H. Artes, Letras e Lingüística - 3. Literatura - 5. Teoria Literária |
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CRÍTICA LITERÁRIA: REFLEXÕES SOBRE A LITERATURA DE AUTORIA FEMININA |
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Renato Kerly Marques Silva 1 |
Sandra Maria Nascimento Sousa 1 |
Keyne Conceição Marques Silva 2 |
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(1. Universidade Federal do Maranhão; 2. Universidade Estadual do Maranhão) |
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INTRODUÇÃO: |
A partir de 1960, especificamente na França, Inglaterra e Estados Unidos, pesquisadoras(es) envolvidas(os) com as discussões do movimento feminista começaram a (re)elaborar uma crítica literária que pudesse interpretar as obras de autoria feminina analisando-as de modo diferenciado. Essa Crítica pretendia-se subjetiva e, em alguns casos, influenciada pelas vivências dessas mulheres.
Até hoje, várias correntes teóricas que utilizam autores materialistas, pós-estruturalistas, desconstrucionistas entre outros, têm dificuldades em estabelecer postulados que possam orientar essa Crítica. Esta pesquisa também não tem essa pretensão, no entanto, terá como problema principal o questionamento sobre quais fatores poderiam ser observados e considerados como indicadores de uma literatura produzida por mulheres que a diferencie da literatura produzida por homens. |
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METODOLOGIA: |
Para a realização desta pesquisa pretendo discutir sobre as categorias de análise que têm sido utilizadas para a busca de pontos de diferenciação que podem existir entre a literatura de escrita feminina e a literatura produzida por homens, para tanto, utilizo algumas idéias de SHOWALTER (1994) e BRANCO (1991), para pensar sobre os pontos de diferenciação presentes em algumas teorias que tratam sobre escrita de mulheres. Neste resumo, apresento parte desta pesquisa que ainda esta em andamento. |
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RESULTADOS: |
As(os) teóricas(os) que têm discutido sobre a literatura produzida por mulheres concentram-se, segundo Showalter (1994), em quatro linhas de análise, a saber: biológica, lingüística, psicanalítica e cultural. Cada uma delas centradas em pontos diferentes que vão da análise biológica, que utiliza a separação fisiológica de machos e fêmeas, às teorias de gênero que discutem como as identidades, ou as performances do masculino e do feminino foram engendradas.
Essas linhas de análise da crítica, realizada sobre as obras literárias de autoria feminina, observam, sobretudo fatores como o estilo, o gênero da narrativa e a experiência de suas autoras para buscar os pontos que estariam na “zona selvagem” que, segundo Ardener (1975), é o ponto da escrita feminina que não estaria contido na forma falologocêntrica de pensar o mundo inculcada pelo patriarcado. |
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CONCLUSÕES: |
Uma diferenciação da literatura produzida por mulheres não é utilizada aqui de forma essencialista para marcar variações que as vivências do “ser mulher” ou do “ser homem” poderiam gerar na literatura. No entanto, essa delimitação entre a literatura de autoria feminina e a literatura de autoria masculina pretende observar que as experiências de mulheres e homens, com toda a carga de valores culturais e ideológicos que estes sujeitos compartilharam vão dar origem a obras distintas que privilegiam o local de cada um desses sujeitos na sociedade sejam eles homens, mulheres, ou mesmo, outros que não se enquadrem nessas possibilidades.
A Crítica Literária influenciada pelo movimento de emancipação Feminina, principalmente a influenciada pelos estudos de gênero, tem tentado observar de onde essas escritoras estão falando e quais seriam suas contribuições na realização de uma crítica à sociedade – na qual as desigualdades de poder nas relações de gênero ainda são profundas –, na desconstrução de certas representações que historicamente instrumentalizam a opressão às mulheres e a outras minorias. |
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Palavras-chave: Crítica Literária; Feminismo; Relações de Gênero. |
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Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006 |
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