IMPRIMIR VOLTAR
A DINÂMICA DO MILHO NOS AGROECOSSISTEMAS INDÍGENAS
Marta Adriana Pedri
 
RESUMO O crescimento da população indígena e a regularização de terras trazem demandas para o restabelecimento de práticas agrícolas tradicionais. O manejo tradicional do milho (Zea mays L.) em tribos indígenas dos estados de Roraima e Santa Catarina representa um cenário de erosão genética e cultural. Esse trabalho busca compreender a relação histórica e cultural existente entre os grupos indígenas e o cultivo do milho. São utilizadas ferramentas de etnobotânica para entender a dinâmica do milho nos agroecossistemas indígenas. Em registros arqueológicos na América do Sul, a difusão inicial do milho coincide com a expansão da agricultura de grupos Jê. Uma segunda onda difundiu a intensificação do milho e a complexificação social, coincidindo com a expansão Aruak e Tupi-Guarani. O estado do cultivo do milho em aldeias Wapixana (Aruak), Macuxi, Taurepang, Waimiri Atroari (Karib), Kaingang, Xokleng (Jê) e Guarani (Tupi-Guarani) representam estágios diferentes do declínio da importância do milho. A perda de população e redes de troca de sementes, acréscimo de novas culturas como a banana, e a erosão de práticas religiosas tradicionais contribuem para essa perda. Os Guarani registram esforços de manter métodos tradicionais de manejo do milho, associadas às práticas religiosas e cosmologia do grupo. A base genética deste manejo, deduzida de práticas observadas em Santa Catarina e registradas na literatura, consiste no manejo de populações de milho com cores diferentes no pericarpo e aleurona das sementes. Essas cores permitem visualizar as atividades de transposons- usinas moleculares de mutações que geram diversidade alélica. Permitem, ainda, segregar e gerenciar a taxa de mutação em diferentes populações. A “religião do milho” dos Guarani pode ser a base tecnológica da intensificação do milho observado nos registros arqueológicos. JUSTIFICATIVA A interdisciplinaridade é a chave para o desenvolvimento desta pesquisa. O estudo do milho nos agroecossistemas indígenas exige observações agronômicas, conhecimentos de história e pré-história do milho nas Américas e conhecimentos de genética do milho gerados nas últimas décadas. A integração de conhecimentos permite a compreensão da relação das estruturas sociais indígenas com a genética complexa do milho. A partir deste entendimento, podemos reinterpretar a história das práticas agrícolas nas Américas, e ainda colher subsídios para o manejo de populações crioulas de milho. As práticas tradicionais indígenas oferecem ferramentas poderosas de melhoramento genético, pouco compreendidas na agronomia tradicional. BIBLIOGRAFIA GENÉTICA ANDERSON, E. 1967. Plants, Man and Life. University of California Press. 2a. ed. p.214–219. ANDERSON, E.G. 1924. Pericarp studies in maize II. The allelomorphism of a series of factors for pericarp color. Genetics 9:442-453. BRIEGER, F. G; PATERNIANI, J. T. A.; BLUMENSCHEIN, A.; ALLEONI, E. M. R. 1958. Races of maize in Brazil and other eastern South American coutries. Pub. 593, National Academy of Sciences: Washington. 593p. BRINK, R. A; NILAN, R. A. 1952. Very light variegated pericarp in maize. Genetics 39:724-740. BRINK, R. A., STYLES, E. D; J. D. AXTELL. 1968. Paramutation: directed genetic change. Science 159:161-170. EMERSON, R. A. 1914. The inheritance of a recurring somatic variation in variegated ears of maize. Amer. Nat. 48:87-115. ______________. 1917. Genetical studies on variegated pericarp in maize. Genetics 2:1-35. FEDEROFF, N. 2000. Transposons and genome evolution in plants. Proc. Nat. Acad. Sci. 97(13):7002-7007. GAVAZZI, G. A; MIKEREZI, I. PAPINUTTI, P; C. TONELLI. 1985. Light induced effects on tissue specific gene expression in Zea mays L. Maydica 30:309-319. GROBMAN, A., SALHUANA, W; SEVILLA R. 1961. Races of maize in Peru: their origins, evolution and classification. Pub. 915, National Academy of Sciences: Washington. HERNANDEZ X, E. 1985. Maize and Man in the Greater Southwest. Economic Botany 39 (4):416-430. KERMICLE, J. L., EGGLESTON, W. B.; M. ALLEMAN. 1995. Organization of paramutagenicity in R-stippled maize. Genetics 141:361-372. MCCLINTOCK, B. 1984. The significance of responses of the genome to challenge. Science 226:792-801. MIKULA, B. C. 1995. Environmental programming of heritable epigenetic change in paramutant r-gene expression using temperature and light at a specific stage of early development in maize seedlings. Genetics 140:1379-1387. PETERSON, P. A. 1985. Mobile elements in maize: a force in evolutionary and plant breeding processes. In: GUSTAFSON, J.P. (Ed) Genetics, Development and Evolution. 17th Stadler Genetics Symposium. ________________. 1986. Mobile elements in maize. In: JANICK, J. (Ed.) Plant Breeding Reviews Vol. 4. AVI Pub. Wesport. WESSLER, S. R. 2001. Plant transposable elements. A hard act to follow. Plant Physiology 125:149-151. GRUPOS INDÍGENAS ANDERSON, A. B.; POSEY, D. A. 1987. Reflorestamento Indígena. Ciência Hoje. 6(31):46-50. BALDUS, H. 1970. Tapirapé tribo tupí no Brasil Central. São Paulo: Companhia Editora Nacional, Edusp. 511p. ___________.1979. Ensaios de etnologia brasileira. 2a. ed. São Paulo: Nacional. 214p. BALÉE. 1992. The people of the fallow: a historical ecology of foraging in lowland South America. In: Redford, K.H. e Padoch, C. (eds) Conservation of neotropics forests. New York: Columbia U. Press, p. 35 - 57 BECKER, I. I. 1995. O Índio Kaingang no Rio Grande do Sul. São Leopoldo UNISINOS. 334p. BELLON, M. R.; BRUSH, S. R 1994. Keepers of the Maize in Chiapas, México. Economic Botany 48(2):196-209. BOITEUX, L. A. 1912. Notas para a história catarinense. Florianópolis: Moderna. 436p. CARVAJAL, G. 1934. Discovery of the Orellana River. In: Heaton, ed. The discovery of the Amazon according to the accounts of friar Gaspar de Carvajal and other documents. New York: America Geographical Society, p.167-235. CONKLIN, H.C. 1957. “Hanunoo Agriculture: On an Integral System of Shifting Cultivation in the Philippines”. Rome: FAO Forestry Development Paper, nº 12. CORTESÃO, J. 1970. Jesuitas e bandeirantes. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional. CURATOLA, M. 1994. Dioses y hombres del maíz: religión, agricultura y sociedad en el Antiguo Perú. In: CURATOLA, M. SANTESTEBAN, F. S. História Cultural de Peru. Universidad de Lima. Museu de La Nación. p.225-273. DARELLA, M. D. P. 1999. Aldeias, terras e índios Guarani no litoral centro-norte de Santa Catarina e a BR 101. (GTs Portarias 641/PRES-699/PRES e 922/PRES/1998). Relatório Final. Florianópolis. _________________. 2001. Projeto Milho Guarani. Museu Universitário/Centro de Ciências Agrárias. Relatório de Atividades. UFSC. Florianópolis, SC. 62p. DESCOLA, P. 1989. La Selva Culta. Simbolismo y praxis en la ecologia de los Achuar. Colección Peublos do Ecuador. Ecuador:3ª. Ed. Ediciones, Abya-Yala/ MLAL. no.17. 468p. DINIZ, E. S. 1972. Os Índios Makuxi de Roraima: sua instalação na sociedade nacional. Marília: Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Marília, Coleção Teses No. 9. FELIPIM, A. P. 2001. O sistema agrícola Guarani Mbyá e seus cultivares de milho: um estudo de caso na aldeia Guarani da Ilha do Cardoso, município de Cananéia, SP. Dissertação de Mestrado em Ciências Florestais. Piracicaba, SP. 120p. FERNANDES, R. C. 2003. Os Kaingang e a natureza. ANAIS do I Simpósio de Etnobiologia e Etnoecologia da Região Sul: Aspectos humanos da biodiversidade. SBEE/UFSC. Florianópolis, SC. p.104-119. FILAGRANA, M., CARVALHO JR. O. 2003. Levantamento e caracterização das práticas sustentáveis dos índios Xokleng da Terra Indígena Ibirama La Klanõ: o papel do conhecimento ecológico local. ANAIS do I Simpósio de Etnobiologia e Etnoecologia da Região Sul: Aspectos humanos da biodiversidade. SBEE/UFSC. Florianópolis, SC. p. 132 - 138. FLOWERS, N. M. 1994. Subsistence Strategy, Social Organization, and Warfare in Central Brazil in the Context of European Penetration. In: Roosevelt A.C. Amazonian Indians: from prehistory to the present Anthropological Perspectives. The University of Arizona Pres Tucson. p.249-269. FREITAS, S. F. 2004. Agricultura indígena e substituição de espécies. O caso dos Matis e Marubo do Vale do Javari. Dissertação de mestrado do Curso de Agroecossistemas, UFSC. Florianópolis, junho. 106p. GARLET, I. J. 1997. Mobilidade Mbyá: História e significação. Dissertação de Mestrado. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, PUC-RS. Porto Alegre. 190p. GIANNINI, I. V. 1994. Os índios e suas relações com a natureza. In: Grupioni, L. D. B. (Org.) Índios no Brasil. Brasília: Ministério da Educação e do Desporto. p.145-152. HAVERROTH, M. 1997. Kaingang, Um Estudo Etnobotânico: o uso e a classificação das plantas na Área Indígena Xapecó (oeste de SC). Dissertação de Mestrado. Florianópolis: PPGAS/Universidade Federal de Santa Catarina. HENRY, J. 1941. Os índios Kaingang de Santa Catarina, Brasil. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina. 1º. semestre, vol. XII. Florianópolis. p.127-133. _________. 1964. Jungle people: a Kaingang tribe of the Highlands of Brazil. New York: Vintage Books, 216p. IKUTA, A. R. Y. 2002. O desafio do resgate de práticas fitotécnicas de uma comunidade tradicional indígena Mbyá Guarani. Tese de Doutorado em Fitotecnia. Porto Alegre – RS. Agosto. 299p. KERR, W. E. 1987. Agricultura e seleções genéticas de plantas. In: Ribeiro, B. G. (org.). Suma Etnológica Brasileira. Volume 1. Etnobiologia. Editora Vozes: Petrópolis – RJ. p.159-172. LADEIRA, M. I. 1992. “O caminhar sob a luz”- O território Mbya à beira do oceano. Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais. PUC- São Paulo. 200p. LAVINA, R. 1994. Os Xokleng de Santa Catarina: uma etnohistória e sugestões para os arqueólogos. Dissertação de mestrado em História.Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS. São Leopoldo - RS, julho. 176p. LEITE, S. 1945. Historia da Companhia de Jesus no Brasil. Lisboa/ Rio de Janeiro: Portugalia/Insituto Nacional do Livro. 2088p. LÉRY, J. 1961.Viagem à Terra do Brasil. Editora Biblioteca do Exército. Coleção General Benício, no. 5. 279p. LITAIFF, A. 1996. As divinas palavras dos Guarani: Identidade étnica dos Guarani-Mbyá. Ed. da UFSC. Ilha de Santa Catarina, SC. 159p. MABILDE, A. P. T. 1988. Apontamentos sobre os índigenas selvagens da nação “Coroados” que habitavam os sertões do Rio Grande do Sul. In: Schmitz, P. I (ed). 1988. Arqueologia do Rio Grande do Sul, Brasil. Documentos. São Leopoldo: UNISINOS. p.141-172. MEDEIROS, J. C. 2006. Iniciativas de manejo e Conservação no Agroecossistema pelos ìndios Guarani Mbyá. Um estudo de caso da aldeia Yakã Porá – Garuva-SC. Dissertação de Mestrado em Agroecossistemas. UFSC. 165p. MELATTI, J. C. 1986. Índios do Brasil. São Paulo:Hucitec/UNB. 220p. MELIÁ, S. J. B.1990. A Terra Sem Mal dos Guarani. Revista de Antropologia 33: 124 - 158. MÉTRAUX, A. 1946. The Kaingang. In: Steward, J. H. (ed). Handbook of South American Indians. Vol. 1. Washington: Government Printing Office. p.445-475. _____________. 1969. The History of the Incas. Schoken Books: New York. 205p. MILLER, R., PEDRI, M. e MARTINS, D. 2004. Oficina da Terra. Relatório de atividades. Programa São Marcos. Convênio ELETRONORTE/FUNAI/Comunidades Indígenas. Roraima. MILLIKEN, W., MILLER, R. P., POLLARD, S. R. WANDELLI, E. V. 1992. Ethnobotany of the Waimiri Atroari Indiasn of Brazil. Royal Gardens Kew. 146p. NAMEM, A. M. 1991. A barragem de Ibirama e as populações atingidas na Área Indígena: documento denúncia. Boletim de Ciências Sociais 51:65-89. ______________. 1994. Botocudo: uma história de contacto. Florianópolis: Editora da UFSC; Blumenau: Editora da FURB. 112p. NIMUENDAJÚ, C. 1987. As lendas da criação e destruição do mundo como fundamentos da religião dos Apapocúva-Guarani. Sao Paulo: HUCITEC. 156p. ________________. 1993. Etnografia e Indigenismo: Sobre os Kaingang, os Ofaié-Xavante e os Índios do Pará. Campinas: Editora da UNICAMP. 160p. NOELLI, F. S. 1993. Sem Tekohá não há Tekó. Dissertação de Mestrado em História, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, PUC-RS, Porto Alegre, RS. 488 p. ________________. 2005. Os indígenas do Brasil Meridional. In: Mello, A. D. de. Expedições: Santa Catarina na era dos descobrimentos geográficos. p. 1501-1542. NÖTZOLD, A. L. V. 2004. O Ciclo de Vida Kaingáng. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina. 109p. OLIVEIRA, M. C. 1996. Os Especialistas Kaingáng e os Seres da Natureza. Curadores da Aldeia Xapecó. Oeste de Santa Catarina. Florianópolis :FCC Edições. 102p. OLIVEIRA, A. E., POSEY, D. A. 1987. Introduction the Relevance of Indigenous Knowledge. p.15-19. In: HAMÚ, D. C. Alternatives to Destruction. Science of the Mebengokre. Museu Paraense Emílio Goeldi. Belém. 69p. PARKER, E. 1992. Forest Islands and Kayapó Resource Management in Amazônia: A Reppraisal of the Apêtê. American Anthropologist 94(2):406-428. PORRO, Antonio. 1996. O povo das águas: ensaios de etno-historia amazônica. Petrópolis Vozes. 204p _____________ 2001. Social organization and political power in the Amazon floodplain. In: Roosevelt, A., ed. Amazonian Indians from Prehistory to the present. University of Arizona Press. Tucson, Arizona. p.79–94. POSEY, D. A. 1983. Indigenous knowledge and developmente: an ideological bridge to the future. Ciência e cultura. 35(7):877-894. RIBEIRO, B.G. (org.). 1987. Suma etnológica brasileira. Volume 1. Etnobiologia. 2a. ed. Editora Vozes. Petrópolis – RJ. 302p. RODRIGUES, A. D. 1986. Línguas Brasileiras: para o conhecimento das línguas indígenas. São Paulo: Edições Loyola. 135p. ROUSE, I.1963. The Arawak. In: Steward, J. H. Handbook of South American Indians. Vol. IV. Cooper Square Publishers, Inc. New York. p. 507-539 _________________. 1994. Amazonian Indians from Prehistory to the present. Anthropological Perspectives. Tucson: University of Arizona Press. 420p. SALLICK, J.; CELLINESE, N.; KNAPP, S. 1997. Indigenous diversity of cassava: generation, maintenance, use and loss among the Amuesha, Peruvian upper Amazon. Economic Botany 51(1):6-19. SANTILLI, P. J. B. 2001. Pemongon Patá: território Macuxi, rotas de conflito. São Paulo: Editora da UNESP. 225p. SANTOS, S. C. 1970. A integração do índio na sociedade regional: a função dos postos indígenas em Santa Catarina. Florianópolis: Imprensa Universitária da UFSC. 102p. ________________. 1973. Índios e Brancos no Sul do Brasil. A Dramática Experiência dos Índios Xokleng. Florianopolis: Edeme. 313p. SAUER, C. O. 1986. As plantas cultivadas na América do Sul tropical. In: Ribeiro, B.G. org. Suma etnológica brasileira. Volume 1. Etnobiologia. 2a. ed. Vozes: Petrópolis – RJ. SCHADEN, E. 1954. Aspectos Fundamentais da Cultura Guarani. USP. Boletim no. 188, Antropologia, n. 4. São Paulo. 216p. _____________. 1953. A origem dos homens, o dilúvio e outros mitos Kaingang. Revista de Antropologia 1 (2): 139-141. SCHADEN, F. S. G. 1958. Xokléng e Kaingáng: Notas para um estudo comparativo. Revista de Antropologia 2 (6):105-112. ______________. 1959. A mitologia heróica de tribos indígenas do Brasil. Ensaio Etno-sociológico. Rio de Janeiro: Departamento de Imprensa Nacional. 183p. SOUZA, G.S. 1938.Tratado Descritivo do Brasil em 1587. Companhia Editora Nacional: São Paulo. 365p. SPINOZA, A. V. 1979. Nombres del Maiz y su uso ritual por las K’anas. Antropología Andina 3:75-88. TOMMASINO, K. 1998. Os Kaingang e suas relações com o meio ambiente. Revista de Divulgação Cultural 64:25-31. URBAN, G. 1978. A model of Shokleng social reality. Chicago: Univ. of Chicago, (Ph.D. Dissertation). 398p. VIDAL, L. B. 1977. Morte e vida de uma sociedade indígena brasileira: os Kayapó-Xikrin do Rio Cateté. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, p.77-80. VIETTA, K. 1992. Mbya: Guarani de verdade. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social. UFRGS. 198p. WIIK, F.B. 2001. Contato, epidemias e corpo como agentes de transformação: um estudo sobre a AIDS entre os índios Xokleng da Santa Catarina, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro: Fiocruz 17(2):397-406. ETNOBOTANICA/ ETNOECOLOGIA/ ETNOBIOLOGIA CASTRO, E. 2000. Território, Biodiversidade e Saberes de Populações Tradicionais. In: Diegues, A.C., org. Etnoconservação. Novos Rumos para a Conservação da Natureza nos Trópicos. São Paulo: Hucitec/Nupaud, p.165-182. CLEMENT, C. R.1989. The historical foundations of ethnobiology (1860-1889). Journal of Ethnobiology 18(2):161-187. COTTON, C. M. 1996. Ethnobotany: principles and applications. London:Wiley. 424p. CUNHA, M. C. 1985. Definições de Índio e Comunidades Indígenas. In: Santos, S. C. dos, et al., org. Sociedades indígenas e o direito: uma questão de Direitos. Florianópolis: Editora da UFSC. p.31-37. DIEGUES, A. C. 1996. O Mito Moderno da Natureza Intocada. São Paulo: Hucitec. _____________. 2000. Etnoconservação da natureza e enfoques alternativos. In: Diegues, A C. S. org. Etnoconservação. São Paulo: Hucitec/NUPAUB, p. 1- 46. _______________. 1999. Populações tradicionais e a Convenção da Diversidade Biológica. Estudos Avançados 13 (36): 117-163. CUNNINGHAM, A. B. 2001. Applied Ethnobotany: people, wild plant use & conservation. London: Earthscan Publications. 300p. GADGIL, M. BERKES, F. FOLKE, C. 1993. Indigenous Knowledge for Biodiversity Conservation. Ambio. 22:2-3. GAIFAMI, A; CORDEIRO, A. (orgs.). 1994. Cultivando a diversidade: recursos genéticos e segurança alimentar local. Rio de Janeiro: AS-PTA, 205p. GIVEN, D. R., HARRIS, W. 1994. Techniques and Methods of Ethnobotany. New Zealand: Lincoln University, 1994. 148p. GUIMARÃES, R. G. 2003. A um passo: o conhecimento etnoecológico e a promessa de ciência relevante. In: Anais do I Simpósio de Etnobiologia e Etnoecologia da Região Sul: Aspectos humanos da biodiversidade. SBEE/UFSC:Florianópolis. p.56-65. LIPP, F. J. 1995. Ethnobotanical Method and Fact: A Case Study. In: Schultes, R. E., von Reis, S.. Ethnobotany: evolution of a discipline. London: Chapman & Hall, p.52-59. MARTIN, G. J. 1995. Ethnobotany: A methods manual. London, UK: Chapman & Hall. 268p. PATTON, D. 1993. Ethnoecology: The challenge of cooperation. Etnoecológica 1 (2):5-15. POSEY, D. 1987. Introdução: Etnobiologia, teoria e prática. In: Ribeiro, D. org. Suma etnológica brasileira. Volume 1. Etnobiologia. 2a. ed. Editora Vozes. Petrópolis – RJ. p.15-25. ___________. 2001. Interpretando e Utilizando a “Realidade” dos Conceitos Indígenas: O que é Preciso Aprender dos Nativos? In: Diegues, A C.; Moreira, A C. org. Espaços e Recursos Naturais de Uso Comum. NUPAUB – USP. São Paulo. p.279-294. RAMOS, A. R. 1986. Sociedades indígenas. São Paulo: Ática, 96p. SCHULTES, R. E., VON REIS, S. 1995. Ethnobotany: evolution of a discipline. London: Chapman & Hall, 414 p. SIMONIAN, L. T. L. 1975. Cultura material Xokleng: Um levantamento etnográfico. Museu Antropológico Diretor Pestana, Fidene, Ijuí, Mimeografado. TOLEDO, V. M. 1990. La perspectiva etnoecológica: cinco reflexiones acerca de las “ciencias campesinas” sobre la naturaleza con especial referencia a México. Ciências 4: 22-29. ________________. 1995. Paradigms for a New Ethnobotany: Reflections on the Case of Mexico. In: Schultes, R. E., von Reis, S. Ethnobotany: evolution of a discipline. London: Chapman & Hall, p. 75-88. ARQUEOLOGIA BROCHADO, J. P. 1984. An ecological model of spread of pottery and agriculture into eastern South America. PhD dissertation. Departament of Anthropology, University of Illinois at Urbana-Champan. BUSH, M. B; PIPERNO, D. E; COLINVAUX, P. A. 1989. A 6000 year history of Amazonian maize cultivation. Nature 340:303–305. DOBYNS, H. F. 1966. Estimating aboriginal American Population: an appraisal of techniques with a new hemispheric estimate. Current Anthropology. 7 (4): 395-449. FERNANDES, T. 2006. Reescrevendo o passado. Ciência Hoje 38 (223):56-57. FOSSARI, M. D. 2004. A população Pré-colonial Jê na paisagem da Ilha de Santa Catarina. Tese de Doutorado do Curso de Pós Graduação em Geografia. UFSC. Florianópolis, SC. 339p. FREITAS, F.A. e MARTINS, P.S. 2003. Archeological material for the study of crop evolution. Scientia Agricola 60 (2): 399 - 402 GOULART, M. 1997. Projeto Salvamento Arqueológico Uruguai- Barragem Ita. Vol. 1. Introdução. Itajaí: Univali/Eletrosul. 127p. HATHER, J.G., HAMMOND, N. 1994. Ancient Maya subsistence diversity: root and tuber remains from Cuello, Belize. Antiquity 68:330–335. HECKENBERGER, M. J., KUIKURO, A., KUIKURO, V.T., RUSSELL, C., SCHMIDT, M., FAUSTO, C., FRANCHETTO, B. 2003. Amazônia 1492: Pristine Forest or Cultural Parkland? Science 301:1710-1714. HORNBORG, A. 2005. Ethnogenesis, regional integration and ecology in prehistoric Amazonia. Current Anthropology 46 (4):589–620. IRIARTE, J., HOLST, I., MAROZZI, O., LISTOPAD, C., ALONSO, E., RINDERKNECHT, A, MONTAÑA, J. 2004. Evidence for cultivar adoption and emerging complexity during the mid-Holocene in the Plata basin. Nature 432:614–617. KOHLER, T. A., GUMERMAN, G. J., REYNOLDS, R. G. 2005. Simulating anciente societies . Scientific American. 293 (1):76-82. LATHRAP, D.W. 1971. The tropical forest and the cultural context of Chavín. In: Benson, E. P., org. Dumbarton Oaks Conference on Chavín. Dumbarton Oaks Research Library: Washington, p.73 – 99 _____________. 1970. The Upper Amazon, New York: Praeger. 215p. NEVES, E. G. 1999. Changing perspectives in Amazonian archeology. In: Politis e Alberti ed., Archeology in Latin America. . London: Routledge, p. 15-28 NOELLI, F. S. 1996. Os Jê do Brasil Meridional e a Antiguidade da agricultura: Elementos da linguística, arqueologia e etnografia. In: Estudos Ibero-Americanos. PUCRS, v. XXI, n. 1, p. 13-25. OLIVER, J. R. 2001. The archeology of forest foraging and agricultural production in Amazonian. In: McEwan, C. Barreto, C. e Neves, E. ed. Unknown Amazon: culture in nature in ancient Brazil. London: British Museum Press. p.50-85 PAUKETAT, T. R. 2004. Ancient Cahokia and the Mississipians. New York, Cambridge University Press. 218p. PERRY, L; SANDWEISS, D.H.; PIPERNO, D.R., RADEMAKER, K.; MALPASS, M.A.; UMIRE, A. VERA, P. 2006. Early maize agriculture and interzonal interaction in southern Peru. Nature 440:76–79. PIPERNO, D. R.; FLANNERY, K.V. 2001. The earliest archeological maize (Zea mays) from highland Mexico. Proceedings of the National Academy of Sciences 98:2101–2103. PIPERNO, D. R; PEARSALL, D.M. 1998. The origins of Agriculture in the Lowland Neotropics. London: Academic Press. 400p. PIPERNO, D. R.; RANERE, A. J.; HOLST, I.; HANSELL, P. 2000. Starch grains reveal early root crop horticulture in Panamanian Tropical Forest. Nature 407:894– 97. POPE, K. O.; POHL, M.; JONES, J.G.; LENTZ, D.L.; VON NAGY, C.; VEGA, F.J. e QUITMYER, I.R. 2001. Origin and Environmental Setting of Ancient Agriculture in the Lowlands of Mesoamerica. Science 292:370–373. ROOSEVELT, A. C. 1980. Parmana: Prehistoric Maize and Manioc Subsistence along the Amazon and Orinoco. New York, Academic Press. 319p. SANTLEY, R. S. 1992. A consideration of the Olmec phenomenon in the Tuxtlas. In: Killion, T., ed. Gardens of Prehistory : The archeology of settlement Agriculture in creater Mesoamerica. Tuscaloosa: University of Alabama Press, p.150–182. SCHMITZ, P. I.; BARBOSA, A.S.; RIBEIRO, M.B. 1980. Arcaico no interior. Anuário de Divulgação Científica Instituto Goiano de Pré-história e Antropologia 5:93–111. SCHMITZ, P. I. 1991. Pré-história do Rio Grande do Sul. Arqueologia do Rio Grande do Sul, Brasil. Documentos 5. Instituto Anchietano de Pesquisas – UNISINOS. São Leopoldo, RS. 178p. SMITH, B.D. 1998. The emergence of agriculture. New York: Scientific American Library. 231p. ___________. 2001. Documenting plant domestication: The consilience of biological and archaeological approaches. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of América PNAS 98(4):1324-1326. TYKOT, R.H; STALLER, J.E. 2002. The Importance of Early Maize Agriculture in Coastal Ecuador: New Data from La Emerenciana. Current Anthropology 43 (4): 666 - 677. ZEVALLOS, C.; GALINAT, W.; LATHRAP, D. W.; LENG, E.; MARCOS, J.; KLUMPP, K. 1977. The San Pablo Corn Kernel and Its Friends. Science 196: 385–389. AGRONOMIA MANGELSDORF, P.C. 1974. Corn, Its Origin, Evolution, and Improvement. Harvard University Press, Cambridge. SCHMIDT, C. B. 1967. O milho e o monjolo.Documentos da Vida Rural, no. 20. Rio de Janeiro. Ministério da Agricultura, Serviço de Informação Agrícola. 153p. SOARES, A. C; MACHADO, A. T; SILVA, B. M; VON DER WEID, J. M. (orgs.). 1998. Milho Crioulo: conservação e uso da biodiversidade. AS-PTA. Rio de janeiro – RJ. 185p. IDENTIFICAÇÃO DOS AUTORES MARTA ADRIANA PEDRI, Mestre em Agroecossistemas, Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), 2006; Extensionista rural do Projeto Microbacias II em comunidades indígenas (Xokleng, Kaingang e Guarani) em Santa Catarina. PAOLA BEATRIZ MAY REBOLLAR, historiadora e coordenadora de equipe no Projeto de Salvamento Arqueológico da UH – Campo Novos/ SC, Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), 2002; mestranda em Agroecossistemas (UFSC). PAUL RICHARD MOMSEN MILLER, Pós-doutor em Genética, Peach and Almond Genetics Laboratory, Pomology Department, Universidade de California, Davis, 2001, Ph.D. em Ecologia, Universidade de California, Davis, 1991. Professor Adjunto do Depto. de Engenharia Rural, CCA/UFSC, supervisor do Laboratório de Biotecnologia Neolítica
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006