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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
HARRY POTTER E A FARMACOLOGIA: UMA PROPOSTA LÚDICA
Marina Perillo Navarrete Lavers  1
Patrícia Vieira de Sousa  1
Jaqueline dos Santos Martins  1
Marcos Fernando Oliveira e Costa  2
Luiza Cristina Lacerda Jacomini  2
Renata Mazaro e Costa  3
(1. Universidade Federal de Goiás - Graduação em Ciências Biológicas; 2. Universidade Federal de Goiás - Professor Departamento de Ciências Fisiológicas; 3. Universidade Federal de Goiás - Orientador Departamento de Ciências Fisiológicas)
INTRODUÇÃO:

A farmacologia, enquanto disciplina de graduação para o curso de medicina possui um objetivo de promover o elo entre várias disciplinas do tronco básico com as pertencentes à clínica médica. Para tanto, a preparação das aulas requer conteúdo científico de áreas como fisiologia, patologia e bioquímica, uma linguagem adequada e criatividade para despertar o interesse pelo estudo, principalmente para os alunos do segundo ano, os quais criam uma expectativa positiva, porém errada, quanto à disciplina de farmacologia. Muitos possuem a idéia equivocada que aprenderão a prescrever medicamentos, e se decepcionam com a disciplina no decorrer do curso. A disciplina de Farmacologia, muitas vezes, é caracterizada como de difícil estudo pelos alunos, devido à quantidade de informação necessária para compreensão dos tópicos abordados em sala de aula, e muitas vezes a aquisição de conhecimento não ocorre por diversos motivos. O professor, nesse aspecto, tem o papel de incentivar o aluno ao estudo do conteúdo e favorecer a aquisição dos conhecimentos farmacológicos. Para minimizar os problemas acima citados o objetivo desse trabalho foi desenvolver aulas participativas através de atividades lúdicas, visando reduzir a dificuldade descrita pelos alunos e melhorando a aquisição do conhecimento farmacológico.

METODOLOGIA:
Participaram desse estudo os alunos do 3o período do curso de medicina da Universidade Federal de Goiás que foram divididos em 2 turmas (A e B, cada uma com 55 alunos), logo após foram subdivididos em 22 grupos com 5 integrantes. A atividade lúdica proposta foi do tipo “caça ao tesouro”. Os grupos receberam as regras da atividade e a primeira pista para buscar o tesouro. O texto, assim como as pistas, foram baseadas em conteúdos farmacológicos expostos como analogias ao livro “Harry Potter e o Príncipe Mestiço” de J. K. Rowling, 2005. O objetivo do grupo era desvendar as pistas até alcançar a última etapa do jogo, a charada final que acarretaria no término da atividade. Como reforçador positivo o grupo vencedor obteria até um ponto na primeira nota anual, se todas as etapas fossem cumpridas adequadamente e no tempo mais rápido. Todos os grupos foram pontuados de acordo com a ordem de entrega do material e das etapas acertadas. O capítulo 2 do livro Farmacologia, Penildon Silva (2002) foi entregue antecipadamente aos alunos e serviu de guia para a consulta durante a atividade lúdica. Nessa metodologia foi incentivado o trabalho em equipe e agilidade de pensamento. Após a entrega do material pelos grupos a professora conduziu a solução do problema, repassando e explicando cada pista e conceitos descritos no jogo. Dessa forma, o conteúdo foi explorado sem prejuízo e com participação significativa dos alunos.
RESULTADOS:
Dos 22 grupos participantes 59% acertaram integralmente as pistas e a charada final, porém em tempos diversos; 23% acertaram de 8 – 9 das pistas e 18% acertou somente entre 4 - 6 do total de pistas. Esse último índice de acerto foi relacionado aos grupos nos quais os alunos não haviam lido o texto antecipadamente. O tempo em média para completar a atividade foi de trinta e cinco minutos. Dos três primeiros grupos que entregaram, somente um acertou corretamente a atividade, demonstrando que os demais se preocuparam mais com o tempo do que com o entendimento das questões, isso foi evidenciado em um grupo que demonstrou alto índice de falha (em torno de 40%), mesmo sendo do primeiro a entregar a tarefa finalizada. Um resultado não esperado foi o interesse despertado nos alunos que não haviam lido o livro. Esses verbalizaram que iriam faze-lo assim que possível, pois adoraram a atividade.
CONCLUSÕES:
Essa atividade lúdica associada a um reforçador positivo alcançou os objetivos propostos, pois incentivou a busca e compreensão dos conceitos farmacológicos (o aluno aplicou os conceitos e não somente decorou-os). Portanto, esse conteúdo que seria transmitido por aula expositiva realizada pelo professor tornou-se uma ferramenta didática facilitadora da aquisição de conhecimentos, assim como uma aula divertida e participativa envolvendo aluno e professor que despertou uma impressão mais salutar quanto à disciplina de farmacologia, assim como a melhora na relação aluno-professor
 
Palavras-chave: Farmacologia; Harry Potter; Atividade Lúdica.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006