60ª Reunião Anual da SBPC




A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental

ÍNDICES DE COBRE, MANGANÊS, ZINCO E CROMO EM ASTIANAX BIMACULATUS (LINNAUES, 1758), COLETADOS AO LONGO DO CÓRREGO DO CRAVO E NA REPRESA DO RIBEIRÃO PARAÍSO: ÁREAS SOB INFLUÊNCIA DO VAZADOURO DO MUNICÍPIO DE JATAÍ – GO

Francys Pimenta de Faria1
Juliana Moreira Rodrigues1
César Augusto Oliveira Leite4
Sueli Maria da Silva1
Kelly Anny Alves do Carmo1
Samuel Mariano-da-Silva3

1. Departamento: Bioquímica / UFG – Campus Jataí
3. Prof. Dr. / Orientador - UFG – Campus Jataí
4. Biólogo / UFG – Campus Jataí


INTRODUÇÃO:
Áreas de despejo de lixo não podem ser consideradas como ponto final para muitas das substâncias contidas no lixo urbano, pois quando a água, principalmente as das chuvas, percola através desses resíduos, várias destas substâncias, entre elas os metais pesados, são carreadas pelo chorume. Este, pode tanto escorrer e alcançar as coleções hídricas superficiais, como infiltrar no solo e atingir as águas subterrâneas. Os metais pesados compreendem em torno de 40 elementos com alto peso molecular. São bioacumulativos, sendo alguns essenciais ao crescimento de organismos eucariotos e/ou procariotos, exigidos em concentrações pequenas. Outros, porém, são tóxicos aos organismos vivos, mesmo em baixas concentrações. No monitoramento de metais pesados em ambientes aquáticos, diferentes tipos de amostras são utilizados, seja para o controle ou a prevenção de possíveis contaminações. Dentre as mais comuns, estão à biota, destacando-se os peixes. Em ambiente aquático, estes representam os organismos mais freqüentemente empregados em programas de monitoramento de metais pesados. Assim, o respectivo trabalho teve por objetivo determinar índices cobre, manganês, zinco e cromo em peixes que se encontram em uma área sob influência direta do vazadouro do município de Jataí - GO.

METODOLOGIA:
A área de estudo localiza-se à 18 km do centro da cidade de Jataí, a uma altitude de 877 metros. O vazadouro, com 20 ha, entrou em operação no ano de 1999 contanto com bacias de disposição, onde o lixo é apenas depositado em valas a céu aberto. À aproximadamente 500 metros do centro, no sentido nordeste se encontra a nascente do Córrego do Cravo, pertencente à Sub-Bacia do Rio Paraíso, que por sua vez é contribuinte da Bacia Hidrográfica do Rio Claro e esse é tributário do Rio Paranaíba. O Córrego segue em direção leste, recebendo diretamente e indiretamente a água pluvial que percola pelo vazadouro. A coleta das amostras de Astianax bimaculatus foi realizada em triplicata em 16 pontos ao longo do leito do córrego (aproximadamente 5.000 metros) e quatro pontos na margem da Represa Rio Paraiso. Posteriormente, as diferentes amostras foram secas em estufa a 105 ºC por 48 horas sendo depois trituradas e acondicionadas em frascos de propileno. Todo material reutilizável, foi previamente imerso, por quatro horas, em uma solução de lavagem (HNO3:HCl:água na proporção 1:2:9) sendo a seguir enxaguado com água deionizada. As determinações de metais pesados nas amostras coletadas foram realizadas através de espectrofotômetro de absorção atômica marca Perkin Helmer modelo Analyst 100.

RESULTADOS:
Os índices cobre, manganês e zinco praticamente não variaram nos espécimes coletados ao longo do Córrego do Cravo e Represa Rio Paraíso. Em todos os espécimes de Astianax bimaculatus foram quantificadas concentrações de cobre (média de 2,81 mg.Kg-1), de manganês (média de 30,48 mg.Kg-1) e de zinco (média de 142,30 mg.Kg-1). Os índices de cobre e manganês estão abaixo do recomendado, já os níveis de zinco encontram-se acima do estabelecido pela legislação brasileira. Os índices de cromo apresentaram variação espacial, porém não obedecendo qualquer orientação ao longo dos pontos de coletas, sendo que sua média foi de 5,69 mg.kg-1. De acordo com o estabelecido pela legislação brasileira, esse elemento apresenta índices acima do normal. Estes resultados impossibilitam que os peixes coletados sejam utilizados para alimentação humana, uma vez que mesmo as concentrações que não alcançaram os limites propostos pela legislação, podem potencialmente serem tóxicas devido ao fenômeno da bioacumulação.

CONCLUSÕES:
Os resultados obtidos indicam que as amostras de Astianax bimaculatus coletadas ao longo do Córrego do Cravo e Ribeirão Paraíso (áreas sob influência do vazadouro de Jataí) estão contaminados por metais pesados (zinco e cromo) contribuindo para o agravamento de degradação ambiental.

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  metais pesados, bioacumulação, peixes

E-mail para contato: francysbiopimenta@hotmail.com