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E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia

EFEITO DE EXTRATOS DE Nicotiniana tabacum var. virginia SOBRE O CONTROLE DE Brevicoryne brassicae EM COUVE (Brassica oleracea l. var. acephala d.c.)

Edilaine Maurícia Gelinski Grabicoski 1
Eliza Rigoni de Pontes 1
Luiz Antonio Bela Filho 1
Mario Rafael Nicolau 1
Rodrigo Zimmer 1
(1. Universidade Estadual de Ponta Grossa / UEPG)
INTRODUÇÃO:

A couve cultivada mundialmente,destaca-se entre as plantas hortícolas consumidas no Brasil. Inúmeras pragas atacam essa crucífera, destacando-se as espécies de pulgões Myzus persicae e Brevicoryne brassicae, causando danos em muitas espécies de brássicas. Os danos ocasionados pelos pulgões decorrem da sucção contínua da seiva, paralisando do modo parcial ou total o crescimento da planta e, às vezes, provocando a morte ou danificando seriamente as sementes. Nos últimos anos tem-se observado problemas de contaminação ambiental devido ao excesso de pulverizações químicas para o controle de insetos nas culturas de brássicas. Embora os inseticidas químicos sejam atualmente usados com relativo sucesso na agricultura, os graves problemas relacionados ao seu uso, já amplamente conhecidos, têm incentivado o desenvolvimento de métodos alternativos de controle. Além disso, o significativo incremento que esses insumos representam no custo da produção agrícola, além da pressão da sociedade por produtos livres de agrotóxicos, tem exigido da pesquisa maior empenho no desenvolvimento de programas de controle biológico. A busca por novos inseticidas constitui-se num campo de investigação amplo. A grande variedade de substâncias presentes na flora continua sendo um enorme atrativo na área de controle de insetos, principalmente levando-se em consideração que apenas uma pequena parcela de plantas foi investigada com tal finalidade.

METODOLOGIA:

O ensaio foi instalado em Ponta Grossa, Paraná, na Fazenda Escola Capão de Onça, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), utilizando a cultivar de couve “Manteiga”, e plantio feito em junho de 2005, em espaçamento de 0,25m x 0,30m, 15 plantas por parcela. O delineamento experimental usado foi o de blocos ao acaso com quatro repetições de cada dose, sendo os resultados agrupados em esquema de 1 cultivar x 7 tratamentos de extrato vegetal de Nicotiniana tabacum(fumo) nas seguintes concentrações: 0,7%; 1,4%; 2,1%; 2,8%; 3,5%; 4,2%; 4,9%. Para cada uma das concentrações do extrato de fumo, acrescentou-se uma colher(sopa) de sabão ralado para facilitar a fixação na planta e uma colher(sopa) de álcool, para potencializar o uso do fumo. Acrescentou-se a água até cobrir o fumo. Depois, colocou-se o álcool e o sabão e deixou-se a solução de molho por 24 horas, para extrair as substâncias presentes no fumo e dar tempo de o sabão se dissolver. Passadas as 24 horas, coou-se a solução, e por final completou-se com água até o volume de um litro, o que constituiu o extrato concentrado que para sua aplicação, utilizando-se de uma bomba costal, foi diluído com água até completar um volume de 10 litros. Para a concentração de 0,7% utilizou-se 70 gramas de fumo, já à concentração de 1,4% utilizou-se 140 gramas de fumo seguindo nessa progressão aritmética para as outras concentrações. Aplicou-se o extrato no “momento de controle”onde analisou-se o controle da praga e os danos à planta.

RESULTADOS:

De acordo com pesquisas realizadas em laboratórios e campos de Jaboticabal, SP, no ano de 1993, foi determinado que a fase ninfal do pulgão diminuiu significativamente ao ponto de algumas populações, desaparecerem, nas temperaturas de 15º a 20ºC. Mantendo-se estável a partir de 25ºC. E um aumento no número populacional entre as temperaturas de 27º à 30ºC, acima disso começa-se a notar uma diminuição do número (temperatura chamada de limite térmico superior). É no Paraná que ocorre a transição do clima tropical para o subtropical, dominante na região sulina. No litoral e na Bacia do Rio Paraná, as temperaturas médias são elevadas, mas se amenizam no restante do Estado. No inverno, sobretudo nos planaltos, além de esporádicas e tímidas nevadas, as geadas são freqüentes. Devido às condições metereológicas apresentadas durante o período do experimento, não foi possível determinar a melhor concentração de extrato de Nicotiniana tabacum, considerando que o clima não foi propício para o desenvolvimento das ninfas do inseto.Um solo ácido ou desbalanceado, com excesso de algum nutriente interfere no desenvolvimento da planta, favorecendo a proliferação do pulgão nas plantas. O pH do solo em que foi cultivado a couve mostrou-se pouco favorável à proliferação do pulgão, uma vez que foi classificado como excelente.

CONCLUSÕES:

A presença de um solo classificado como excelente por possuir Ph e nutrientes ideais para o desenvolvimento de uma planta sadia, juntamente com as condições meteorológicas apresentadas durante o período do experimento mostraram-se não favoráveis para a proliferação do pulgão. Com isso a aplicação do extrato de fumo seria desnecessária já que não houve incidência do inseto. Ao se fazer a aplicação do extrato na planta, mesmo sem a presença da praga, provou que ele é unicamente um inseticida, agindo diretamente no controle da praga, pois não causou dano algum à planta. Por fim, em se tratando de características de clima e solo, confirmamos as condições ideais para o cultivo de couve, as quais que, para o experimento apresentado, não eram as desejadas.

Trabalho de Iniciação Científica  
Palavras-chave: Extrato de Nicotiniana tabacum (fumo); Pulgão Brevicoryne brassicae; Couve Brassica oleracea .
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006