C. Ciências Biológicas - 7. Fisiologia - 3. Fisiologia de Órgãos e Sistemas
EFEITOS DO ESTRESSE MODERADO E IMPREVISÍVEL SOBRE A REATIVIDADE DA AORTA TORÁCICA DE RATOS.
Nathália dos Santos Silva1 Adriana Cristina D’Orásio1 Mariana Leite Tamascia2 Vander José Neves2 Fernanda Klein Marcondes2 Maria José Costa Sampaio Moura1
1. Pontifícia Universidade Católica de Campinas - Centro de Ciências da Vida 2. Universidade Estadual de Campinas - Departamento de Ciências Fisiológicas
INTRODUÇÃO:Estresse é uma resposta do organismo a estímulos aversivos ambientais, físicos, psicológicos e sociais ou a situações desconhecidas que possam ameaçar sua homeostasia, permitindo a adaptação do indivíduo à nova condição. Sabe-se hoje, que a resposta a um estímulo estressor, varia com a qualidade, intensidade e previsibilidade do estímulo, além de fatores como características genéticas, idade e a percepção que o indivíduo tem do estímulo que lhe é apresentado. Assim, se a reação de estresse for mantida por muito tempo e/ou a adaptação do organismo ao estímulo estressor não ocorrer, algumas patologias poderão ser observadas. Assim, a vida moderna impõe aos indivíduos estímulos estressores que variam em qualidade e imprevisibilidade e podem estar relacionados a patologias envolvendo disfunções metabólicas e doenças cardiovasculares como a aterosclerose. Considerando que animais representam importante ferramenta experimental complementar aos estudos em humanos, para melhor compreensão das alterações decorrentes do estresse no processo aterogênico, objetivamos estudar, em ratos, os efeitos do estresse crônico moderado, variado e imprevisível (ECMI) sobre a contratilidade vascular.METODOLOGIA:Ratos adultos foram submetidos ao ECMI, sendo que este modelo consiste na aplicação de diferentes estímulos estressores ao longo de 7 dias, repetindo-se os procedimentos por 3 semanas consecutivas, e posterior sacrifício dos animais. A aorta torácica foi isolada e de cada uma foram retirados três anéis (3-5 mm). A superfície interna de um deles foi delicadamente massageada para remoção do endotélio. Os outros dois foram cuidadosamente manuseados para a preservação do endotélio. Os anéis foram montados em cuba para órgão isolado em solução de Krebs-Henseleit (36ºC; 95% O2, 5% CO2) para obtenção de curvas concentração-efeito à fenilefrina. Em um dos anéis adicionou-se L-nitroarginina metil ester (L-NAME) (10 uM), para inibição farmacológica do endotélio. A sensibilidade vascular à fenilefrina foi avaliada através da determinação do valor pD2, que corresponde ao logaritmo negativo da concentração molar do agonista que determina um efeito igual a 50% da resposta máxima.RESULTADOS:A análise dos valores de pD2 mostrou que, quando o endotélio estava presente (+E) houve aumento de sensibilidade à fenilefrina em anéis de aorta provenientes de animais submetidos ao estresse (Es), quando comparados com anéis de aorta de animais controle (Ct), com significativo desvio à esquerda na curva concentração-efeito (Es +E, pD2 = 7,42 ± 0,16; Ct +E, pD2 = 6,84 ± 0,0; p<0,01; ANOVA bifatorial + Tukey). Porém com a remoção mecânica (-E) ou farmacológica (L-NAME) do endotélio, não houve alteração de sensibilidade entre os grupos (Ct –E, pD2 = 7,95 ± 0,26; Es –E, pD2 = 7,56 ± 0,09; Ct L-NAME, pD2= 7,40 ± 0,11; Es L-NAME, pD2 = 7,51 ± 0,14; p>0,05; ANOVA bifatorial + Tukey).CONCLUSÕES:Nossos resultados mostram que o estresse crônico, moderado e imprevisível promoveu aumento da resposta vasoconstritora em aorta torácica de rato, in vitro, quando o endotélio está intacto, o que não ocorreu com a remoção do endotélio, tanto mecânica como farmacologicamente. Estes dados sugerem, portanto, que uma alteração da função endotelial está envolvida neste processo.
Instituição de fomento: PIBIC/CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave: estresse, aorta, rato
E-mail para contato: nathalia_enf09@yahoo.com.br
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