Segundo Seara Filho (1987) o ambiente é a totalidade do planeta e os elementos que o compõe: físicos, químicos e biológicos, os naturais e os artificiais, os orgânicos e os inorgânicos, nos distintos níveis de sua evolução, até o homem e suas formas de organização na sociedade. Consciência ecológica não é apenas se preocupar com o destino dos animais em extinção, com o desmatamento das Florestas ou com a poluição dos mananciais, é se preocupar também com o ser humano, o qual desde sua origem está inserido na paisagem, sendo um dos seus maiores agentes de transformação.A degradação dos ambientes urbanizados, onde vive hoje a maioria da população é de grande preocupação em todo o mundo. Iniciativa pioneira no Brasil, o Programa de Saúde Ambiental (PSA) revoluciona a política de combate às endemias (dengue, leptospirose, filariose). As diversas secretarias envolvidas Saúde, Saneamento, Serviços Públicos e a Defesa Civil trabalham para que o PSA atenda todos os bairros do Recife. Foi objetivo desta pesquisa, verificar a viabilidade do PSA no bairro de Apipucos, no município de Recife-PE.

O caráter metodológico adotado nesta pesquisa foi de natureza qualitativa, a opção por essa abordagem baseia-se no interesse em compreender a complexidade do ambiente a ser estudado, o qual não se limita a dados estatísticos. Os dados foram obtidos através da aplicação de formulários contendo perguntas, estas respondidas pela comunidade local. Como amostragem foi utilizado um percentual de 10% do total de famílias residentes no bairro de Apipucos (89 famílias), pertencentes desde a classe média alta até situação de risco social.

De um total de 89 entrevistados, 60 foram mulheres e 29 homens, e o maior percentual de idade para ambos os sexos foi entre 31 e 45 anos. As mulheres têm um índice maior de representatividade em praticamente todos os níveis de escolaridade. 82% dos entrevistados conhecem o PSA. 66% dos entrevistados conhecem o trabalho do ASA (Agente de Saúde Ambiental). Dentre as ações desenvolvidas pelos agentes de saúde ambiental destacou-se o controle do vetor que transmite a dengue (Aedes aegypti), seguido de vacinação anti-rábica, desratização e combate a filariose (Culex). Cerca de 76% dos entrevistados acharam que as ações colocadas acima são de responsabilidade do Programa, cabendo ao ASA e ao seu Supervisor de área resolvê-los ou encaminhá-los para os órgãos competentes e responsáveis pela resolução dos mesmos. 75% dos entrevistados responderam que os agentes de saúde ambiental, passam seus conhecimentos de forma clara e precisa. O PSA tem uma grande credibilidade diante a comunidade onde o mesmo foi implantado, respaldando o objetivo do mesmo, que é atender a população de forma eficaz e preventiva. Visualizamos que 81% dos entrevistados afirmaram que o Programa tem credibilidade, sendo a implantação do mesmo, eficaz na relação Comunidade X Meio Ambiente, desta forma percebe-se que o Programa mostra inovação com suas ações, diferenciando-se do que era proposto, com relação à saúde e o ambiente.

Quando se trata de ambiente urbano, muitos são os aspectos que direta ou indiretamente, afetam a grande maioria dos habitantes; pobreza, criminalidade, poluição, etc. As cidades exercem um forte poder de atração devido à sua heterogeneidade, movimentação e possibilidades de escolha. O Programa de Saúde apesar de recente já ganhou o crédito da população, pois todos os resultados foram positivos, sendo considerado de interesse para o melhor desenvolvimento de ações preventivas com relação ao meio ambiente e a saúde.