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BUSCA POR PLANETAS EXTRA-SOLARES
Adriana V. Roque da Silva
Universidade Mackenzie (Mack)
 

A descoberta de planetas em torno de outras estrelas que não o Sol tem sido um dos resultados recentes de maior destaque da Astronomia. Presentemente, mais de 190 planetas já foram descobertos através de várias técnicas de deteção.

A definição se um astro é ou não um planeta, baseia-se na massa do objeto. De acordo com o WORKING GROUP ON EXTRASOLAR PLANETS (WGESP) da IAU, as estrelas são objetos capazes da fusão termonuclear do hidrogênio (maior que 0,075 da massa solar), já uma anã marrom é apenas capaz da fusão termonuclear do deutério (0,013 a 0,075 da massa solar), e finalmente os planetas são objetos cujas massas estão abaixo do limite de fusão do deutério (menor que 13 massas de Júpiter) e tambmém orbitam estrelas ou restos estelares (independente da maneira como foram formados).

Uma maneira de detecção indireta de planetas é a partir das observações dos efeitos da atração gravitacional do planeta sobre sua estrela hospedeira, cujos movimentos podem ser medidos através de velocidades radiais da estrela hospedeira ou a partir de medidas de precisas de astrometria do movimento da estrela no plano do céu. Um outro modo é a observação da diminuição periódica no brilho da estrela com um período bem definido que pode ser intrepretada como trânsitos do planeta em frente à estrela. Porém, nem sempre a variação de brilho de uma estrela é devido ao trânsito de um planeta.

Muitas vezes o objeto companheiro é uma estrela de baixa massa (menos de 10% da massa solar) ou uma anã marrom, cujo raio é apenas ligeiramente maior do que um planeta do tipo Júpiter.

As maneiras descritas acima são indiretas, isto é, consistem na detecção de distúrbios da estrela principal causados pelo planeta. O modo direto de detectar um planeta seria por observação do seu brilho, o que é realmente muito difícil devido a presença da estrela, milhões de vezes mais brilhante na faixa do visível. A não ser que a estrela hospedeira esteja ainda em formação e, portanto, não seja tão brilhante. Entretanto, a radiação infra-vermelho de uns poucos planetas já foi detectada.

Outra detecção direta involve um efeito da relatividade chamado de lente gravitacional, através do qual é possível detetar a presença de um planeta em torno de outra estrela pela amplificação de seu brilho. Com raríssimas exceções, os planetas detectados até o momento são gigantes gasosos do tipo Júpiter muito próximos da estrela. Esse fato não é uma coincidência, e ocorre devido ao viés introduzido nas maneiras indiretas de detecção listadas acima, pois são baseadas na atração gravitacional do sistema planeta-estrela, que claramente dá preferência a planetas massivos orbitando a pequenas distâncias da estrela principal. Na realidade, a única maneira de identificarmos se de fato um objeto é um planeta é através da determinação de sua massa.

Palavras-chave: Planeta extra-solar; Sistema Planetário; Detecção.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006