60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 1. Biologia Molecular

PROTOCOLO PARA ANÁLISE PROTEÔMICA DE ISOLADOS DE LASIODIPLODIA THEOBROMAE, FUNGO CAUSADOR DA RESINOSE EM PLANTAS DE CAJUEIRO

Rebeca Peres Moreno Maia1
Rolisene Olivera MEsquita2
Marlos Alves Bezerra3

1. Graduanda Ciências Biológicas, Centro de Ciências da Saúde / UECE
2. Graduanda Agronomia, Centro de Ciências Agrárias / UFC
3. Pesquisador Dr. / Orientador, Embrapa Agroindústria Tropical / CNPAT


INTRODUÇÃO:
O fungo Lasiodiplodia theobromae é um fitopatógeno que causa várias doenças em diversos hospedeiros, promovendo perdas consideráveis na produtividade das plantas. Provavelmente, nenhum outro microrganismo representa uma maior ameaça à fruticultura no nordeste do que o fungo L. theobromae, pelo caráter destrutivo dos sintomas por ele provocados, além da sua disseminação assintomática através de sementes, propágulos vegetativos e porta-enxertos. Este fungo afeta mais de uma dezena de plantas frutíferas no Brasil, dentre elas a mangueira, o cajueiro, as anonáceas, o coqueiro, as Spondias, a bananeira, a aceroleira e o sapotizeiro, provocando perdas desde o vigor de sementes até a vida de prateleira pós-colheita. Ademais, nenhum método de controle da resinose tem se revelado eficiente sob condições práticas ou experimentais. A cirurgia total do cancro e/ou a poda dos ramos infectados, seguido da aplicação de uma pasta fungicida à base de cobre, só se mostra efetiva quando a área lesionada for limitada. Em função da importância dessas doenças e da dificuldade do seu controle, faz-se necessário a utilização de novas ferramentas para o estudo da interação patógeno-hospedeiro, visando o manejo adequado da doença. Nesse sentido, o presente trabalho teve por objetivo definir um protocolo de extração de proteínas para análise em eletroforese bidimensional.

METODOLOGIA:
Os isolados dos fungos foram crescidos em placas de Petri contendo meio asséptico BDA. Depois de crescidos, procedeu-se a repicação dos isolados até a obtenção de culturas puras. Após a purificação, fez-se a transferência para meio de cultivo líquido, com a finalidade de formar mantas dos fungos, facilitando, a extração de proteínas. Após o crescimento dos isolados em meio líquido, as mantas foram filtradas a vácuo, seguida de uma maceração com nitrogênio líquido e liofilizados, obtendo-se, o pó de onde foram extraídas as proteínas. Utilizou-se, como ponto de partida para definição dos padrões eletroforéticos o protocolo proposto por Damerval (1986) com pequenas modificações para adequar-se a extração do material fúngico. Primeiramente, realizou-se a extração utilizando o protocolo original, no qual o material liofilizado foi extraído com TCA 10%, DTT 0,07% em acetona gelada, homogeneizado por 1 min em agitador e colocado em repouso por 2 horas à –20 ºC. Após esse período foi centrifugado a 14.000 x g por 30 minutos a 6 ºC. O sobrenadante foi descartado e o precipitado foi lavado três vezes com acetona gelada. O precipitado final foi recolhido, secado e armazenado a -20ºC. Os ajustes foram feitos retirando o DDT do processo de extração, reduzido o tempo de precipitação, rotação, centrifugação e o número de lavagens, obtendo o pó protéico.

RESULTADOS:
Para os ajustes da metodologia de Damerval (Electrophoresis, 7:52-54, 1986), o DDT foi retirado do processo de extração, seguido da redução em uma hora do tempo de precipitação, redução da rotação para 9.600 x g e do tempo de centrifugação para 15 minutos. Reduziu-se ainda o número de lavagens, obtendo-se o pó protéico como descrito a seguir. Cerca de 1g do material liofilizado foi adicionado a uma solução de ácido tricloroacético (TCA) a 10% em acetona gelada, homogeneizado por 1 min em agitador (mixer) e colocado em repouso por 1 hora à –20 ºC. Após esse período foi centrifugado a 9.600 x g por 15 minutos a 4 ºC. O sobrenadante foi descartado e o precipitado foi lavado com acetona gelada e centrifugado a 9.600 x g por 15 minutos. O precipitado final foi recolhido, secado em um dessecador com sílica gel e armazenado a -20ºC para posterior análise.

CONCLUSÕES:
O protocolo ajustado para extração de proteínas mostrou-se eficiente para o material fúngico, obtendo-se géis eletroforéticos adequados para análise proteômica.

Instituição de fomento: FINEP/FUNCAP

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Lasiodiplodia theobromae, proteoma, caju

E-mail para contato: rebeca.maia@gmail.com