60ª Reunião Anual da SBPC




E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia

ESTABILIDADE DE GENÓTIPOS DE FEIJOEIRO COMUM NO ESTADO DE GOIÁS PARA PRODUTIVIDADE DE GRÃOS, CICLO 2005/2006

Vilmar de Araújo Pontes Júnior1
Maria José Del Peloso3
Luís Cláudio Faria3
Helton Santos Pereira3
Adriane Wendland3
Leonardo Cunha Melo2, 3

1. Aluno do curso de Agronomia/UFG
2. Pesquisador Dr./Orientador
3. Embrapa Arroz e Feijão/CNPAF


INTRODUÇÃO:
O feijão (Phaseolus vulgaris L.) é um dos mais importantes constituintes da dieta diária do brasileiro, por ser uma excelente fonte protéica, de fibra e ser rico em ferro. É Cultivado durante todo o ano, em quase todo território brasileiro e desta forma está sujeito as mais variadas condições ambientais. Além disso, é semeado e colhido em três safras: “das águas” (responsável por 57% da produção), “da seca” (responsável por 35% da produção) em todos os estados da federação, e “de inverno” (responsável por 8% da produção), com irrigação, proporcionando uma oferta anual do produto para atender a demanda que vem aumentando, especialmente por cultivares mais produtivas, com melhor qualidade de grãos e com resistência às principais doenças. As linhagens elites são avaliadas por vários anos em diferentes locais e épocas de cultivo, o que proporciona uma estimativa precisa da interação genótipo por ambiente, possibilitando a identificação de genótipos com maior estabilidade e adaptabilidade ou com adaptação específica, o que leva a maior segurança na indicação de cultivares para determinado local. O objetivo do trabalho foi selecionar linhagens de feijoeiro comum estáveis, com tipo de grão carioca ou preto, superiores às cultivares recomendadas para o Estado de Goiás.

METODOLOGIA:
Os ensaios de VCU (Valor de Cultivo e Uso), com tipo de grão preto e carioca, foram conduzidos em rede no Estado de Goiás envolvendo 10 (dez) municípios: Santo Antônio de Goiás, Anápolis, Urutaí, Rio Verde, Itumbiara, Porangatu, Ipameri, Senador Canedo, Brasília e Planaltina nas épocas das “águas”, “seca” e “inverno”. Foram avaliados 26 genótipos do ciclo de VCU 2005/06, em dois ensaios, sendo um ensaio com 14 genótipos do grupo comercial carioca, avaliado em 23 ambientes e outro com 12 genótipos do grupo preto, avaliado em 22 ambientes. O delineamento experimental empregado foi o de blocos completos casualizados com três repetições, sendo as parcelas constituídas de 4 linhas de 4 metros e área útil formada pelas duas linhas centrais (4m2), com espaçamento de 0,5 metro entre linhas. Os dados foram submetidos à análise de variância individual e conjunta utilizando o programa genes (CRUZ, 2001). As médias dos genótipos obtidas na análise de variância foram comparadas pelo teste de Tukey a 5%. A análise de estabilidade e adaptabilidade da produtividade de grãos foi realizada utilizando o método da análise visual (Cruz, 2001) e a metodologia proposta por Lin & Binns (1988). Essa metodologia propõe fazer uma recomendação de cultivares que atendam tanto os ambientes em que existe o emprego de alta e baixa tecnologia.

RESULTADOS:
A linhagem CNFC 10429, com tipo de grão carioca, apresentou a maior média (2371 kg/ha) de produtividade de grãos. Superou, estatisticamente, todas as cultivares que foram utilizadas como testemunhas. Obteve as maiores estimativas de estabilidade e adaptabilidade, com produtividade acima da média em quase todos os ambientes. Apresentou alta previsibilidade de desempenho, pelo fato de apresentar o menor desvio genético. Os resultados indicam que a CNFC 10429 possui estabilidade de produção tanto nos ambientes favoráveis quanto nos ambientes desfavoráveis. Com relação ao tipo grão preto, a linhagem CNFP 10104 apresentou média geral (2452 kg/ha) de produtividade de grãos estatisticamente igual as testemunhas BRS Valente e Uirapuru. Porém, foi superior as outras duas testemunhas (BRS Grafite e Soberano), com alta produtividade na maioria dos ambientes testados. Essa linhagem é mais indicada para ambientes desfavoráveis, com produtividade de grãos acima da média em praticamente todos esses ambientes. O seu baixo desvio genético em relação aos demais genótipos indica previsibilidade de desempenho e, portanto, maior segurança em uma futura indicação.

CONCLUSÕES:
As linhagens promissoras e com maior adaptabilidade e estabilidade de produção foram a CNFC10429, para o tipo de grão carioca e a CNFP 10104, para o tipo de grão preto.

Instituição de fomento: CNPq

Trabalho de Iniciação Científica

Palavras-chave:  Phaseolus vulgaris L., melhoramento genético, estabilidade

E-mail para contato: vilmarpjr@hotmail.com