60ª Reunião Anual da SBPC




G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 7. Psicologia do Ensino e da Aprendizagem

O PORTIFÓLIO COMO FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO E DEFLAGRADOR DO PROCESSO DE MUDANÇAS NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DA ÁREA DA SAÚDE.

Kilza Horst da Fonseca1
Karina Lopes de Paula1
Júnia Gisleângela Martins Santos1
Jefté Morais Souza1
Luiz Cláudio Ferreira Alves2

1. Faculdade de Minas - FAMINAS
2. psicólogo escolar, pesquisador.


INTRODUÇÃO:
A pesquisa foi realizada junto a acadêmicos de curso de Psicologia, de uma faculdade privada, situada em uma cidade do interior de Minas. Objetivamos fazer pesquisa qualitativa sobre a proposta e implantação do portifólio como ferramenta de formação e de avaliação. Na busca de inovação que colocasse o curso novo de Psicologia no rumo das propostas da integralidade, do compromisso com o SUS - Sistema Único de Saúde, foram definidas ações pedagógicas dentro do próprio curso para que a formação diferenciada acontecesse de fato. No processo de avaliação dos novos acadêmicos, o portifólio foi introduzido como nova ferramenta para que a avaliação deixasse de ser tradicional, que visa à aprovação e à reprovação, à atribuição de notas, e que se vale quase que exclusivamente da prova (Villas Boas, 2006) e passasse a ser praticada de forma inovadora. Mesmo sem uma base teórica sólida ou grande domínio conceitual, os docentes do curso optaram pelo uso do portifólio no processo de avaliação como um desafio a ser vivido desde a implantação do mesmo, para que se concretizasse mudanças na formação superior dos profissionais de saúde, no nosso caso, do curso de Psicologia.

METODOLOGIA:
Na perspectiva de uma tomada de postura reflexiva e de contribuição do aluno sobre as mudanças, preparamos e aplicamos no final do 1º semestre letivo do curso um questionário investigativo sobre a introdução do portifólio. Denominado de Pesquisa Qualitativa e Investigativa sobre a utilização do portifólio como ferramenta de avaliação do aproveitamento do aluno, buscamos analisar a aceitação ou não da ferramenta e a pertinência da mesma num curso universitário da área da saúde. Vale ressaltar que a investigação realizada tinha no próprio curso os parâmetros de comparação já que das 7 disciplinas do curso, apenas 4 estavam utilizando a nova ferramenta como avaliação da formação dos acadêmicos. Essa situação nos permitiu contrapor o que chamamos de trabalho interdisciplinar e com metodologia diferenciada ao trabalho avaliativo e metodológico tradicional.

RESULTADOS:
O que é um Portifólio? Villas Boas (2006) oferece importantes contribuições, nos aponta possibilidades de uso e definições teóricas do que vem a ser o Portifólio, citando Arter e Spander(1992): (...)uma coleção proposital do trabalho do aluno que conta a história dos seus esforços, progresso ou desempenho em uma determinada área. Essa coleção deve incluir a participação do aluno na seleção do conteúdo do portifólio; as linhas básicas para a seleção; os critérios para julgamento do mérito; e evidência de auto - reflexão pelo aluno. (p.36). Da qualidade das posições dos acadêmicos vale destacar algumas, descritas abaixo. Das respostas que situaram como regulares ou ruins o uso do portifólio, as justificativas foram: Dificuldade de se adequar; precisa de mais compreensão e paciência com os alunos; falta de organização dos professores; estava acostumado ao método tradicional. Questionados sobre vantagens e desvantagens, da nova metodologia de trabalho em relação à metodologia tradicional, as qualificações foram: Vantagens - Não precisa decorar matéria; ajuda na avaliação do aluno; força ter conhecimento teórico; valorização do aluno; espaço para o aluno falar. Desvantagens: falta de preparo para abordagem na nova metodologia; informações insuficientes.

CONCLUSÕES:
A análise das mudanças propostas e implantadas foi de fundamental importância para que coordenador e docentes do curso pesquisado avancem um pouco mais nas mudanças a partir do fortalecimento do portifólio e na necessidade de maior fundamentação teórica sobre o que vem a ser o portifólio e o lugar privilegiado de uma avaliação formativa no ensino superior da área da saúde. Nesse fortalecimento e considerando o que preconiza as Diretrizes Curriculares para os Cursos de Psicologia, o Projeto Pedagógico do Curso pode vir a contemplar o portifólio no seu todo como Trabalho de Conclusão de Curso já que ali, processualmente, se tem uma produção teórico - técnica que apontará de maneira clara a formação acadêmica diferenciada vivida. Acreditamos que falar de mudanças na formação superior na área da saúde é garantir a emergência de dispositivos deflagradores desse processo ainda muito falado e pouco vivido no meio universitário em nosso país.

Instituição de fomento: Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Mudança, integralidade, formação

E-mail para contato: kilzahorst@yahoo.com.br