C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia |
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PURIFICAÇÃO E COMPROVAÇÃO DA REATIVIDADE IMUNOLÓGICA DA PROTEÍNA AMA-1 PARA SUA UTILIZAÇÃO COMO VACINA CONTRA MALÁRIA. |
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Bruna de Andrade Pereira 1, 2 |
Kesiani Gorza Iscopel 3 |
Erika Marins Braga 3 |
Mauricio Martins Rodrigues 4 |
Irene Soares 4 |
Oscar Bruña-Romero 2 |
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(1. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais/ PUC- MG; 2. Departamento de Microbiologia, ICB- Universidade Federal de Minas Gerais; 3. Departamento de Parasitologia, ICB- Universidade Federal de Minas Gerais; 4. Universidade Federal de São Paulo/ UNIFESP) |
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INTRODUÇÃO: |
A proteína AMA-1 (apical membrane antigen-1) é um dos principais candidatos a vacina contra malária. No parasita, esta molécula auxilia na invasão dos eritrócitos do hospedeiro. A proteção induzida após vacinação com esta proteína é, em grande parte, mediada por anticorpos específicos contra os domínios extracelulares (I e II) desta proteína. No presente trabalho, purificamos os domínios I e II da proteína AMA-1 do parasita P. vivax, o mais prevalente agente causador da malária no Brasil, com o objetivo de desenvolver vacinas eficazes contra este patógeno. A estrutura terciária do ectodomínio desta proteína está mantido por 16 aminoácidos cisteína, que formam entre si ligações dissulfeto. A manutenção da conformação original da AMA-1 é essencial para o reconhecimento pelo anticorpos neutralizantes. |
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METODOLOGIA: |
A purificação da proteína AMA-1 foi realizada devido à presença de uma cauda de 6 His no extremo carboxi-terminal utilizando um kit com colunas de Ni-Chelate (ProBondTM Purification System, Invitrogen). O produto foi dialisado para que a proteína retornasse a sua conformação terciária original e armazenada à -80°C. Através do ELISA a imunogenicidade da proteína pôde ser testada. Nesta técnica foram utilizados soros de indivíduos infectados e não infectados com malária de duas regiões endêmicas: Cuiabá e Terra Nova do Norte. Foram testadas diferentes concentrações de soros (1:80 até 1:400) e proteína (0.5g/l e 2g/l). O anticorpo secundário anti-IgG conjugado com peroxidase foi utilizado na diluição de 1:1000 (Cappel). |
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RESULTADOS: |
O ensaio de ELISA foi positivo para aquelas amostras que tinham diagnóstico prévio de malária enquanto que esta reação foi negativa nos soros controles, demonstrando que a proteína AMA-1 purificada apresentava-se na conformação original correta o que possibilitou o seu reconhecimento por anticorpos específicos contra a malária. Valores maiores que o índice de reatividade, IR = 0.7, foram considerados positivos para as duas diluições da proteína. A concentração de 2g/l da AMA-1 apresentou valores excessivamente altos de absorbância para soros com altos títulos de anticorpos enquanto que 0,5 µg/µl mostrou-se insuficiente nos casos de baixo título de anticorpos. Baseando-nos nestes resultados escolhemos a concentração de 1g/l como a ótima para se obter um resultado positivo facilmente identificável. |
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CONCLUSÕES: |
A proteína AMA-1 purificada pode ser utilizada como um elemento indutor de imunidade contra malária formando parte de uma vacina de subunidade, devido à sua imunogenicidade com soros de pacientes, o que mostra a manutenção da sua configuração terciária original. Para atingir e manter tal configuração foi necessário dialisar e armazenar a proteína corretamente. Esta proteína poderá ser utilizada sozinha ou em combinação com outros vetores recombinantes de imunização (protocolos prime-boost) para induzir os maiores níveis possíveis de memória imunológica contra a doença. |
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Instituição de fomento: CNPq, FIOCRUZ (PDTIS), FAPEMIG
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Trabalho de Iniciação Científica
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Palavras-chave: proteína AMA-1; malária; vacina. |
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Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006 |