60ª Reunião Anual da SBPC

INTRODUÇÃO:

A suinocultura nacional cresceu consideravelmente nas últimas décadas. Hoje são encontradas criações tecnificadas em praticamente todas as regiões do país, inclusive em regiões com características climáticas bastante adversas.O desafio dos animais de produção é adaptar-se as características micro climáticas que o homem lhes impõe nas criações intensivas por exemplo: luminosidade, temperatura, umidade relativa, e com todas estas variáveis incidentes continuar a produção de forma constante e eficiente. Em condições de limitação de espaço, alta densidade animal, presença de microorganismos, condições de temperatura e luminosidade inadequadas, ruídos, dentre outros, o animal ficará impossibilitado de desenvolver seu sistema natural de comportamento (MACHADO FILHO & HOTZEL, 2000). Em diferentes países, vários estudos têm relatado o papel da estação do ano como um importante fator ambiental causador de variação na fertilidade da fêmea suína. O efeito da sazonalidade é atribuído a duas características primárias das estações: a luminosidade (fotoperíodo e intensidade luminosa) e as temperaturas ambientais. Este trabalho propõe avaliar o bem-estar em suínos na maternidade em função da temperatura, umidade relativa e luminosidade no ambiente de alojamento.

METODOLOGIA:

O experimento foi conduzido em uma granja comercial de produção de suínos localizada no município de Salto - SP, situado a 23º1210" de Latitude Sul e a 47º1735" de Longitude Oeste (Greenwich) e altitude média de 521m, no centro de uma região chamada Zona de Depressão Periférica do Estado de São Paulo. O estudo foi realizado com animais da raça característica da granja nas etapas de maternidade. As variáveis climáticas de temperatura e umidade relativa foram coletadas no centro geométrico do local a uma altura de 1,5m do piso, utilizando o Monitor de Estresse Térmico da marca Questemp ® 34 e para medidas instantânea da luminosidade foi utilizado o luxímetro LX-102 Lutron® Os dados obtidos foram tabelados e inseridos no software Surfer versão 8.02 para o mapeamento das informações no galpão.

RESULTADOS:

Durante o experimento as médias registradas do ambiente foram: 17,81ºC para temperatura, 52% para umidade relativa. Para luminosidade foram registrados valores: mínimo 14lux, máximo 185lux e média de 82lux. Estes valores revelaram um possível quadro de desconforto para fêmeas, uma vez que todas as variáveis térmicas estão afastadas das condições ótimas definidas para o interior destas edificações (PIFFER et al., 1998 e NÃÃS, 2000). Temperaturas muito altas na maternidade alteram o comportamento das fêmeas lactantes em função do desconforto térmico. Tem-se verificado que a falta de bem estar pode comprometer o desempenho dos leitões, como também aumentar a taxa de natimortos, reduzir o período de mamada, mudança de comportamento (agitação e inquietação) e aumentar as taxas de mortes de leitões por esmagamento dentre outros (SILVA et al., 2007). Quanto à intensidade de luz nos alojamentos de maternidade são raras as informações e sugere-se uma intensidade de 40lux por um período mínimo de 8h por dia (DIRECTIVA, 2001). Podemos então classificar como inadequados os valores encontrados neste trabalho para as condições térmicas e de luminosidade, pois estão fora do padrão recomendado na literatura, podendo alterar o comportamento das fêmeas prejudicando assim a produtividade.

CONCLUSÕES:

Os resultados mostraram que as variáveis ambientais e a luminosidade estão afastadas da faixa ideal para suínos nas instalações de maternidade podendo comprometer o desempenho dos leitões e afetar o ciclo reprodutivo.

Instituição de fomento: FAPESP e CNPq.

Palavras-chave: suínos, luminosidade, ambiência

E-mail para contato: martbaracho@yahoo.com.br