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Avaliação de funções cognitivas frontais em crianças e adolescentes com o TDAH antes e após tratamento com o metilfenidato
Ester Nakamura-Palacios
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)
 

Jane Tagarro Corrêa Ferreira, Ester Miyuki Nakamura-Palacios, Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória-ES

Déficits neuropsicológicos já foram demonstrados no Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e usualmente estão associados a prejuízos acadêmicos e nos relacionamentos sociais. Este estudo investigou o efeito do tratamento por doze meses do metilfenidato (MFD) em crianças e adolescentes com TDAH em uma bateria neuropsicológica para avaliar o nível intelectual, desempenho escolar, e, sobretudo as funções frontais. Setenta crianças e adolescentes (7 a 14 anos), de ambos os sexos, procedentes de serviços de atendimento público ou privado e de escolas públicas ou privadas e com diagnóstico de TDAH pelo DSM-IV, foram submetidos à avaliação neuropsicológica antes e após 6 e 12 meses de tratamento com MFD. Um grupo controle (n = 39) foi pareado por idade, escolaridade, classe socioeconômica e desenvolvimento puberal. Na comparação entre os grupos, o grupo TDAH apresentou déficits nas habilidades de leitura, escrita e aritmética comparado ao controle. Na avaliação neuropsicológica o grupo TDAH apresentou déficits de atenção seletiva, sustentada e alternada, déficits de funções executivas, memória operacional e comprometimento das memórias de curto e longo prazo comparado ao controle. Desta forma, o comprometimento do rendimento escolar poderiam ser secundárias às disfunções cognitivas observadas. No grupo TDAH o tratamento com o metilfenidato (MFD) foi iniciado após a primeira avaliação neuropsicológica, sendo administrado por via oral, nas doses de 0,6 a 0,9 mg/kg/dia conforme resposta terapêutica e tolerância medicamentosa, dividida em duas tomadas, durante doze meses. O tratamento com MFD por 6 e 12 meses reverteu os déficits de funções cognitivas atencionais, executivas, de memória operacional e de memória de curto e longo prazo. Portanto, a avaliação neuropsicológica das funções frontais se mostrou extremamente útil tanto no auxílio do diagnóstico quanto na avaliação cognitiva no seguimento clínico do tratamento farmacológico.

Palavras-chave: Déficit de atenção; TDAH; .
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006