60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial

A CRIATIVIDADE E SUAS IMPLICAÇÕES: O DESENVOLVIMENTO DO TALENTO CRIATIVO EM CRIANÇAS COM CARACTERÍSTICAS DE ALTAS HABILIDADES / SUPERDOTAÇÃO ATRAVÉS DO PIT – PROGRAMA DE INCENTIVO AO TALENTO

Priscila Fonseca da Silva1
Soraia Napoleão Freitas3
Anelise dos Santos da Costa4
Bárbara Martins de Lima Delpretto5
Karine Sefrin Speroni6
Letícia Fleig Dal Forno7

1. Acadêmica do curso de Pedagogia Licenciatura Plena/UFSM
3. Coord. do Projeto de Extensão Prof. Drª do Departamento de Ed. Especial/UFSM
4. Acadêmica do Curso de Educação Especial/UFSM
5. Mestranda em Educação pelo programa de Pós-Graducação em Educação/UFSM
6. Acadêmica do Curso de Educação Especial/UFSM
7. Acadêmica do Curso de Educação Especial/UFSM


INTRODUÇÃO:
A criatividade é um fenômeno complexo, com várias definições. Contudo, de acordo com Alencar (2003), um aspecto comum em diversas definições é o surgimento de um novo produto que é aceito como útil e satisfatório por um número significativo de pessoas em uma determinada sociedade e período histórico. Visto que a sociedade atual está por exigir um perfil de homem marcado pela capacidade de criar e de resolver novos problemas é imprescindível que seja estimulada uma postura autônoma, ativa e criativa dos sujeitos com altas habilidades/superdotação, AH/SD, a fim de que não seja desperdiçado o enorme potencial criador destes sujeitos, uma vez que estes possuem, como afirma Renzulli (2004), um alto nível de criatividade. Segundo Alencar & Fleith (2003), as habilidades criativas podem ser treinadas e aprimoradas por meio da prática, exigindo para sua efetivação dois fatores: condições ambientais favoráveis e domínio de técnicas adequadas. Nesta perspectiva, é que o PIT – “Programa de Incentivo ao Talento” visa desenvolver um atendimento que abarque as questões que perpassam o desenvolvimento do potencial criador do sujeito com AH/SD por meio de atividades pedagógicas de enriquecimento que estimulem a fantasia, curiosidade, perspicácia, flexibilidade e divergência do pensamento.

METODOLOGIA:
O presente trabalho, visando à estimulação da criatividade foi realizado no ambiente escolar, onde o PIT – “Programa de Incentivo ao Talento”, vinculado ao projeto de pesquisa intitulado “Da identificação à orientação de alunos com características de altas habilidades”, desenvolve o atendimento de enriquecimento escolar aos sujeitos com AH/SD segundo suas necessidades educativas especiais. Foram utilizadas para a realização do presente trabalho diferentes imagens de pinturas expressionistas as quais após terem sido contempladas, observadas, e analisadas pelas crianças, as mesmas iniciaram uma atividade de produção textual ou oral, individualmente, de modo que cada uma, ao ser instigada a criar elementos novos em relação às imagens, fossem capazes de produzir textualmente ou oralmente uma história a partir da imagem da pintura escolhida por cada participante. Buscou-se a liberdade de expressão sem restrições ou censuras. Segundo Alencar (2001), o fator crucial em se promover à criatividade é, justamente, propiciar uma atmosfera de liberdade e segurança para explorar, inovar e expressar idéias sem medo de avaliação.

RESULTADOS:
O trabalho possibilitou-nos a percepção de que as crianças, especialmente, necessitam de liberdade para criar, pois a imaginação, a fantasia e o lúdico são aspectos inerentes à infância. Percebemos o entusiasmo de grande parte delas ao propormos a atividade, pois estas relataram ter necessidade de freqüentar espaços onde seja permitido que elas criem e fantasiem produzindo algo seu, e não apenas a reprodução de exemplos através de “cópias”. Acreditamos que apenas alguns trabalhos isolados que estimulem a expressão do talento criador não são suficientes para que de fato se promova, na escola e nos outros segmentos da sociedade, sujeitos críticos, ativos e criativos que sejam autoconfiantes e realizados pessoalmente e profissionalmente. Entretanto, sabemos que a escola é marcada, em geral, pelo seu caráter rígido e inflexível. Nesse sentido, Alencar (2001) afirma que a escola promove uma educação “castradora e opressora” (ibidem, pág.46), a qual valoriza em excesso a memorização dos conhecimentos em detrimento de uma aprendizagem consistente que parta das reais necessidades do aluno. Contudo, pensamos que toda ação seja no âmbito escolar ou não, que estimule a criatividade é de suma importância para que mudemos o paradigma da reprodução e passividade que assola nossa sociedade.

CONCLUSÕES:
A criatividade até muito recentemente era considerada, pelo senso comum, como o produto de um lampejo ou uma inspiração que poucos indivíduos, “abençoados” por este “dom”, possuíam. Entretanto, com o avanço dos estudos e pesquisas acadêmicas acerca do fenômeno, a produção criativa passou a ser enfatizada, segundo Alencar e Fleith (2003), com alguns pré-requisitos tais como: a disciplina, a dedicação, a preparação do individuo, o esforço consciente, o trabalho prolongado e o conhecimento vasto em uma área do saber. Com a desconstrução do mito, que considerava poucos indivíduos criativos, e com o conhecimento atual de que todos os indivíduos em maior ou menor grau possuem habilidades criativas além do fato de que estas podem (e devem) ser aprimoradas e desenvolvidas por meio da prática, torna-se necessário que o PIT, bem como a escola e outras Instituições sociais fomentem o desenvolvimento da criatividade, especialmente, dos sujeitos com AH/SD, devido seu enorme potencial e habilidades criativas.

Instituição de fomento: Universidade Federal de Santa Maria

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Criatividade, Altas Habilidades, Educação Especial

E-mail para contato: priscilafonsecas@yahoo.com.br