IMPRIMIR VOLTAR
DISCUTINDO NUM CONTEXTO DE SALA DE AULA A SITUAÇÃO DE ESTUDO: RIO CAPIBARIBE
Maria do Socorro Lopes Pina
Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano (CEEGP)
 
RESUMO A contextualização e interdisciplinaridade constituem hoje, princípios norteadores para organização de um currículo por competências. Assim, pode-se entender a interdisciplinaridade, como a interação entre saberes, independente de separação por disciplinas. A contextualização é um princípio orientador do currículo que tem por objetivo dar significado ao entorno do aluno, uma vez que, no que tange ao ensino disciplinar, os PCNs sugerem que: “...o conhecimento disciplinar não deve ser entendido como um conjunto de conhecimentos isolados, prontos e acabados, mas sim uma construção da mente humana em contínua mudança.” Com a situação-problema: “Como identificar, no rio Capibaribe, os componentes da rede que liga os seres vivos entre si e ao meio, os pontos de ruptura desse sistema e as ações necessárias à revisão dos danos provocados pelo homem?”, buscamos levantar as concepções prévias dos estudantes e, a partir delas, explorar conteúdos nas disciplinas de Biologia, Física, Química, Língua Portuguesa, Geografia e Matemática, com vistas a desencadear uma aprendizagem significativa que possibilite o entendimento da situação de estudo: o rio Capibaribe. A compreensão dos fenômenos que ocorrem no ambiente – poluição, desmatamento, limites para uso dos recursos naturais, desperdício - será ferramentas essenciais na construção de conceitos (cidadania, turbidez, contaminação, paisagem, substâncias, misturas, transformações, velocidade, densidade, vazão, estrangulamento, margeamento, eutroficação, assoreamento, microorganismos, umidade, pressão atmosférica, média, áreas, volumes, proporcionalidade, etc.). A situação de estudo escolhida constituiu uma possibilidade de comunicabilidade entre diversos componentes curriculares. A construção e a vivência da proposta interdisciplinar em sala de aula, visou também a uma maior aproximação com diferentes disciplinas do currículo do Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano – CEEGP. Justificativa A abordagem interdisciplinar é hoje uma questão muito debatida no âmbito da educação. Segundo o documento dos PCNs, interdisciplinaridade significa: “...planejamento e desenvolvimento de um currículo de forma orgânica, superando a organização por disciplinas estanque e revigorando a integração e articulação dos conhecimentos...”. No entanto, os currículos e a formação docente permanecem ancoradas em paradigmas disciplinares, ou seja, o currículo é predominantemente conteudista e, por conseqüência, de orientação pedagógica reprodutivista e politicamente conservador. Este trabalho propõe-se a utilização de situação de estudo para romper com a linearidade e a fragmentação dos conteúdos escolares e torná-los contextualizados para os estudantes. Bibliografia FAZENDA, Ivani. Conversando sobre interdisciplinaridade à distância. São Paulo: PUC-SP/UNICID, mimeo, 2001. FURLANETTO, Ecleide C. A sala de aula interdisciplinar vista como um vaso alquímico. São Paulo: UNICID, mimeo, 2001. JAPIASSU, Hilton. A Questão da Interdisciplinaridade. Signos. Lajeado : FATES, 1995. p. 7-12 BOURDIEU, P. Les usages sociaux de la science. Pour une sociologie clinique du champ scientifique. Paris: INRA Editions, 1997. CALLON, M.; LAREDO, Ph. e MUSTAR, Ph (eds.) La gestion stratégique de la recherche et de la technologie. Paris: Economica, 1995. COIMBRA, J. A. A. Considerações sobre a interdisciplinaridade. In: PHILIPPI JR. A.; TUCCI, C. E. M.; HOGAN, D. J. e NAVEGANTES, R. (Org.) Interdisciplinaridade em ciências ambientais. São Paulo: Signus Editora, 2000. p.52-70. DELATTRE, P. Interdisciplinaires (Recherches). Encyclopédie Universalis, Paris, v.12, p.433-438, 1989. DOGAN, M. e PAHRE, R. L’innovation dans les sciences sociales: la marginalité créatrice. Paris: PUF, 1991. FLORIANI, D. Marcos conceituais para o desenvolvimento da interdisciplinaridade. In: PHILIPPI JR, A.; TUCCI, C. E. M.; HOGAN, D. J. e NAVEGANTES, R. (Org.) Interdisciplinaridade em ciências ambientais. São Paulo: Signus Editora, 2000. p.95-107. BRASIL. Ministério da Educação- MEC / Secretaria da Educação Média e Tecnológica – Semtec. PCN + Ensino Médio : Orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais – Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias : Brasília : MEC/semtec, 2002. Autores Maria do Socorro Lopes Pina, socorrolopesqui@ig.com.br, licenciada e bacharel em Química, especialista em Ciências (modalidade Química) pelo Projeto Pró-Ciências (convênio CAPES/FACEPE/SEC/UFRPE), é docente do Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano – CEEGP. 2001. José Roberto Lima Miranda2, especialista em matemática ), é docente do Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano – CEEGP. 2003 João Rufino de Freitas Filho, joaoveronice@yahoo.com.br, pós-doutorado em Química pela Université Claude Bernard (França), é docente do Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano - CEEGP e Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul – FAMASUL, 2002 Afonso Feitosa Reis Filho, afonsoreis@ibest.com.br, Licenciado em Química e especialista em Ciências (modalidade Química) pelo Projeto Pró-Ciências (convênio CAPES/FACEPE/SEC/UFRPE), é docente do Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano – CEEGP, é docente do Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano – CEEGP e Colégio Municipal José Firmino da Veiga- CMJFV. 2001 Minancy Gomes de Oliveira, mina_jesus@bol.com.br, licenciada em Biologia e mestre em Ciências Biológicas pela UFPE, é docente do Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano – CEEGP.2002 Avany Martins de Arruda, avany_arruda@yahoo.com.br, licenciada em Biologia e mestre em Educação nas Ciências pela UFRPE, é docente do Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano – CEEGP.2002 Marcus Venícius Juliano de Souza, licenciado em Física e especialista em Ensino de Física pela UFRPE, é docente do Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano – CEEGP. 2002 Ediene Ferreira Cavalcanti Gomes3, licenciada em Biologia e mestre em Oceonografia pela UFPE, é docente do Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano – CEEGP.2002 Neuza Maria Pontes de Mendonça5, , licenciada em Português e mestre em Linguistica Ciências pela UFPE, é docente do Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano – CEEGP.2005 1 Professores de Química do Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano – CEEGP. 2 Professores de Matemática do Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano - CEEGP 3 Professores de Biologia do Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano - CEEGP 4 Professor de Física do Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano - CEEGP 5 Professores de Português do Centro de Ensino Experimental Ginásio Pernambucano - CEEGP 2 Professor de Química da Universidade Federal rural de Pernambuco – UFRPE.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006