B. Engenharias - 1. Engenharia - 14. Engenharia
MODELAGEM DE GASEIFICADOR PARA PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO À PARTIR DO BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR
Douglas Alves Cassiano1 Alfredo José Alvim de Castro1
1. IPEN - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares
INTRODUÇÃO:A gaseificação é um processo de conversão térmica de materiais que contenham carbono com quantidades controladas de oxidante em uma mistura gasosa contendo principalmente monóxido de carbono e hidrogênio.
No presente trabalho, avalia-se a obtenção de hidrogênio à partir da gaseificação do bagaço de cana-de-açúcar com diferentes condições de alimentação de oxidante utilizando-se o software Aspen PlusR.
O modelo foi construÃdo e validado à partir de dados reais de utilização de bagaço de cana-de-açúcar em um gaseificador.
Análises de sensibilidade do sistema quanto a quantidade de hidrogênio obtido e temperatura dos gases produzidos na faixa de gaseificação do sistema, ou seja acima de 900 K até o inÃcio da faixa de combustão do sistema.
METODOLOGIA:Para a construção do modelo no software, o bagaço foi definido como sólido não-convencional, sendo a separação de seus constituintes efetuada segundo sua análise elementar. Adotou-se a modelagem do sistema por equilÃbrio, ou seja a composição dos produtos foi efetuada pela minimização da energia livre de Gibbs do sistema utilizando-se o pacote de propriedades termodinâmicas Redlich-Kwong-Soave. Os balanços materiais e energéticos foram efetuados em análise de sensibilidade, variando-se a vazão mássica de ar para obtenção da fração molar de H2 nos produtos gasosos secos, sua vazão mássica e temperatura do sistema.
O bagaço alimentado no sistema possuia HHV (High Heating Value) de 18200 kJ/kg e as seguintes caracterÃsticas:
Proximate Analysis (w%) |
Carbono fixo 14,0 |
Matéria volátil 78,6 |
Umidade 5,9 |
Cinzas 7,4 |
Ultimate Analysis (w%) |
Carbono 45,15 |
Hidrogênio 5,40 |
Oxigênio 41,80 |
Nitrogênio 0,20 |
Enxofre 0,02 |
Cloro 0,03 |
Cinzas 7,40 |
Bagaço e ar foram alimentados no sistema à 298 K e 700 mmHg, sendo a taxa de alimentação do bagaço de 39 kg/h e do ar variada para a análise de sensibilidade do sistema. Vapor de água também foi alimentado no sistema à taxa de 16 kg/h, à 655 K e 700 mmHg.
RESULTADOS:A análise de sensibilidade apresentou os seguintes resultados:
FAr (kg/h) | FH2 (kg/h) | xH2(base seca) | T (K) |
70 | 0,36 | 0,05 | 1017 |
100 | 0,69 | 0,07 | 1145 |
130 | 1,02 | 0,09 | 1244 |
160 | 1,25 | 0,09 | 1344 |
190 | 1,06 | 0,07 | 1484 |
220 | 0,59 | 0,04 | 1647 |
250 | 0,23 | 0,01 | 1788 |
280 | 0,00 | 0,00 | 1871 |
A fração molar de hidrogênio (xH2) é referente a mistura gasosa em base seca.CONCLUSÕES:Da análise de sensibilidade, percebe-se que para o sistema operando em torno de 1350 K, inicia-se a combustão e não mais a gaseificação do bagaço, pois o H2 começa a ser consumido.
A melhor condição de obtenção de hidrogênio nas condições simuladas ocorre com o sistema alimentado com 160 kg/h de ar, recuperando-se em torno de 0,03 kg de H2/kg de bagaço.
A simulação com o software Aspen PlusR apresentou-se como uma ferramenta interessante no auxÃlio da análise de condições operacionais do sistema, e de implementação razoavelmente rápida.
Palavras-chave: Gaseificador, Bagaço de cana-de-açúcar, Produção de hidrogênio
E-mail para contato: docass@gmail.com
|
|