60ª Reunião Anual da SBPC




D. Ciências da Saúde - 4. Odontologia - 5. Odontologia Social e Preventiva

DESIGUALDADES SOCIAIS: FERRAMENTAS QUE FAZEM DIFERENÇA NA SAÚDE BUCAL EM COMUNIDADES EXCLUIDAS

MÁRCIA CANÇADO FIGUEIREDO1
DANIEL DEMÉTRIO FAUSTINO DA SILVA1
LUCIANA SANTOS ALVES1
ANDRESSA DA SILVEIRA BEZ1
PATRÍCIA DUARTE S. PIRES1
THAIS SCUSSEL GUARDA1

1. Universidade Federal do Rio Grande do Sul


INTRODUÇÃO:
Quando se fala em fatores de risco para as doenças bucais mais prevalentes, os fatores sócio-econômico- culturais aparecem mais fortemente correlacionados. É no sentido de minimizar as desigualdades sociais do nosso país, que a Odontologia vem trabalhando através da educação em saúde em comunidades excluídas.Deste modo, objetivo desse trabalho foi avaliar as ferramentas sociais trabalhadas e desenvolvidas pela comunidade de usineiros de reciclagem de lixo, na prevenção e manutenção das doenças bucais mais prevalentes: cárie e periodontal.

METODOLOGIA:
Foram criados e confeccionados kit de higiene bucal alternativos: o fio dental proveniente de sacos de ráfia, escova dental de bucha vegetal e palito de madeira e, para conservá-los os portas escovas de dente de garrafas PET descartáveis. Para tanto, foram selecionadas 16 crianças de 0 a 6 anos, da Fundação Estadual do Bem Estar do Menor (FEBEM/Porto Alegre),que por 45 dias consecutivos utilizaram a escova dentaria convencional e a alternativa.Semanalmente foi instituída a escovação supervisionada com a revelação de placa para obtenção do índice de placa (PHP modificado). Os dados foram catalogados e analisados estatisticamente pelos testes Kruskal - Wallis One Way -p = < 0,0001 e Teste T de Student p= < 0,05.

RESULTADOS:
Os resultados obtidos demonstraram uma eficácia estatisticamente significante das duas escovas ( "convencional" e “alternativa” - confeccionada com bucha vegetal e palito de madeira), na remoção de placa dentária em todas as superfícies analisadas,com valores similares para ambas.

CONCLUSÕES:
Conclui-se que o tipo de escova dentária utilizada não é fator determinante na eficácia da remoção da placa dentária, mas sim a realização de uma higiene bucal periódica. Observou-se que com o desenvolvimento dessas ferramentas sociais junto às comunidades excluídas pode abordar as questões do autocuidado com a saúde bucal de forma mais humanizada e aproximada de suas realidades. Os programas odontológicos de base educativa e preventiva que valorizam o saber (ambiente) e o fazer articulado (tecnologia apropriada) à vida das pessoas, podem contribuir para que populações excluídas incorporem novos hábitos e práticas de saúde saudáveis.



Palavras-chave:  Promoção da Saúde, Higiene Bucal, População Excluída

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