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Diretrizes curriculares e concepções sobre o currículo de graduação: um possível ponto de mutação no ensino da Psicologia no País
Silvio Paulo Botomé
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
 

As proposições existentes nas Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduação em Psicologia no País são mais do que uma reforma ou uma “arrumação” nos currículos desses cursos. Há uma exigência de revisão, reformulação e sistematização de vários conceitos básicos relacionados a esse tipo e nível de ensino. Desde a conceituação de currículo (o que é o núcleo do conceito de um “currículo por competências”?) até a noção de ensino (o que é isso exatamente quando se fala em ensino por competências?), passando pelas relações entre conhecimento e comportamento e pelo papel de ambos em um processo de aprendizagem em nível superior.

Examinar esses conceitos e as decorrências das proposições das diretrizes curriculares para o ensino de graduação pode mostrar que estamos diante de uma exigência muito maior do que algumas mudanças retóricas ou cosméticas. As diretrizes exigem uma outra concepção disso tudo para ser possível implementar o mínimo do que elas preconizam, embora ainda o façam de forma insuficiente ou incompleta, presas em algumas concepções já superadas graças a múltiplas contribuições de diferentes cientistas e educadores. Identificar e avaliar essas concepções e as possibilidades de seu aperfeiçoamento podem mostrar que estamos diante da possibilidade de um “ponto de mutação”, embora sua efetivação dependa de muitas variáveis presentes no meio social, político, educacional e administrativo do País e das instituições de ensino superior que existem nele.

Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006