Primeiramente, pôde-se identificar o conceito de ator nas principais teorias das Relações Internacionais considerando as transformações mais relevantes na sociedade internacional após a 2ª guerra mundial. As principais correntes teóricas, o Realismo e o Liberalismo enfatizam o Estado-nação e as Organizações Internacionais como os principais agentes do cenário internacional. Nas últimas décadas, a teoria Transnacional e as teorias Marxistas abarcam mais situações, onde as principais lógicas deixam de ser a soberania e o militarismo. Nesse sentido, foi também necessário especificar os requisitos necessários para caracterizar um ente como ator internacional. É visto que na teoria Crítica o agente não necessita ser necessariamente econômico, mas sim se torna um quando proponha a transformação do status quo internacional. Assim, foi possível tipificar o Fórum Social Mundial como ator internacional considerando sua estratégia de atuar em rede, através de uma grande coalizão de diversos interesses envolvendo temas internacionais como o combate às políticas neoliberais e o imperialismo.

Observa-se que as modificações na estrutura do Estado-Nação, juntamente com valores que o acompanha, constitui uma referência-chave na redefinição do cenário internacional. Ou seja, percebe-se claramente o alvorecer de novas formas de organização política, como o Fórum Social Mundial (FSM), superando os quadros clássicos até então conhecidos justificados pelos anseios de responder às diferentes demandas apresentadas pela globalização e pela necessidade de conceder uma maior proteção ao cidadão e conferir-lhe plenamente as potencialidades da cidadania democrática.

Verifica-se que o FSM vive um processo contemporâneo, nunca antes visto na história da humanidade. Experiências próximas tentaram alcançar tamanho respaldo frente à sociedade civil global, como a Internacional Socialista (aliança de proletários) proposta por Karl Marx em fins do século XIX, porém com outros objetivos. Por ser lugar de debates e não ter pretensão de deliberar, o FSM é um espaço plural e diversificado, não confessional, não governamental e não partidário, que articula de forma descentralizada, em rede, entidades e movimentos engajados em ações concretas, do nível local ao internacional, pela construção de um outro mundo.