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D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 1. Anatomia Patológica e Patologia Clínica

QUANTIFICAÇÃO DE ANTICORPOS ANTIESTREPTOLISINA “O” PELA REAÇÃO DE INIBIÇÃO DA HEMÓLISE E COMPARAÇÃO COM A REAÇÃO DE AGLUTINAÇÃO COM LÁTEX

Jaqueline Beppler 1
Daniela Valcarenghi 1
Juliana Bernardon Pretto Gonçalves 1
Ednéia Casagrande Bueno 1
(1. Núcleo de Investigações Químico-Farmacêuticas (NIQFAR)/UNIVALI)
INTRODUÇÃO:

A febre reumática se manifesta como doença secundária a uma infecção prévia por S. pyogenes β-hemolítico do Grupo A. O diagnóstico da febre reumática é realizado segundo o critério de Jones, que adota como uma das manifestações a presença de anticorpos específicos anti-estreptolisina “O” (ASLO). Estes anticorpos são produzidos em resposta à toxina estreptolisina “O” (SLO), liberada pelo estreptococo, e podem ser detectados na circulação por diferentes metodologias imunológicas. O presente projeto tem por objetivo avaliar os resultados obtidos pela detecção dos ASLO em amostras de soro de pacientes portadores de febre reumática e de indivíduos saudáveis utilizando reação de inibição da hemólise, determinando os índices de eficiência diagnóstica do teste e comparando o mesmo com resultados obtidos previamente empregando a metodologia de reação de aglutinação com partículas de látex.

METODOLOGIA:
Foram estudadas 20 amostras de pacientes portadores de febre reumática e 20 amostras de indivíduos saudáveis. A quantificação de anticorpos ASLO nas amostras de soro foi realizada pela metodologia de reação de inibição da hemólise, que se baseia na capacidade natural da SLO provocar hemólise, atividade esta neutralizada pela presença de anticorpos ASLO na amostra. Resumidamente, 25 mL de SLO hidratada foram incubados com 50 mL de várias diluições do soro durante 15 minutos a 37ºC em microplacas de 96 cavidades. Em seguida foram adicionados 25 mL de suspensão de hemácias humanas do tipo “O” a 3% e a reação incubada a 37ºC durante 45 minutos. Após sedimentação das hemácias por 1 hora a temperatura ambiente foi identificada a presença ou não da hemólise. O resultado final foi obtido em UI/mL, correspondente à maior diluição do soro em que não houve hemólise, sendo considerado normal o valor inferior a 200 UI/mL.
RESULTADOS:

Das amostras de soro de indivíduos saudáveis, 16 mostraram resultado inferior a 200 UI/mL, enquanto que das amostras de pacientes portadores de febre reumática 10 apresentaram resultado positivo (superior a 200 UI/mL). A análise dos parâmetros de avaliação de desempenho diagnóstico do teste realizado mostrou indicadores de especificidade de 80%, sensibilidade de 50% e eficiência de 65%.

CONCLUSÕES:

Os parâmetros de avaliação de desempenho diagnóstico da reação de inibição de hemólise realizada nas amostras determinaram que a mesma é deficiente na discriminação da população doente, principalmente se comparados aos indicadores obtidos em estudo anterior. No estudo realizado anteriormente, com estas mesmas amostras analisadas pela reação de aglutinação com partículas de látex, tanto a sensibilidade quanto a especificidade foram de 100%. Assim, os resultados obtidos sugerem que a reação de inibição de hemólise é a metodologia de segunda escolha no auxílio ao diagnóstico da febre reumática, prevalecendo a reação de aglutinação com partículas de látex como metodologia de primeira escolha.

Instituição de fomento: ProBIC/UNIVALI
Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: ASLO; estreptococo; febre reumática.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006