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G. Ciências Humanas - 7. Educação - 12. Ensino de Ciências

DIFERENÇA ENTRE A ABORDAGEM DO ENSINO DA FÍSICA “SUPERIDEALIZADA” E DA FÍSICA “NÃO-IDEALIZADA”.

Marco Aurélio Clemente Gonçalves 1
Sérgio Roberto de Paulo 2
(1. Instituto de Educação - Universidade Federal de Mato Grosso / IEUFMT; 2. Instituto de Ciências Exatas e da Terra - Univ. Federal de Mato Grosso/ICETUFMT)
INTRODUÇÃO:

Neste trabalho, procuramos detectar possíveis diferenças entre a abordagem do ensino da física superidealizada, baseada em mera exposição de conceitos e leis muitas vezes de maneira deslocada enfatizando, geralmente, a abstração e a teoria e destacando o emprego de fórmulas em circunstâncias bastante idealizadas, ou seja, muito distante do mundo habitual de alunos e professores e a abordagem não-idealizada que, basicamente, trata de não utilizar “aproximações” em relação à realidade levando em conta todas as “imperfeições” existentes. O ensino desta disciplina costuma ser efetuado de uma maneira extremamente mecânica e tecnicista. Baseando-se em que o exemplo de física, no Ensino Médio, deve contribuir para o desenvolvimento de uma cultura eficaz, que concilia a pessoa à explicação dos fatos, processos e fenômenos naturais, dimensionando e localizando a influência mútua do ser humano com a natureza, assim como, a natureza como parte da sua própria transformação. Para tanto, é fundamental que a noção física seja apontada como uma ação histórica, elemento de sucessiva transformação e associada às suas formas de produção e expressão humanas.

METODOLOGIA:

Nosso principal campo de trabalho para as observações necessárias será o Projeto Canoa, desenvolvido pelo Departamento de Física da UFMT, cujo objetivo principal é investigar a efetividade de se promover inclusão social de alunos da escola pública no que diz respeito a sua inserção na universidade pública e melhoria da qualidade de aprendizagem, possibilitando melhores chances a esses alunos de aprovação no vestibular, apresentando-lhes aulas por meio de metodologias diferenciadas de ensino. Estes alunos, à priori, foram divididos em dois grupos de aproximadamente 25 pessoas em cada grupo. Num desses grupos, por exemplo, utilizamos um trilho de ar onde, o carro se desloca com grande redução das influências da força de atrito. No outro grupo, trabalharemos no sentido de levar em conta todo tipo de “imperfeições”: atrito, dissipação de energia e irregularidades diversas.

RESULTADOS:

Além da observação feita em sala de aula, algumas indagações foram feitas junto aos discentes para que pudéssemos analisar suas concepções com respeito, principalmente, ao conceito de força e movimento. Essas indagações foram apresentadas aos participantes antes das aulas e também, depois do curso promovido. Questões do tipo: como você explicaria que, um objeto mesmo após ser atirado pela sua mão continua em movimento? As respostas mais encontradas foram: o objeto continua em movimento até que perca totalmente sua força e depois, ele cai, ou ainda, o objeto continua em movimento devido à falta de resistência sobre o mesmo.

CONCLUSÕES:

Os resultados obtidos mostram uma certa “ingenuidade” por parte dos discentes no que diz respeito às suas concepções acerca de força e movimento. Para o tratamento destas informações, nosso principal instrumento de avaliação, foi o mapeamento conceitual, apoiado sobre a teoria cognitiva de aprendizagem de David Ausubel.

Instituição de fomento: CAPES
 
Palavras-chave: ensino de física; metodologias diferenciadas; mapa conceitual.
Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006