60ª Reunião Anual da SBPC




C. Ciências Biológicas - 7. Fisiologia - 5. Fisiologia

INDUÇÃO HORMONAL UTILIZANDO GONADOTROFINA CORIÔNICA HUMANA (HCG) EM MATRIZES DE TILÁPIA DO NILO OREOCHROMIS NILOTICUS .

Fernanda Nogueira Valentin1
Maria do Carmo Faria Paes2
Laura Satiko Okada Nakaghi3

1. 1 Mestre do Programa de Pós-graduação em Aquicultura – UNESP/Jaboticabal.
2. 2 Mestranda do Programa de Pós-graduação em Aquicultura – UNESP/Jaboticabal.
3. 3 Docente do Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal - FCAV - UNESP/Jabot


INTRODUÇÃO:
Os métodos de indução hormonal atualmente utilizados, apesar de bem sucedidos para algumas espécies, apresenta empecilhos, pois, há uma dificuldade em se padronizar as doses que serão aplicadas, porque não há metodologias definidas para muitas espécies (ANDRADE e YASUI, 2003) especialmente para desovas parceladas. A reprodução de peixes não reofilicos apresenta baixo custo para a obtenção de alevinos, pois dispensa o uso de hormônios, instalações e mão-de-obra especializada que oneram a reprodução em cativeiro de peixes reofílicos. Por outro lado, com a reprodução natural o produtor tem pouco controle do processo reprodutivo dos animais, devido à dificuldade em implantar um programa de acompanhamento do desenvolvimento dos gametas, e da qualidade dos reprodutores (ANDRADE e YASUI, 2003). Embora a maioria das espécies lênticas se reproduza bem em cativeiro, estudos de indução hormonal têm suma importância para pesquisas de reprodução, pois as técnicas reprodutivas ainda não estão bem estabelecidas para muitas espécies (ANDRADE e YASUI, 2003). Além disso, a sazonalidade da procura de alevinos é um dos principais problemas para os produtores de tilápia (BHUJEL, 2000). Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta da tilápia nilótica à indução hormonal utilizando o hCG.

METODOLOGIA:
Foram utilizadas matrizes de tilápias do Nilo pertencentes ao setor de Tilapicultura do Centro de Aqüicultura da Unesp (CAUNESP). Trinta e oito fêmeas, entre 2 a 4 anos de idade foram selecionadas, pesadas, medidas e em seguidas, induzidas artificialmente por meio de injeções intramusculares com Gonadotrofina Coriônica Humana, hormônio hCG. Foi utilizada a marca Vetecor 5000 U.I. (Laboratorios Calier do Brasil Ltda), sendo aplicada uma dose total de 5 UI por grama de peso de peixe, dividido em duas injeções, a primeira correspondendo a 10% da dose total na hora zero e a segunda de 90%, aplicada 18 horas após a primeira dose. Vinte e quatro horas após a segunda dose as fêmeas que receberam o estímulo hormonal foram retiradas das caixas e submetidas à massagem abdominal com suave movimento antero-posterior, para a extrusão dos gametas seguindo o protocolo sugerido por CARRILLO e ROMAGOSA (2004).

RESULTADOS:
Das trinta e oito fêmeas, doze responderam positivamente ao estímulo hormonal (31,6%), com ovócitos extrusados aptos à fertilização. Esta taxa é considerada baixa, porém em se tratando de uma espécie de desova parcelada, pode ser considerada razoável estando de acordo com CARRILLO e ROMAGOSA (2004) que utilizaram o hCG para indução em tilápias e constataram que o método foi efetivo. Já RANA (1988) e SHELTON (2002) estudando indução em tilápias mencionam que estas não respondem positivamente à indução hormonal com tal hormônio. SRISAKULTIEW e WEE (1988) tentaram induzir a desova em Oreochromis niloticus usando extrato de hipófise de carpa e concluíram que o grupo controle teve mais desovas que os grupos induzidos. GARCIA et al. (1994) induziram tilápias através de LH-RH e obtiveram resultados satisfatórios. GISSIS et al. (1991) induziram híbridos de O. niloticus com O. aureus através de uma combinação de hCG com um antagonista de dopamina resultando em um bom número de desovas.

CONCLUSÕES:
A utilização de indução artificial em tilápias não é recomendável para produção de alevinos em grande escala devido ao alto custo da técnica empregada, porém para fins de pesquisa, especialmente durante a cronologia do desenvolvimento embrionário e larval, o hCG é recomendável pois além da espécie responder ao estímulo, trata-se de hormônio de fácil acesso e baixo custo em relação aos demais hormônios empregados atualmente.

Instituição de fomento: CAUNESP, FAPESP



Palavras-chave:  Reprodução, peixe, hormônio

E-mail para contato: fer_valentin@yahoo.com.br