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A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 8. Física Médica
LEVANTAMENTO DAS DOSES DE ENTRADA NA PELE EM EXAMES RADIOLÓGICOS: A EXPERIÊNCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Ana Cecilia Pedrosa de Azevedo 1, 2
Adelaja Otolorin Osibote 1
Antonio Carlos Pires Carvalho 3
Sergio Ricardo de Oliveira 4
Marcos Otaviano da Silva 1, 2
(1. Fundação Osvaldo Cruz-FIOCRUZ-ENSP-CESTEH; 2. Centro de Vigilância Sanitária, Secretaria de Estado de Saúde do RJ; 3. Departamento de Radiologia, Faculdade de Medicina-UFRJ; 4. Fundação Oswaldo Cruz-FIOCRUZ, Instituto Oswaldo Cruz)
INTRODUÇÃO:
A implantação de Programas de Controle e Garantia de Qualidade (PCGQ) em radiodiagnóstico é um requisito legal da Portaria 453/98 SVS-MS sendo obrigatória sua implementação em todo estabelecimento médico que faça uso de radiações ionizantes. Um dos itens mais importantes do PCGQ é a avaliação periódica das Doses de Entrada na Pele (DEP) dos exames radiológicos mais comuns realizados nos pacientes. Nesse sentido, um programa abrangente de avaliação de doses vem sendo desenvolvido no estado do Rio de Janeiro, numa parceria entre a Fundação Oswaldo Cruz e o Centro de Vigilância Sanitária da SES-RJ. A avaliação de DEP é um importante indicador de saúde pública e da qualidade dos serviços radiológicos oferecidos à população.
METODOLOGIA:
As DEP foram obtidas em 7 hospitais públicos de 6 municípios do estado do Rio de Janeiro durante o ano de 2005: Angra dos Reis, Cabo Frio, Campos, Itaperuna, Niterói e Rio de Janeiro. Os estabelecimentos serão identificados, aleatoriamente, por letras de A e G. Para cada paciente foram registrados o sexo, idade, peso e os parâmetros de exposição tais como: quilovoltagem, miliamperagem e Distância Foco-Filme (DFF). Os equipamentos de raios X utilizavam grade e filtração de 3 mm Al. A velocidade dos conjuntos tela-filme foi de 400. Os valores DEP foram obtidos com o uso do software DoseCal. Para utilizá-lo, é necessário avaliar o rendimento dos equipamentos de raios X (mGy/mAs), a corrente do tubo, o tempo de exposição e a DFF. Essa avaliação foi feita utilizando o equipamento NERO 8000-Inovision, devidamente calibrado. Depois de coletadas essa informações os dados foram inseridos no DoseCal que forneceu os valores das DEP em mGy.
RESULTADOS:
Foram avaliadas 1564 radiografias de pacientes que realizaram exames de abdômen, tórax, crânio, coluna (cervical, torácica e lombar), pelve e ombro nas projeções AP, PA e LAT. Os resultados apresentaram grandes discrepâncias nos valores de DEP. Esse resultado deve-se a vários fatores: filtração, técnica radiográfica, experiência profissional do técnico e desempenho dos equipamentos radiográficos. As maiores variações foram encontradas nos exames de coluna lombar AP com valor médio de 10,13 mGy no hospital C e 0,77 mGy no hospital G. A segunda maior diferença foi encontrada para os exames de coluna lombar LAT com valores médios de 18,58 mGy no hospital C e 1,86 mGy no hospital G. A terceira maior diferença foi para exames de tórax PA também entre os hospitais C e G que apresentaram valores médios de 0,64 e 0,07 mGy respectivamente
CONCLUSÕES:
Os resultados de DEP apresentaram grandes variações o que deve-se a vários fatores: filtração, técnica radiográfica, experiência profissional do técnico e desempenho dos equipamentos radiográficos. O fato dos equipamentos do hospital G serem mais novos poderá estar influenciando nos resultados. Além disso, os técnicos daquele hospital estão fazendo cursos de atualização o que certamente contribui para seu melhor desempenho. Pode-se concluir que a implantação de PCGQ é da maior importância pois contribui decisivamente, não só para a padronização dos procedimentos, mas também para a redução da rejeição de radiografias e para diminuição da dose coletiva e dos custos do serviço de radiologia.
Instituição de fomento: Centro de Vigilância Sanitária-SES-RJ, International Centre for Theoretical Physics-Trieste-Italia e Fundação Oswaldo Cruz-FIOCRUZ.
 
Palavras-chave: Doses de Entrada na Pele; Programa de Controle e Garantia de Qualidade; Radiodiagnóstico.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006