60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 11. Morfologia - 6. Morfologia

EFEITO DAS DIFERENTES INTENSIDADES E VOLUMES DE TREINAMENTO RESISTIDO SOBRE O MÚSCULO ESQUELÉTICO DE RATOS

Rodrigo Wagner Alves de Souza1
Alan Dantas Santos Felisberto1
Andreo Fernando Aguiar1
Maeli Dal Pai Silva2

1. Departamento de Morfologia - Unesp - Botucatu
2. Profa. Dra. Departamento de Morfologia - Unesp - Botucatu


INTRODUÇÃO:
Estudos mostram que os diferentes modelos de treinamento físico podem promover ajustes específicos no fenótipo das fibras musculares, alterando as propriedades morfofuncionais do músculo. Neste contexto, pesquisas recentes demonstraram que o excesso de exercício associado a um período insuficiente de descanso pode levar a uma condição chamada de “síndrome de overtraining”, definida como uma série de mudanças psicológicas, fisiológicas e hormonais que resultam na queda da performance e aumento da fadiga. Embora estejam bem relatadas as alterações fisiológicas que refletem a queda da performance, outros indicadores permanecem não esclarecidos, incluindo as mudanças morfológicas e fenotípicas das fibras musculares, em resposta ao aumento do volume e intensidade de treinamento resistido. O objetivo deste estudo foi investigar a morfologia do músculo esquelético de ratos Wistar, submetidos a diferentes intensidades e volumes de treinamento resistido.

METODOLOGIA:
Foram utilizados 36 ratos Wistar machos (200-250 g), divididos em 4 grupos: treinado 8 semanas (T8, n = 9), controle 8 semanas (C8, n = 9), treinado 12 semanas (T12, n = 9) e controle 12 semanas (C12, n = 9). Os grupos T8 e T12 foram submetidos a um programa de treinamento progressivo de alta intensidade, cinco dias consecutivos por semana, na qual foram realizadas sessões de saltos em uma cuba contendo água a 29-31ºC e 38 cm de profundidade, com intervalos de 40 segundos entre as séries. Ao término de cada período os animais foram pesados, sacrificados e o músculo plantar retirado. Para a análise morfológica e morfométrica das fibras musculares foi realizada a coloração H.E. e a reação da ATPase miofibrilar em pHs 4.2, 4.5 e 10.6.

RESULTADOS:
Não houve diferença significativa no peso corporal inicial e consumo de ração diário entre os grupos experimentais. Do início ao final do experimento todos os grupos aumentaram o peso corporal, no entanto, o grupo T12 foi estatisticamente menor em relação ao C12 (p < 0,05). Houve redução significante na área de secção transversal das fibras IIC e IIAD no grupo T8 e IIA e IID no grupo T12 em relação aos seus respectivos controles.

CONCLUSÕES:
O programa de treinamento utilizado, ao associar alta intensidade e um tempo insuficiente de recuperação (overtraining) promoveu a perda de massa muscular, refletindo inclusive na diminuição do peso corporal do grupo T12. Além disso, as fibras musculares híbridas apresentaram -se mais instáveis.



Palavras-chave:  Treinamento resistido, Overtraining, Músculo esquelético

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