.6%), L. sallesi (0.6%), L. sordellii (0.6%), Lutzomyia termitophila (0.6%) e Lutzomyia trinidadensis (0.60%), distribuídos nas áreas amostradas, ao norte, sul, leste, oeste e centro do município. Destes 52% foram machos e 48% fêmeas. Em relação à endofilia e exofilia das espécies, foram capturados 52 (31%) no intradomicilio e 116 (69%) no peridomicílio. De acordo com a distribuição do número de espécimes capturados em relação a região, a espécie predominante foi representada por Lutzomyia longipalpis, vetor da leishmaniose visceral, que esteve presente em todos os locais amostrados e as fêmeas desta espécie predominaram na região norte do município. Outra espécie importante identificada, vetor de Leishmaniose tegumentar, foi Lutzomyia whitmani, capturada apenas ao norte do município.

CONCLUSÕES:

No presente estudo a riqueza de espécies foi elevada e o encontro de Lutzomyia whitmani e a predominância Lutomyia longipalpis justifica a ocorrência de casos urbanos Leishmaniose tegumentar americana e de Leishmaniose visceral americana em Caxias. Estudos da fauna flebotomínica em área urbana são de grande relevância epidemiológica, pois podem fornecer dados que irão subsidiar a escolha, pelos órgãos competentes, dos métodos de controle da doença mais adequados à situação atual.

Instituição de fomento: CNPqUEMAUFMA

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave: leishmanioses, flebotomíneos, armadilha CDC

E-mail para contato: mhshelen@hotmail.com